A descoberta de um fungo marinho com capacidade de degradar plásticos, feita por pesquisadores do Royal Netherlands Institute for Sea Research (NIOZ), abriu novas perspectivas na luta contra a poluição oceânica. Este fungo, conhecido como *Parengyodontium album*, é capaz de decompor polietileno, um dos plásticos mais abundantes nos oceanos, a uma taxa de 0,05% por dia, mas isso requer exposição prévia à luz UV. Essa descoberta representa um avanço significativo em biotecnologia, oferecendo uma possível solução natural para o acúmulo excessivo de plásticos nos mares.
Descoberta do Fungo Marinho Degradador de Plástico
Pesquisas realizadas por Annika Vaksmaa e sua equipe, em colaboração com instituições internacionais, trouxeram à luz o potencial do fungo *Parengyodontium album*. Isolado de amostras coletadas no Oceano Pacífico Norte, esse fungo mostra-se capaz de degradar polietileno, transformando-o majoritariamente em dióxido de carbono. Apesar do CO2 ser um gás de efeito estufa, a quantidade liberada neste processo é considerada insignificante em termos de impacto ambiental.
Importância e Contextualização da Descoberta
A poluição por plásticos tem sido um problema crescente, com mais de 75% de todo o resíduo plástico já processado tornando-se lixo, sendo o Brasil um dos principais contribuintes para esse volume. Globalmente, a produção de plásticos continua a crescer, com projeções de triplicação até 2060. Neste contexto, o uso de fungos para decomposição de plásticos representa um avanço promissor. Ao abordar uma parte do problema através de incrementos nas taxas de biodegradação, essa tecnologia poderia atuar como suporte à redução de resíduos plásticos nos mares.
Tecnologias e Metodologias Empregadas
A pesquisa se baseou na utilização de isótopos de carbono 13 para rastreamento da degradação plástica, prática que assegura precisão e controle nos resultados obtidos. O polietileno foi previamente exposto à luz UV, condição essencial para potencializar a ação degradativa do fungo. Este método, além de inovador, evidencia a colaboração eficaz entre diferentes disciplinas científicas, incluindo oceanografia, biotecnologia e engenharia ambiental.
Impactos e Desafios Potenciais
Embora promissora, a utilização deste fungo para decomposição de plásticos ainda enfrenta desafios, especialmente no que diz respeito à necessidade de exposição contínua à luz UV, limitando a aplicação prática em áreas além da superfície do oceano. Outro aspecto crítico é a quantificação da eficácia em larga escala e custos associados à implementação prática dessa tecnologia em condições ambientais diversas.
Oportunidades Futuras e Projeções
A pesquisa abre caminhos para o desenvolvimento de novas tecnologias que facilitem a degradação de plásticos em diferentes condições. Além disso, a descoberta pode inspirar a busca por outros fungos ou micro-organismos marinhos com capacidades semelhantes. A longo prazo, a integração destas soluções biotecnológicas em práticas industriais pode não apenas mitigar a poluição oceânica, mas também reduzir os custos associados à gestão de resíduos plásticos.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- O compromisso contínuo com a inovação em engenharia é crucial para enfrentar desafios ambientais críticos.
- A colaboração interdisciplinar aparece como um fator chave para o desenvolvimento de soluções eficazes e sustentáveis.
- A exploração de biotecnologias, como o uso de fungos marinhos, oferece potencial para transformar o gerenciamento de resíduos globalmente.
Via: https://interestingengineering.com/science/marine-fungi-found-to-degrade-plastic