A inteligência artificial (IA) está rapidamente se posicionando como uma das tecnologias mais transformadoras e disruptivas da era moderna. No entanto, sem a implementação de regulações apropriadas, ela também apresenta riscos significativos, que podem equiparar-se a desafios globais como as mudanças climáticas. Antônio Guterres, secretário-geral da ONU, destacou essa dualidade ao convocar a comunidade internacional para maximizar o potencial positivo da IA e minimizar seus perigos. Segundo Guterres, a utilização ética, responsável e segura da IA é imperativa, com as Nações Unidas como um pilar central para a promoção de um diálogo internacional que possibilite uma governança eficaz dessa tecnologia revolucionária.
Chamado Global para a Governança da IA
António Guterres sublinhou a necessidade urgente de governança internacional para a IA durante uma série de discursos e conferências, destacando que, se deixada sem regulamentação, a IA pode se tornar uma ameaça comparável a crises globais já existentes. Em março de 2025, durante a campanha da ONU “IA para o Bem”, ele enfatizou que a IA deve servir à humanidade. Este posicionamento reflete um consenso crescente no seio da ONU, que pela primeira vez votou unanimemente a favor de uma resolução global sobre IA, co-patrocinada por 122 países. Esta resolução marca um passo crítico na direção de um acordo internacional em tecnologias emergentes.
Empresas e Países Liderando a Discussão
Os debates sobre a regulação da IA frequentemente envolvem grandes empresas de tecnologia como a OpenAI, Google e Microsoft, que são players importantes no desenvolvimento e implementação de IA. Países como EUA, China, Índia, Reino Unido e Japão estão definindo suas próprias diretrizes e políticas nacionais para lidar com os desafios apresentados pela IA. O mercado global de IA foi avaliado em cerca de 196 bilhões de dólares em 2023, com expectativas de crescimento expressivo nos próximos anos, o que torna a coordenação internacional ainda mais urgente e complexa.
Impacto da IA na Engenharia
Na engenharia, a IA está transformando práticas e processos, desde a automação de tarefas repetitivas até a melhoria de processos complexos como a análise de dados e a previsão de falhas de equipamentos. Contudo, esses avanços também levantam questões sobre a substituição de empregos humanos, a ampliação de desigualdades e a inclusão digital. No âmbito ambiental, as inovações impulsionadas por IA também podem levar a um aumento no consumo de recursos computacionais, contribuindo para uma maior emissão de carbono devido à alta demanda energética dos modelos de IA.
Esforços de Regulação Global
Regulações como o AI Act da União Europeia, previsto para entrar em vigor em 2024, servem de exemplo para uma estrutura abrangente que busca equilibrar inovação e proteção. Enquanto isso, EUA e China ainda estão desenvolvendo suas próprias diretrizes, que embora não vinculativas, mostram-se fundamentais para guiá-los no que se refere aos impactos da IA. No Brasil e em outros países dos BRICS, a discussão também avança na regulação focada em ética, inclusão e acesso igualitário, refletindo um compromisso com a soberania nacional na governança da tecnologia.
O Caminho a Seguir
A promoção de um desenvolvimento responsável e ético da IA é vista como essencial para garantir que essa tecnologia seja uma ferramenta para o bem socioeconômico global. Isso inclui a criação de ecossistemas inovadores colaborativos entre governos, empresas e organizações da sociedade civil. Uma adoção ampla e transparente de práticas e padrões éticos pode ajudar a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, oferecendo novas oportunidades para lidar com desigualdades e fomentar o desenvolvimento em países emergentes.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- A interseção entre IA e engenharia oferece oportunidades únicas, mas exige uma abordagem cautelosa quanto à ética e regulação.
- A colaboração internacional e multissetorial é crucial para garantir que as inovações em IA beneficiem a todos, minimizando riscos sociais e econômicos.
- O compromisso com práticas de engenharia sustentáveis deve ser central na implementação da IA, visando um menor impacto ambiental.
Via: https://cepaz.org/secretario-general-de-la-onu-hizo-un-llamado-a-maximizar-el-potencial-y-minimizar-los-riesgos-de-la-inteligencia-artificial/