Você já deve ter observado o formato um tanto quanto oval das janelas dos aviões. À primeira vista, parecer ser algo relacionado a estética. Mas não é. Essa configuração tem função, sobretudo, estrutural.
Por que não quadradas?
O costume de ver janelas quadradas no dia-a-dia faz com que algumas pessoas se perguntem o porquê as janelas dos aviões não são quadradas. Apesar de pra nós ser uma coisa tão pequena, na aviação, tudo tem que ter uma explicação.
Para entendermos, precisamos compreender o conceito de fadiga dos materiais, que nada mais é do que a ruptura de um material devido a repetidas tensões. Isso explica o fato de as janelas não serem quadradas, já que quinas vivas concentram todo o estresse recebido através da pressão do ar.
Janelas ovais não tem esse problema, devido a distribuir as tensões de forma uniforme. É pelo mesmo motivo que a fuselagem do avião também tem o mesmo formato.
Por exemplo, colocando essa teoria em prática, pegue um material redondo e outro quadrado. Aplique uma pressão sobre os dois e verá que o redondo resiste muito mais a pressão do que o quadrado.
E o furinho?
Aos mais observadores, os furinhos existem por dois motivos. Primeiramente, as janelas dos aviões possuem três camadas: externa, central e interna. O furinho fica na camada central de forma a compensar a pressão do ar entre a cabine de passageiros e o ar entre as camadas, evitando incidente caso algum venha a quebrar.
O outro motivo é a umidade, simplesmente para não embaçar a terceira camada, através de onde os passageiros conseguem ver o exterior.
Nem sempre foi assim…
Na década de 40 e 50, alguns fabricantes de aviões fizeram modelos com janelas quadradas. Claro que essa não foi uma boa ideia. Ocorreram diversos acidentes fatais devido a isso.
A fadiga nas quinas fazia com que as janelas trincassem e o avião explodisse em pleno ar, como ocorreu com o voo BOAC 781, da companhia aérea inglesa BOAC, em 1954.
Agora, sempre que você vir essas janelas, saberá o motivo dessa geometria peculiar.