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Como atentar a tarifas indevidas ao agendar uma viagem online

Os últimos anos não foram leves para a indústria do turismo. A emergência sanitária da pandemia de 2020 gerou uma instabilidade histórica, que quebrou muitas empresas, levou milhares de empreendedores a mudar de ramo e reorganizou sociedades de grandes grupos de hotelaria e transporte aéreo e rodoviário

Atualmente, o setor turístico ensaia uma retomada de atividade no mundo inteiro. Porém, diversas tarifas escondidas e novidades não muito éticas ou justificáveis que prejudicam o consumidor são implantadas dia a dia. 

Em parte, esses são artifícios usados por empresas para aumentarem suas margens: no atual contexto, a demanda por viagens aumenta, mas os obstáculos de inflação alta e baixo crescimento econômico são sensíveis sobre o poder de compra e as escolhas de consumidores em todo o mundo.

Neste artigo, analisamos como tarifas escondidas e outros entraves custosos a viajantes se apresentam. Como veremos, embora alguns desses valores adicionais sejam impositivos, outros podem ser evitados com medidas individuais.

Artifícios da compra online

Os “caça-níqueis” mais comuns do comércio eletrônico são frequentemente encontrados em páginas de empresas turísticas e de comparadores de preço que permitem fazer compras. São as práticas de variar os preços exibidos pelos serviços de acordo com o dispositivo, os dados de navegação ou a localização dos consumidores.

Os sites usam rastreadores para determinar um padrão de navegação, gastos passados com compras, tipo de dispositivo usado para acessar ofertas e localização para propor preços. Assim, a maneira de se contrapor a essa prática é “confundir” ou bloquear os rastreadores.

Nesse sentido, na hora da compra, usar uma VPN pode ajudar a garantir preços reduzidos. Essa tecnologia permite embaralhar a geolocalização de navegação, além de torná-la anônima e mais segura. Logicamente, as empresas encaram esse tipo de manobra negativamente. Muitas delas bloqueiam VPNs para evitá-las. Entretanto, o uso de VPN é legal na maioria dos países do mundo e estimulado também por muitos especialistas em ciber-segurança.

Outra medida para evitar rastreamento é a limpeza periódica de cache e histórico do navegador. Assim, evita-se que uma empresa trace um perfil de consumidor e tente direcionar certas ofertas e preços de modo personalizado.

Taxas de escolha de assento e bagagem

Entre empresas aéreas, a tarifação sobre opções que normalmente seriam cobertas por custos comuns é a mais frequente. Os custos são crescentes para passageiros que optam por levar bagagem na cabine do avião, que querem embarcar de maneira antecipada e escolher assentos, por exemplo.

Todos esses pequenos atos agora implicam custos adicionais em algumas companhias. Em regra, quanto mais barato for o voo em si, mais tarifas supérfluas serão aplicadas. Por isso, a melhor maneira de evitar gastar com “bobagens” numa viagem de avião é esclarecer quais exatamente são as tarifas que uma empresa aplica antes de contratar seus serviços.

Logicamente, essa é uma margem limitada de ação. Alguns trechos de voo têm oferta bastante restrita de companhias, o que diminui a margem de escolher entre uma empresa ou outra. Além disso, famílias tenderão a ter uma experiência ruim se decidirem não escolher assentos e acabarem separadas num voo. 

Amenidades em hospedagem

No ramo hoteleiro, as tarifas indevidas geralmente chamam atenção depois da compra online: achamos o serviço por um preço numa busca online, por exemplo, mas ele cresce “misteriosamente” quando chega o momento da conclusão da compra. As tarifas adicionadas podem ser vistas ao clicar nos detalhes da compra.

Embora haja custos corriqueiros, uma prática crescente é a cobrança por amenidades locais como uso de uma academia ou do Wi-Fi. Em alguns casos, a quantia corresponde a uma porcentagem alta do valor geral da hospedagem, beirando os 10% do valor do quarto.

Essa prática pouco transparente com o consumidor é mais comum em sites de comparação de preços, agências e terceiros. Assim, visitar diretamente a página de um hotel provavelmente revelará menos tarifas escondidas. Sites como o ResortFeeChecker (útil para viagens internacionais e ainda um tanto limitado para viagens no Brasil) também permitem visualizar quais opções de hospedagem embutem taxas. 

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