No atual cenário da construção civil, a Inteligência Artificial (IA) está emergindo como uma ferramenta poderosa para diminuir erros, retrabalho e custos. Contudo, sua implementação não vem sem desafios e riscos, especialmente quando se trata de excesso de confiança nos sistemas automatizados e viés algorítmico. A organização britânica Get It Right Initiative (GIRI) enfatiza que os obstáculos mais significativos estão relacionados às pessoas, processos e governança, mais do que à tecnologia em si. Em um mundo onde erros evitáveis podem consumir até 21% do custo dos projetos, segundo relatórios do setor, a IA oferece um potencial incrível de economia, estimado em centenas de bilhões de dólares globalmente.
Adoção e Impacto da IA na Construção Civil
Empresas de construção e incorporadoras estão gradualmente adotando a IA no cotidiano dos canteiros de obras. Profissionais e gestores do setor começam a perceber os benefícios do uso de machine learning para análise preditiva e detecção de não conformidades, além dos sistemas de visão computacional para inspeção e monitoramento de segurança. Ferramentas como Dashboards inteligentes também estão tornando a decisão baseada em dados mais acessível. Contudo, o mercado deve permanecer atento aos riscos associados às “caixas-pretas” das soluções automatizadas e à necessidade contínua de supervisão humana.
Riscos e Desafios da Automação
Os riscos da IA não se limitam à esfera tecnológica. Há uma crescente preocupação sobre o viés algorítmico que poderia direcionar decisões sem o devido contexto humano, resultando em discriminações ou conclusões imprecisas. O debate sobre o Marco Legal da Inteligência Artificial no Brasil é um reflexo da necessidade de se estabelecer diretrizes claras para o uso ético e seguro da IA. Além disso, a resistência cultural à adoção da tecnologia e a falta de profissionais qualificados permanecem como barreiras significativas a serem enfrentadas.
Tecnologias Revolucionárias e Estudos de Caso
A propagação de tecnologias como as da Buildots, que utilizam IA e câmeras 360º para detectar erros em tempo real, demonstrou uma redução de custos em até 20% e entregas de obra mais previsíveis na Europa. Empresas brasileiras, como a MRV, também têm relatado ganhos de eficiência com a aplicação de automação e análise preditiva. Estas inovações apontam para um futuro em que o retrabalho e os atrasos serão significativamente minimizados, maximizando o compliance com normas técnicas e ambientais.
Transformação e Futuro do Setor de Construção
Espera-se que, até 2030, mais de 80% das grandes obras utilizem IA em alguma etapa de seu ciclo de vida. Esta transformação deverá reduzir drasticamente custos operacionais e retrabalho, ao mesmo tempo que melhora a segurança e a eficiência nos canteiros. No entanto, o setor deve garantir que a transição para a digitalização seja acompanhada de uma gestão ética, transparente e que respeite a privacidade e proteção de dados sensíveis.
Projeções e Oportunidades
Com as previsões indicando que mais de 65% das grandes construtoras globais já terão testado alguma forma de IA até 2025, surge uma vasta gama de oportunidades para inovação. As empresas podem explorar a criação de plataformas de gestão digital com IA integrada, além de estabelecer novos modelos de negócio voltados para o compliance digital. Porém, o sucesso destas inovações depende de uma infraestrutura robusta e de um quadro profissional tecnicamente qualificado.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- A integração de IA é um divisor de águas, mas o setor deve balancear inovação com responsabilidade ética.
- A capacitação profissional contínua é vital para enfrentar os desafios da digitalização na construção civil.
- É necessário fomentar uma cultura organizacional que valorize o uso consciente da tecnologia para evitar riscos desnecessários.
Via: [PBC Today](https://www.pbctoday.co.uk/news/digital-construction-news/ai-construction-errors-solution-but-brings-new-risks-says-giri/153169/)
