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Cômodos em extinção

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De duas décadas para cá, a planta dos apartamentos e casas paulistanas vêm sofrendo uma série de modificações. A arquiteta Lua Nitsche, acredita que a maioria dessas mudanças veio para ficar, já que refletem não apenas questões estéticas, mas principalmente o estilo de vida dos dias atuais. “As pessoas têm de questionar um pouco sua maneira de morar”, disse ela. “Nem tudo o que fazia sentido há alguns anos funciona hoje”. Em tendência de baixa, estão espaços como:

– Quarto de empregada: coisa comum até uns dez anos atrás, hoje é cada vez mais raro encontrar funcionárias dormindo na casa dos patrões. Assim, dependências de empregada de apartamentos antigos acabam assumindo o papel de escritório ou depósito de quinquilharias. Nas plantas atuais, esse é um espaço que pode ser aproveitado para a ampliação da cozinha ou mesmo para home office, só que de um jeito menos improvisado.


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– Banheiro de empregada: pela escassez de funcionárias que hoje dormem no serviço, a necessidade de um banheiro só para elas tornou-se questionável. Até porque embute uma ideia de que funcionários e patrões não podem compartilhar os mesmos espaços. “Não dá para manter um padrão ‘Casa Grande & Senzala’ nos dias de hoje”, afirma Lua. A tendência é que o lavabo se torne o banheiro de uso de qualquer um que não more na casa, seja funcionário ou visita. Assim, enquanto os banheiros de empregada vão sumindo, os lavabos se tornam mais espaçosos e versáteis.

– Sala de visitas: todo mundo tem, teve ou conhece quem tenha. É aquela sala que parece cenário de novela, sempre impecável e nunca utilizada no dia a dia da casa. Passa tanto tempo sem uso que os móveis chegam a juntar pó. “Às vezes a família fica toda espremida vendo TV numa salinha tendo ao lado uma baita sala de visitas sem viva alma”, diz a arquiteta. A subutilização desse cômodo o deixa com os dias (dias não, mas anos certamente) contados. Com plantas enxutas, não dá para se dar ao luxo de ter uma área que ninguém usa só para de vez em nunca receber aquelas visitas mais formais. Aliás, quem hoje em dia recebe visitas formais?!

 

Por Mariana Barros

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