Atualmente, as pessoas procuram praticidade e experiências de encantamento, traduzindo uma mudança de mindset que valoriza as inovações tecnológicas. Porém, muitas vezes, ações de melhoria contínua são confundidas com inovações, causando equívocos conceituais dentro das organizações e prejudicando os ganhos exponenciais esperados.
Neste artigo vou abordar as diferenças entre inovar e promover a melhoria contínua, suas etapas e como você pode aplicar este conceitos em sua organização. Bora lá?
Contextualizando…
De acordo com uma pesquisa divulgada no ano passado pela Deloitte, empresa reconhecida mundialmente por prestar serviços que apoiam a transformação tecnológica, cerca de 96% das 500 empresas ouvidas, cujas receitas somadas equivalem a 35% do PIB do Brasil, se comprometeram a investir seus faturamentos em inovações tecnológicas a partir de 2022.
Com base neste fato, é necessário que os profissionais da engenharia se qualifiquem para sobreviver neste cenário de transformação, onde a inovação dita a regra. É preciso agarrar a oportunidade para gerar ganhos para toda a cadeia de valor.
De forma básica, a necessidade de inovar surge quando temos um problema ou situação onde sua resolução não é mais possível de maneira completa através de algo já conhecido. As soluções existentes não produzem mais o resultado desejado e algo diferente precisa ser feito.
É nesta etapa inicial que ocorre o Market Pull, quando as necessidades do mercado instigam as empresas a desenvolverem novas tecnologias que satisfaçam as demandas dos consumidores. Porém, se você já tem a solução para a nova demanda, não estamos inovando e sim trabalhando na melhoria contínua.
Vou clarear o assunto!
A melhoria contínua busca tecnologias já existentes para corrigir ou melhorar algo. Por outro lado, a inovação busca por ideias disruptivas, que promovam um salto exponencial e modifiquem o patamar do processo ou produto.
Entretanto, é possível que ambas coexistam, mas com frentes de trabalho diferentes. A melhoria contínua deve estar focada em manter o que já foi conquistado, já a inovação, procura gerar ainda mais valor. Com o foco nas mudanças de paradigmas para alavancar o crescimento da organização, as inovações podem garantir a sustentabilidade junto às novas gerações e novos cenários de mercado.
Processo de inovação e suas etapas
O processo de inovação tecnológica consiste em uma série de fases necessárias para que se implementem melhorias ou se desenvolva um novo processo, produto ou serviço.
- Pesquisa: ao se detectar uma necessidade específica de mercado, procura-se por novas tecnologias para resolver o “problema”;
- Desenvolvimento: com a solução criada na etapa 1 em mente, desenvolve-se um protótipo para testes de aplicabilidade. Aqui é possível utilizar diversas metodologias, onde a mais comum é o design thinking. Falarei mais sobre esta metodologia a seguir;
- Engenharia e fabricação: os engenheiros entram em ação, buscando os melhores materiais, fornecedores e processos para produção em grande escala do novo produto ou serviço. Também é necessário encontrar os melhores parâmetros de processo para produzir com qualidade e forma eficiente. Utiliza-se a metodologia de modelagem de processos, através de softwares de automação, por exemplo o BPM (Business Process Management);
- Marketing: chega a hora do lançamento, que deve ser feito de forma estratégica pois os resultados do investimento precisam chegar nos cofres da empresa rapidamente.
Enquanto isso, a melhoria contínua aparece quando os produtos ou serviços passam a ser controlados constantemente, na busca de ajustes para melhor aproveitamento no mercado.
Retomando: o que é design thinking
É uma metodologia de desenvolvimento de novos produtos ou serviços que foca nas reais necessidades das pessoas, mirando o comportamento humano, realizando questionamentos aos consumidores/clientes e testando protótipos. Sua metodologia se baseia em conceitos inspirados no design, e é composta por 3 etapas principais:
- Invente o futuro: mergulhar profundamente na vida das pessoas, criando a conexão necessária para que se possa descobrir as reais necessidades que elas têm, produtos e soluções que desejam, mas que não existem ainda.
- Teste: momento de testar o novo produto com o público-alvo através de entrevistas de alinhamento.
- Planeje o lançamento: deve-se planejar as atividades e recursos necessários para que tudo funcione como esperado na hora de produzir e vender o novo produto.
Além das metodologias que procuram tornar o processo de inovação mais claro e garantir o desenvolvimento com base em fatos e dados do público-alvo, algumas outras soluções de tecnologia podem suportar a jornada da inovação e melhoria contínua nas empresas.
Acelerando a automação
A automação industrial é a otimização dos processos industriais de uma operação, por meio da aplicação de diversas tecnologias de software e hardware, integrando, por exemplo, a robótica, o wi-fi, o banco de dados em nuvem e a internet das coisas (IoT).
A peça fundamental do trabalho e controle automatizado é o RPA (Robotic Process Automation) que substitui atividades humanas rotineiras, e pode contar com outras ferramentas como os recursos de análises (Analytics) para criar modelos analíticos e o aprendizado de máquina (Machine Learning) para automatizar estes modelos.
O fato é que o mercado está evoluindo “a passos largos” através das inovações tecnológicas nos mais diversos segmentos e os profissionais precisam se adaptar e aprender a conviver com as máquinas. Trabalhos e controles rotineiros não terão mais a presença humana! Observe o lado positivo: teremos a oportunidade de utilizar ainda mais a nossa capacidade de pensar e desenvolver nossa criatividade tanto na manutenção da melhoria contínua quanto na criação da inovação disruptiva.
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Um abraço e até o próximo!