Dois estudos feitos recentemente mostram que caiu a proporção de estudantes que concluem o curso de engenharia no tempo adequado. Com metodologias diferentes, chegaram à mesma conclusão a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para a primeira entidade, a proporção caiu de 48% em 2009 para 43% dois anos depois, considerando o período de cinco anos como o ideal para o estudante se formar. Já para a universidade federal, o recuo foi de 58% para 55%, considerando seis anos como tempo esperado para a conclusão. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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A queda ocorreu em cursos públicos e privados, mas a intensidade foi maior nos pagos. Analistas apontam que é necessário discutir mudança nos currículos, melhorias no acompanhamento de alunos e até se é necessário abrir mais vagas. A queda na taxa de conclusão não significa que haja menos concluintes. O problema é que o aumento no número de formandos não acompanha o de ingressantes. Para o ex-reitor da USP Roberto Lobo, consultor da confederação das indústrias, justamente o crescimento dos ingressantes pode explicar o aumento da evasão e da reprovação em engenharia. “A tendência é que cheguem mais alunos sem base em matemática e física”. Para o diretor de inovação da confederação, Paulo Mól, pesam ainda os currículos – que não têm matérias práticas nos primeiros anos – e a dificuldade para se pagar os cursos – a maioria dos estudantes está em particulares.