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Alvenaria: um conceito histórico!

As primeiras formas de edificações que se tem conhecimento utilizaram o conceito de transmissão de cargas por meio de tensões predominantemente de compressão, ou seja, o método construtivo baseado no empilhamento de unidades.

Desde então alvenaria tem sido o sistema mais difundido no Brasil e no mundo e tem como finalidade separar ambientes internos e externos. Esta é uma solução construtiva com baixo custo e de fácil de execução.

Por serem constituídos em sua maioria por materiais pétreos têm longa durabilidade. Sendo que é possível contemplar obras com mais de mil anos de existência. Algumas destas representam importantes patrimônios históricos e funcionam como janelas ao passado.

Desde a pré história?

As primeiras edificações executadas pelo homem que se tem conhecimento datam de 8000 ac e eram denominadas de nuragues. Eram torres compostas pelo empilhamento de pedras, com pequenas aberturas, possibilitadas pela utilização de pedras maiores.

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Nuragues Fonte:https://escrevendoponto.com/2019/08/29/pre-historia/

Segundo SALVADORI, 1980, a arquitetura foi constante no que diz respeito ao ambiente edificado. O autor relaciona este fato à finalidade das edificações de suprirem necessidades fisiológicas da humanidade, que por sua vez não sofreram nenhuma mudança desde que o Homo sapiens surgiu há 3 milhões de anos. Ele ainda enfatiza que comemos os mesmos tipos de comida que nossos ancestrais pré-históricos e cozinhamos alimentos como eles faziam. Ainda dormimos em planos horizontais, contudo mais confortáveis hoje que naquele tempo, nos protegemos das intempéries e procriamos da única forma que somos capazes.

Qual o segredo do arco?

O arco foi uma descoberta da engenharia de estruturas que muito impactou o uso das alvenarias. Com ele foi possível a criação de vãos de maiores dimensões, com pequenas unidades empilhadas de tal forma a estarem todas sob efeito de compressão. Os aquedutos são exemplos de utilização do efeito do arco.

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Aquedutos Romanos Fonte: https://www.jw.org/pt/biblioteca/revistas/g201411/aquedutos-engenharia-romana/

Eram utilizados no transporte de água, por gravidade, por longas distâncias, para vencer vales. Outro famoso exemplo que é repleto deste recurso é o Coliseu, em Roma.

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Coliseu de Roma Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2017/03/visitas-noturnas-voltam-ao-coliseu-de-roma-em-2017.html

O mesmo pode ser observado nos castelos e fortalezas que têm suas estruturas baseadas em simples empilhamento de unidades com arcos para constituir vãos e aberturas.

Com a evolução do uso dos arcos, surgiram os arcos externos de contraventamento, observados, por exemplo, em igrejas góticas. Com o aumento dos vãos das cúpulas das igrejas e para a possibilidade de liberar espaços internos. Essas coberturas, sendo totalmente submetidas a esforços de compressão, descarregavam em pilares mais esbeltos contraventados pelos citados arcos externos.

O primeiro do mundo!

Na década de 1890, foi inaugurado em Chicago o edifício Monadnock por ser o primeiro edifício moderno a utilizar a técnica de alvenaria estrutural que se tem conhecimento. As alvenarias da base, calculadas com os métodos empíricos da época, têm 1,80 m de espessura para sustentar os 16 pavimentos.

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Monadnock Build https://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Monadnock

No Brasil, o primeiro registro que se tem de uma edificação que utiliza alvenaria estrutural como sistema construtivo elaborado data de 1966. Sendo conhecido como condomínio Central Parque da Lapa e sendo constituído de edificações de quatro pavimentos. Em 1972, foram construídos quatro edifícios de doze pavimentos cada um com o mesmo princípio estrutural.

Atualmente o sistema de alvenaria estrutural é altamente difundido no Brasil porque se trata de uma estrutura com baixo custo e alta produtividade construtiva. Atendendo a demanda do mercado que exige obras cada vez mais rápidas e econômicas.

Atenção aos detalhes

Em se tratando de alvenaria não estrutural, mais ainda a utilização é vasta no Brasil e no mundo.

Entretanto, é necessária atenção a detalhes executivos, o que nem sempre acontece, pois, devido à grande demanda de mercado com relação a novas edificações e as obras seguem em ritmos cada vez mais acelerados. Detalhes estes que uma vez não executados podem ser causas das chamadas anomalias em alvenarias e revestimentos.

Nem sempre, no entanto, a falha é apenas executiva mas pode ser proveniente também de projetos com insuficiência de informações para uma boa execução.

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