No cenário tecnológico dinâmico em que vivemos, a habilidade de um projeto Web3 em se destacar e capturar a atenção do mercado é tanto uma ciência quanto uma arte. Com a saturação de informações e a volatilidade dos ciclos de hype, os desenvolvedores enfrentam desafios significativos para criar relevância e conquistar espaço sustentável. O ciclo de hype, como delineado pela metodologia do Gartner Hype Cycle, revela que tecnologias emergentes geralmente passam por fases de expectativa exagerada, seguidas de desilusões e, em alguns casos, adoção produtiva. Para os projetos Web3, navegar por essas fases é crucial para alcançar uma adoção sustentável, afetando tanto investidores quanto desenvolvedores.
Desenvolvedores e Investidores: Os Principais Stakeholders
No dominado pelos conceitos de descentralização e inovação contínua, os desenvolvedores de projetos Web3 desempenham um papel vital. Porém, a sobrevivência e o crescimento destas iniciativas dependem igualmente dos investidores, especialmente fundos de venture capital que, após a popularização do ChatGPT em 2023, endureceram a análise de risco. Portanto, o alinhamento entre desenvolvedores e investidores deve focar na entrega de utilidade prática, adaptando-se às mudança de expectativas tecnológicas e de mercado. As empresas de tecnologia focadas em blockchain, inteligência artificial e ativos digitais também são ativas neste ecossistema, enquanto influenciadores e mídia tech ajudam a captar a atenção do público e direcionar tendências.
Esforço e Inovação Tecnológica em Tempos de Regulação
O setor Web3 não só enfrenta desafios inerentes ao ciclo de hype, mas também perguntas regulatórias que precisam de atenção meticulosa. A introdução do MiCA (Markets in Crypto-Assets) pela União Europeia em 2024 destaca a urgência de uma conformidade regulatória global, enquanto sanções regulatórias em países em desenvolvimento, como Zanzibar e Vietnã, buscam alinhar inovação com controle governamental adequado. Para as empresas, isso significa que tecnologias como blockchain, contratos inteligentes e muitos aspectos da inteligência artificial devem ser integrados com protocolos de interoperabilidade, criando um playground colaborativo que sustenta inovação igualmente aliada a esse avanço regulatório.
Histórico e Contextualização do Web3
Historicamente, o surgimento do Web3 foi uma resposta direta à centralização exacerbada da Web2.0, prometendo uma internet mais transparente e onde o controle do usuário seria central. Este desenvolvimento foi inflamado por ICOs e a explosão dos NFTs em 2021, que rapidamente elevaram o Web3 ao centro das atenções, apesar dos subsequentes retrocessos de mercado. Sob questionamento, a usabilidade de tais iniciativas foi criticada, o que por vezes levou a uma desvalorização de determinados ativos e o ingresso em fases de desilusão. Entretanto, as expectativas não se resumiram apenas a questões críticas: a adoção de novas arquiteturas interoperáveis com promessas de evolução contínua ainda dá um motivo para o otimismo entre seus defensores.
Tecnologias e Metodologias Fundamentais
Para mapear o progresso e estágio de maturidade dos projetos Web3, a aplicação do Gartner Hype Cycle é altamente relevante. A compreensão desta evolução se beneficia da implementação de “network of networks” como uma rede blockchain interoperável e o uso de inteligência artificial para semântica automatizada de contratos e tokenização. O panorama integrativo de blockchain, com redes como Ethereum e Solana ocupando papéis centrais, e a expansão dos contratos inteligentes servem como mecanismos essenciais para a automação de direitos digitais e outros processos complexos. Estas tecnologias juntas formam a linha de frente das inovações que estão moldando a próxima era digital, com segurança e conformidade regulatória como pilares.
Impactos Econômicos, Sociais e Ambientais
Economicamente, o setor de ativos digitais continua a expandir, com um mercado que já flutua entre US$ 2 trilhões e US$ 4 trilhões desde 2024. Esta expansão revela um potencial multinacional para tokenização de ativos e desenvolvimento de novos modelos de negócios sustentados por DAOs e contratos inteligentes. Socialmente, a inclusão em economias emergentes cresce, permitindo acesso igualitário a novas formas de organização descentralizada. Entre desafios e oportunidades, um debate surge sobre os impactos ambientais do Web3, especialmente acerca do consumo energético de blockchains baseados em prova de trabalho, comparados às alternativas mais “verdes” de prova de participação, que pretendem ser menos agressivas ao meio ambiente.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- Ainda que promissoras, as iniciativas Web3 devem focar na responsabilidade ambiental e na sustentabilidade de longo prazo.
- A travessia do ciclo de hype requer visão clara e compromisso para com a utilidade prática e o valor agregado.
- A adoção de arquiteturas inovadoras deve ser acompanhada de conformidade regulatória contínua para mitigar riscos de mercado.
Via: https://interestingengineering.com/innovation/breaking-through-the-noise-how-web3-projects-win-attention-in-the-hype-cycle