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Bombas voadoras de 230kg nos B2 dos EUA: nova arma afunda navios como torpedo

Bombas voadoras de 230kg nos B2 dos EUA: nova arma afunda navios como torpedo

A inovação no campo da engenharia militar frequentemente redefine as estratégias de combate e as capacidades operacionais das forças armadas. Um exemplo recente e significativo é o QUICKSINK, uma nova solução desenvolvida pela Força Aérea dos Estados Unidos para enfrentar ameaças navais com maior eficácia. Utilizando-se de tecnologias já existentes, esta nova arma antissubmarina transforma bombas convencionais de baixo custo em ferramentas precisas de ataque marítimo, comparáveis em efetividade aos torpedos tradicionais, mas com custo e alcance operacional significativamente inferiores.

Transformação de Bombas “Burras” em Armas Precisas

O principal feito do QUICKSINK é a capacidade de converter bombas convencionais em sofisticados sistemas de ataque anti-navio. Através da integração de um kit de orientação Joint Direct Attack Munition (JDAM) e da Arquitetura de Sistemas Abertos de Armas (WOSA) desenvolvida pela BAE Systems, estas bombas podem agora ser guiadas com alta precisão até os alvos marítimos. O sistema combina diversos sensores, incluindo radar de ondas milimétricas que operam em todas as condições climáticas e um buscador de infravermelho por imagem (IIR), para alcançar navios mesmo em ambientes adversos.

Colaboração e Desenvolvimento Tecnológico

O QUICKSINK é resultado de uma colaboração estratégica entre várias entidades, incluindo a Força Aérea dos EUA, a Marinha dos EUA e o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea. Sob a liderança de figuras chave como o Coronel Matthew Caspers e Kirk Herzog, o projeto beneficia-se de um esforço conjunto para prototipar rapidamente um conceito econômico que mantém navios de superfície sob constante ameaça. O programa também recebeu suporte da indústria através da BAE Systems, que fornece o sistema de mira multi-modo WOSA.

Avanços e Testes Conduzidos

Desde o seu teste inaugural em abril de 2022, onde um navio em escala real foi destruído com sucesso no Golfo do México, o QUICKSINK tem mostrado um potencial significativo. Em junho de 2025, uma versão mais leve e compacta de 500 libras foi testada, dando continuidade a uma série de avaliações que tem demonstrado a eficácia desta solução em diversos cenários operacionais. Esses testes são conduzidos no campo expansivo do Golfo de Eglin, uma área que abrange 120.000 milhas quadradas, utilizada para exercícios militares de grande escala.

Impacto Estratégico Global

Estratégias militares ao redor do mundo estão evoluindo, e o QUICKSINK está posicionado para oferecer uma capacidade transformativa na guerra marítima. Capaz de ser implantado por aviões como o bombardeiro stealth B-2 Spirit e o caça F-15E Strike Eagle, o sistema permite operações em larga escala e com flexibilidade ampliada. Esta capacidade representa um diferencial estratégico particularmente relevante para operações em áreas contestadas, como o Mar do Sul da China, onde a supremacia marítima é um critério crucial para a estabilidade geopolítica.

Desafios e Futuro do QUICKSINK

Embora representando um avanço significativo em relação aos sistemas anti-navio convencionais, o QUICKSINK ainda enfrenta desafios inerentes ao seu desenvolvimento e implantação. A necessidade de aproximação das aeronaves ao alvo pode apresentar riscos em zonas de alta defesa aérea, e existem ainda incertezas relacionadas à efetividade sob condições climáticas extremas. Apesar dessas limitações, o potencial para aumentar o alcance e adaptar a tecnologia para diferentes plataformas de lançamento permanece, o que aponta para um futuro promissor para esta inovação no campo da engenharia militar.

Reflexão do Time do Blog da Engenharia

  1. A reconfiguração de tecnologias existentes, como demonstrado pelo QUICKSINK, pode revolucionar a maneira como as guerras futuras serão abordadas, representando um marco na engenharia militar.
  2. O custo reduzido em comparação com sistemas tradicionais proporciona uma vantagem econômica significativa, que pode ser aproveitada não apenas pela Força Aérea dos EUA, mas também por seus aliados.
  3. A colaboração interserviços e a sinergia entre várias entidades foram cruciais para o sucesso do projeto, sublinhando a importância do trabalho conjunto e da inovação contínua.

Via: https://interestingengineering.com/military/quicksink-us-cheap-bomb-break-vessel-into-two

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