Conhecimento Técnico que Transforma
Conhecimento Técnico que Transforma
Categorias
Columbia cria chip à prova de radiação para desvendar o universo no CERN.

Columbia cria chip à prova de radiação para desvendar o universo no CERN.

Recentemente, um avanço significativo foi feito no campo da engenharia eletrônica com o desenvolvimento de um novo chip “à prova de radiação” especificamente projetado para o Grande Colisor de Hádrons (LHC). Este projeto, liderado por engenheiros da Columbia Engineering em parceria com o CERN e a colaboração ATLAS, promete revolucionar a forma como os dados são capturados e processados em ambientes de alta radiação. A inovação vem para suprir uma lacuna crítica no mercado de eletrônica resistente à radiação, tornando indispensável a colaboração entre centros acadêmicos e o CERN.

Desenvolvimento e Impacto do Chip Inovador

O chip em questão foi desenvolvido para enfrentar os desafios únicos impostos pelo LHC, que gera níveis significativos de radiação capazes de prejudicar a eletrônica comercial. Este novo avanço representa uma série de conversores analógico-digitais (ADCs) e chips de aquisição de dados rad-hard, capazes de processar sinais de milhões de colisões por segundo. Com testes bem-sucedidos já realizados, conforme publicado no IEEE Open Journal of the Solid-State Circuits Society em 1º de julho, o chip está pronto para ser integrado nos detectores do ATLAS.

Parcerias e Stakeholders Envolvidos

O desenvolvimento do chip contou com a participação crucial de diversas entidades. Além do CERN e da colaboração ATLAS como usuários finais, o projeto foi liderado por Peter Kinget da Columbia Engineering, com suporte do Nevis Laboratories. A Universidade do Texas também é citada como parceira acadêmica de destaque. Essa parceria entre instituições acadêmicas e laboratórios avançados mostra como colaborações multidisciplinares podem preencher lacunas tecnológicas que o mercado comercial tradicional não consegue atender devido a limitações de volume e especificidade de demanda.

Contexto e Tendências no Campo da Eletrônica Rad-Hard

O desenvolvimento de chips resistentes à radiação não é novidade, mas sua aplicação no LHC exige soluções extremamente específicas. O mercado atual é dominado por empresas como Microchip/Microsemi e STMicroelectronics, especializadas em soluções para setores aeroespaciais e de defesa. No entanto, as necessidades do LHC, com taxas de colisão de até 40 milhões por segundo, exigem abordagens mais inovadoras, muitas vezes oriundas de colaborações entre o CERN e o meio acadêmico.

Desafios e Futuras Aplicações

O projeto enfrenta diversos desafios, como garantir a robustez do chip em longos períodos de exposição à radiação e manejar efeitos singulares de eventos (SEE) e dose total de ionização (TID). Porém, o sucesso nesta área pode gerar aplicações comerciais em mercados como o aeroespacial e a medicina nuclear, onde a demanda por electrónica rad-hard também é significativa.

Reflexão do Time do Blog da Engenharia

  1. Este projeto exemplifica claramente como a academia pode impulsionar inovação em áreas que a indústria comercial não cobre adequadamente. A colaboração entre engenharia e física nos ajuda a explorar questões fundamentais do universo.
  2. O desenvolvimento de chips rad-hard não apenas suporta o LHC, mas abre portas para inovações em outras áreas de alta tecnologia, especialmente onde a resistência à radiação é crítica.
  3. Investimentos em tecnologia de nicho podem parecer de alto risco, mas os benefícios a longo prazo e as aplicações potenciais em outras indústrias justificam amplamente o esforço e o foco neste tipo de P&D.

Via: Interesting Engineering

Share this article
Shareable URL
Prev Post

Mars corre contra o tempo e usa engenharia genética para evitar escassez de chocolate por crise no cacau

Next Post

Drones Infalíveis: Por Dentro do Exército Invisível da Ucrânia

Read next