Investigar possibilidades de cultivar alimentos fora da Terra é essencial para o futuro da exploração espacial e por consequência, para a própria sobrevivência humana em ambientes hostis. Recentemente, um estudo revelou que solos simulados que representam a superfície lunar e marciana podem ter potencial distinto para o cultivo de plantas, com resultados surpreendentes. Alimentar populações humanas fora do nosso planeta levanta questões complexas, mas as recentes descobertas proporcionam um passo importante para as iniciativas de colonização lunar e marciana.
Preparando o Terreno: Solo Simulado para Lua e Marte
Como os solos verdadeiros da Lua e de Marte são contaminados ou não estão prontamente disponíveis, a pesquisa utilizou amostras simuladas. Para o solo lunar, a Exolith Lab criou um substituto baseado em amostras da missão Apollo 16, realizada em 1972. Enquanto isso, para Marte, as simulações foram elaboradas com base em dados do rover Curiosity. Essa abordagem permitiu que os cientistas recriassem fielmente as condições dos dois corpos celestes para testar o crescimento de diferentes tipos de culturas.
Descobertas Inesperadas: Desempenho das Culturas nos Solos Simulados
Os resultados do estudo foram surpreendentes: as culturas cresceram melhor no solo lunar simulado do que no marciano. Isso contradiz a expectativa inicial de que o solo marciano, rico em nitrogênio, seria mais propício ao crescimento das plantas. Este elemento, geralmente essencial ao desenvolvimento vegetal, mostrou não ser suficiente para compensar as características desafiadoras do solo marciano.
Características dos Solos: Desafios do Solo Marciano
O solo de Marte é denso e semelhante à argila, o que limita a quantidade de oxigênio disponível para as raízes das plantas. Essas propriedades tornam-no menos hospitaleiro para o crescimento vegetal quando comparado ao regolito lunar. Além disso, o solo marciano enfrenta ainda a presença de percloratos, compostos químicos tóxicos que necessitam ser removidos antes do uso agrícola. Já o solo lunar, embora ainda desafiador, permitiu um crescimento de plantas mais eficiente nas condições simuladas.
Uso de Fertilizantes para Potencializar o Crescimento
Para melhorar o crescimento das culturas, os cientistas testaram o uso de Milorganite, um fertilizante feito de micróbios tratadas com calor que digerem águas residuais. Este adubo mostrou ser promissor no solo simulado de ambos os corpos celestes, especialmente para a alfafa. Esta planta revelou-se resiliente e possivelmente útil como fertilizante para assentamentos espaciais futuros as suas propriedades de crescimento em condições adversas.
Alfafa e Desafios Agrícolas em Marte
A alfafa destacou-se crescendo bem tanto em solos lunares quanto marcianos. Porém, outras culturas enfrentaram desafios relevantes no ambiente marciano, principalmente devido à textura densa e argilosa do solo. Além disso, criar um sistema agrícola sustentável em Marte envolve superar uma série de obstáculos, como temperaturas baixas, alta radiação e a falta de matéria orgânica decomposta, indispensável para o crescimento das plantas.
Reflexão do Blog da Engenharia sobre mercado Chinês
- A expansão do mercado aeroespacial chinês pode orientar inovações semelhantes nos sistemas sustentáveis de cultivo espacial.
- A China pode se tornar líder na pesquisa de solos extraplanetários, otimizando tecnologias para uso em suas missões lunares e marcianas.
- Com o investimento crescente em missões espaciais, a China poderia explorar soluções agrícolas apoiadas em tecnologias verdes adotadas em suas megacidades.
Via: https://www.space.com/the-universe/mars/food-grows-better-on-the-moon-than-on-mars-scientists-find