Alguma vez você já se deparou com a estranha sensação e certeza de ter sentido seu celular vibrar, mas quando foi verificar não existia sequer uma notificação ou nada que justificasse a vibração? Calma, você não é o único. Cerca de 80% das pessoas já viveram essa experiência de imaginar que seu smartphone estava vibrando no bolso quando na verdade ele estava completamente imóvel. Ouvir um toque inexistente também faz parte da vida de 30% das pessoas.
Mas essas alucinações ainda não são sinais ameaçadores da loucura iminente causada pela dependência digital que vivemos. Tom Stafford, professor de Psicologia e Ciências Cognitivas para o Departamento de Psicologia da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, explicou à rede BBC que tudo isso ilustra um princípio fundamental da psicologia: a Teoria da detecção de sinais.
Assim como uma porta automática com sensor de presença, nosso cérebro precisa fazer um julgamento perceptivo para saber se o telefone que carregamos no bolso está vibrando. E, de alguma forma, nosso cérebro precisa decidir se os sinais de entrada da pele próxima do seu bolso indicam que algo está acontecendo ali. A chamada Teoria da Detecção de Sinais pode explicar que as vibrações falsas do telefone, por exemplo, são uma parte comum e inevitável de uma função mental saudável.
Basicamente, as vibrações verdadeiras deveriam nos alertar sempre que o telefone está tocando, enquanto a falta de vibrações deveria indicar que ele não está tocando. Os psicólogos chamam essas associações de “hit”, que significa um verdadeiro positivo, e “rejeição correta”. Mas existem outras duas combinações possíveis: você pode associar vibrações verdadeiras com “ele não está tocando”, o que é chamado de “miss”, ou a ausência de vibração com “ele está tocando”, o que é chamado de “alarme falso”. Este segundo tipo de incompatibilidade é o que acontece quando imaginamos vibrações falsas em nossos bolsos.
Em suma, sentir vibrações fantasmas no seu smartphone não é nenhum tipo de alucinação patológica, elas simplesmente refletem nossos sistemas de percepção quase perfeitos tentando entender os sinais à sua volta mesmo em meio a tanto barulho e ações repentinas do nosso dia a dia.
Via: CanalTech
