A crescente adoção da inteligência artificial (IA) no setor educacional do Reino Unido está começando a gerar tensão significativa entre os sindicatos de professores e o governo. Isso é particularmente preocupante para o National Education Union (NEU), que expressa receios sobre a possível automatização de tarefas, especialmente aquelas realizadas por assistentes de ensino de baixo salário. A preocupação é que ferramentas baseadas em IA possam substituir esses profissionais, levando à perda de emprego em larga escala.
Tensão Crescente com a Implementação da Inteligência Artificial
O governo do Reino Unido anunciou um investimento de £1 milhão destinado a 16 empresas de tecnologia, priorizando o desenvolvimento de ferramentas de IA para feedback e marcação, de forma a melhorar os padrões educacionais. No entanto, a medida é vista com receio pelo NEU, que critica a falta de diálogo significativo antes da implementação dessas tecnologias. Daniel Kebede, secretário-geral do NEU, enfatizou que a educação deve ser uma experiência relacional e social que pode ser prejudicada por essas mudanças.
Impacto Econômico e Social
Os efeitos econômicos da IA no setor público são substanciais, com projeções apontando para uma economia potencial de £45 bilhões. Contudo, para os assistentes de ensino e outros profissionais de educação de baixo salário, o futuro é incerto. A possível desprofissionalização e a perda de empregos são preocupações centrais. Paralelamente, a digitalização do ensino pode aprofundar desigualdades já existentes, exacerbando a divisão digital entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento.
Tecnologias Envolvidas e Suas Aplicações
As ferramentas de IA, como modelos de linguagem grande (LLMs) desenvolvidos pela OpenAI (ChatGPT) e a Gemini do Google, estão se tornando comuns nas salas de aula, sendo usadas para planejamento de lições e avaliações. Além disso, inovações como a realidade aumentada e virtual estão sendo exploradas para criar ambientes de aprendizado mais personalizáveis, embora também levantem preocupações sobre a supervisão adequada em um contexto onde a relação direta com professores pode ser menos frequente.
Desafios e Oportunidades
Entre as principais preocupações destacadas pelos sindicatos, está a possibilidade de viés nos dados utilizados por IA, que podem perpetuar desigualdades. No entanto, essas tecnologias também apresentam oportunidades únicas, como a personalização da aprendizagem, permitindo que o conteúdo seja adaptado às necessidades individuais de cada aluno. Além disso, a automação de tarefas rotineiras pode liberar tempo para que os professores foquem em aspectos mais enriquecedores do ensino.
Próximos Passos e Considerações Finais
Para seguir adiante, é essencial equilibrar a eficácia da IA com questões éticas. Isso envolve o engajamento contínuo com o setor educacional, garantindo que os desenvolvimentos tecnológicos não prejudiquem os interesses dos trabalhadores e dos alunos. Também é imperativo abordar preocupações como a privacidade dos dados dos estudantes e garantir uma implementação transparente e ética das tecnologias de IA nas escolas.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- O uso de IA na educação pode trazer avanços significativos, mas deve ser equilibrado com a consideração dos impactos sociais e econômicos.
- A importância de um diálogo aberto entre o governo e os profissionais de educação não pode ser subestimada para uma implementação eficaz e justa de novas tecnologias.
- A personalização da aprendizagem é uma das maiores promessas da IA, mas deve ser cuidadosamente gerida para evitar a dependência excessiva de tecnologias automatizadas em detrimento das experiências educacionais tradicionais.
Via: https://news.sky.com/story/teaching-unions-gear-up-for-fight-with-number-10-over-ai-job-loss-fears-13327798