O avanço da inteligência artificial (IA) tem sido uma força motriz na transformação de múltiplas indústrias, mas os impactos ambientais de seu crescimento continuam a preocupar especialistas em sustentabilidade.
Avaliação do Impacto Ambiental dos Modelos de IA
Um estudo recente realizado por pesquisadores alemães, publicado no *Frontiers in Communication*, trouxe à tona o impacto ambiental significativo dos modelos de linguagem de grande porte (LLMs). Estes modelos, conhecidos por sua capacidade de gerar respostas precisas, têm um consumo energético que cresce exponencialmente conforme seu tamanho e precisão aumentam, resultando em maiores emissões de carbono. A equipe investigou 14 modelos open source e descobriu que aqueles com capacidades avançadas de “raciocínio” emitem mais carbono que os modelos mais simples.
Stakeholders e Dados Quantitativos
O estudo contou com a análise e comentários de especialistas renomados, como Jesse Dodge do Allen Institute for AI. As empresas líderes no desenvolvimento de IA, como OpenAI e Anthropic, embora mencionadas, tiveram dados internos indisponíveis para a pesquisa. Estudos paralelos indicaram que o ChatGPT, da OpenAI, consome aproximadamente 40 milhões de kWh por dia, energia suficiente para manter o Empire State Building funcionando por 18 meses. Além disso, a Futurism relatou que os centros de dados para IA emitem 662% mais carbono do que os relatórios oficiais indicam.
Tecnologias e Metodologias Analisadas
O estudo utilizou uma combinação de testes de desempenho e comparações de eficiência energética para avaliar os modelos. A análise envolveu modelos de linguagem de grande porte e redes neurais profundas, sempre medindo a pegada de carbono associada ao seu treinamento e uso diário. As tendências apontam para o desenvolvimento de modelos mais eficientes que mantenham a precisão, mas com um consumo energético menor.
Impactos no Mercado e Regulamentações Pendentes
A crescente demanda por IA exige que data centers consumam vastas quantidades de energia, com previsões de que IA consuma até 19% da energia total dos data centers até 2028. Como resposta, empresas como a Microsoft têm se comprometido a adotar energias renováveis para suas operações entre 2026 e 2030. Contudo, a ausência de regulamentações específicas sobre o impacto ambiental da IA desafia o setor a se auto-regulamentar.
Desafios e Oportunidades para um Futuro Sustentável
Dentre os maiores desafios para um avanço sustentável da IA estão a escassez de GPUs necessárias para o treinamento de modelos maiores e a limitada capacidade atual de energia renovável. Mesmo com essas barreiras, abrem-se oportunidades para a inovação tecnológica, como o desenvolvimento de algoritmos energeticamente eficientes e o uso da IA para otimizar o consumo energético e mitigar seu impacto ambiental.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- O setor de engenharia deve se envolver ativamente no desenvolvimento de soluções sustentáveis para suprir a crescente demanda por IA.
- Investimentos em pesquisa para criar modelos menos dependentes de energia devem ser prioridade.
- A comunidade científica e tecnológica precisa colaborar para definir padrões globais de sustentabilidade para a adoção de IA.
Via: https://futurism.com/ai-pollution-carbon-energy