No Brasil, apesar de não haver iniciativas de investimento no desenvolvimento de carros sem motorista por parte das montadoras, o que já é realidade em outras partes do mundo, centros de pesquisa e tecnologia de universidades já investem na pesquisa e teste de veículos autônomos, como é o caso do projeto CaRINA (Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma), da USP de São Carlos. Desde outubro de 2010, os pesquisadores do Laboratório de Robótica Móvel da universidade desenvolvem testes experimentais com modelos também dotados de sensores e softwares que permitem um controle autônomo do veículo.Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Veículos Autônomos (PDVA) trabalha desde 2007 com o aperfeiçoamento de dispositivos que permitem o controle autônomo do veículo, mas sem substituir o motorista. O professor do departamento de engenharia elétrica da UFMG e pesquisador do PDVA, Guilherme Pereira, acredita que, se outros estados norte-americanos e outros países adotarem a mesma posição da Califórnia, a tecnologia pode se disseminar no Brasil em cerca de uma década. “Nós queremos criar um projeto de segurança ativa no carro, para evitar colisões em caso de desatenção do motorista, e que dispense a atenção do condutor em situações estressantes, como durante um engarrafamento, mas não um carro que ande sozinho sempre”, ressalta.
Pereira argumenta que essa previsão pode ser feita apesar do alto custo da tecnologia (o equipamento de percepção 3D utilizado nos Prius testados pela Google custam cerca de US$ 85 mil, segundo o professor) e da falta de legislação específica para casos de acidente com carros autônomos. Segundo ele, os valores devem se tornar mais baixos, e os veículos terão seus sistemas aperfeiçoados em poucos anos. “Os carros utilizados pela Google já conseguem seguir a preferência em rotatórias na Califórnia, apesar de não lerem placas, mas a tendência é que eles sejam testados primeiro em rodovias expressas e que fiquem cada vez mais inteligentes, chegando a poder dar preferência para pedestres, por exemplo. No Brasil, ainda estamos em fase de desenvolvimento em relação a esses recursos, mas uma vez que o carro é totalmente controlado por computador, é fácil de ajustá-lo à legislação de trânsito”, destaca.
O professor Fernando Osório, da USP de São Carlos, um dos participantes do projeto CaRINA, faz coro ao pesquisador da UFMG em relação ao bom panorama para a popularização das tecnologias autônomas em automóveis, que apesar de ainda não estarem disponíveis no mercado, devem se disseminar mais rapidamente assim que outros países legalizem os testes. “Assim como ocorreu com outras tecnologias de ponta, como o celular e o GPS, que já são totalmente disseminadas, os custos serão muito reduzidos rapidamente, e em um futuro não muito distante, os veículos autônomos serão uma realidade em nossas cidades e estradas”, aponta.
Califórnia
Assinada em 25 de setembro pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, a lei que legalizou o teste com veículos autônomos nas estradas californianas, desde que transportando um condutor habilitado, foi comemorada especialmente pelos engenheiros do Google, que desenvolvem um grande projeto com carros que podem se movimentar por conta própria. Além da Califórnia, os veículos autônomos da Google, podem circular nas estradas de Nevada, desde 7 de maio, com a presença de uma pessoa no posto do motorista e outra monitorando o percurso no computador. Segundo pesquisadores brasileiros, a iniciativa pode difundir a tecnologia mais rapidamente em outros países, inclusive no Brasil, em poucos anos.
Segundo o blog oficial da Google, a gigante norte-americana de tecnologia ainda está desenvolvendo o veículo autônomo na fase experimental, mas tem como grande foco o projeto de segurança. Os carros, modelos modificados do Prius, da Toyota, utilizam câmeras de vídeo, sensores de radar e de laser, bem como mapas de navegação. Além dos recursos do centro de dados da Google, o projeto contou com a colaboração de engenheiros participantes do Darpa Challenge, que testa veículos autônomos de corrida e são responsáveis por iniciativas como o desenvolvimento de um veículo modificado que entrega pizza sem a presença de uma pessoa no carro.
Os veículos testados pela Google nunca circulam sem a presença de um indivíduo devidamente treinado para situações de perigo, como perda de controle do veículo, além de um operador de software no banco do passageiro. Antes de começarem os testes, os carros autônomos sempre mandam seu itinerário para outro veículo convencional, que irá mapear as condições da estrada da rota.
Pereira argumenta que essa previsão pode ser feita apesar do alto custo da tecnologia (o equipamento de percepção 3D utilizado nos Prius testados pela Google custam cerca de US$ 85 mil, segundo o professor) e da falta de legislação específica para casos de acidente com carros autônomos. Segundo ele, os valores devem se tornar mais baixos, e os veículos terão seus sistemas aperfeiçoados em poucos anos. “Os carros utilizados pela Google já conseguem seguir a preferência em rotatórias na Califórnia, apesar de não lerem placas, mas a tendência é que eles sejam testados primeiro em rodovias expressas e que fiquem cada vez mais inteligentes, chegando a poder dar preferência para pedestres, por exemplo. No Brasil, ainda estamos em fase de desenvolvimento em relação a esses recursos, mas uma vez que o carro é totalmente controlado por computador, é fácil de ajustá-lo à legislação de trânsito”, destaca.
O professor Fernando Osório, da USP de São Carlos, um dos participantes do projeto CaRINA, faz coro ao pesquisador da UFMG em relação ao bom panorama para a popularização das tecnologias autônomas em automóveis, que apesar de ainda não estarem disponíveis no mercado, devem se disseminar mais rapidamente assim que outros países legalizem os testes. “Assim como ocorreu com outras tecnologias de ponta, como o celular e o GPS, que já são totalmente disseminadas, os custos serão muito reduzidos rapidamente, e em um futuro não muito distante, os veículos autônomos serão uma realidade em nossas cidades e estradas”, aponta.
Califórnia
Assinada em 25 de setembro pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, a lei que legalizou o teste com veículos autônomos nas estradas californianas, desde que transportando um condutor habilitado, foi comemorada especialmente pelos engenheiros do Google, que desenvolvem um grande projeto com carros que podem se movimentar por conta própria. Além da Califórnia, os veículos autônomos da Google, podem circular nas estradas de Nevada, desde 7 de maio, com a presença de uma pessoa no posto do motorista e outra monitorando o percurso no computador. Segundo pesquisadores brasileiros, a iniciativa pode difundir a tecnologia mais rapidamente em outros países, inclusive no Brasil, em poucos anos.
Segundo o blog oficial da Google, a gigante norte-americana de tecnologia ainda está desenvolvendo o veículo autônomo na fase experimental, mas tem como grande foco o projeto de segurança. Os carros, modelos modificados do Prius, da Toyota, utilizam câmeras de vídeo, sensores de radar e de laser, bem como mapas de navegação. Além dos recursos do centro de dados da Google, o projeto contou com a colaboração de engenheiros participantes do Darpa Challenge, que testa veículos autônomos de corrida e são responsáveis por iniciativas como o desenvolvimento de um veículo modificado que entrega pizza sem a presença de uma pessoa no carro.
Os veículos testados pela Google nunca circulam sem a presença de um indivíduo devidamente treinado para situações de perigo, como perda de controle do veículo, além de um operador de software no banco do passageiro. Antes de começarem os testes, os carros autônomos sempre mandam seu itinerário para outro veículo convencional, que irá mapear as condições da estrada da rota.