A engenharia no Brasil enfrenta um desafio crítico: a escassez de profissionais qualificados que ameaça não só o desenvolvimento de infraestrutura, mas também o avanço tecnológico e a capacidade competitiva do país. Este tema foi o foco do seminário “Conexões que Transformam”, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), que buscou debater estratégias para mitigar esta problemática. Com redução de mais de 25% nas matrículas de cursos de engenharia entre 2015 e 2023, segundo dados do Confea, e um alarmante índice de evasão universitária, a preocupação é crescente entre organizações, universidades e corporações do setor.
Desafios na Formação e Retenção de Engenheiros
O seminário destacou a grave evasão nos cursos de engenharia: de cada 100 alunos que iniciam a formação, apenas 35 concluem, e somente 15 registram-se para atuar profissionalmente. Isso representa uma perda significativa de potenciais engenheiros que poderiam contribuir para diminuir o já estimado déficit de 75 mil profissionais previstos para 2025, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento reuniu representantes de empresas, educadores e estudantes para discutir este cenário e propor soluções viáveis para reter futuros engenheiros e melhor alinhar a formação acadêmica às necessidades do mercado.
Integração Universidade-Empresa Como Solução
Uma das principais propostas do seminário foi intensificar a integração entre universidades e empresas. Esta parceria pode viabilizar estágios, programas de mentoria e a curricularização da extensão — que integra práticas reais ao currículo acadêmico. Com um evento programado para incluir mesas redondas, painéis e oportunidades de networking, o Crea-MG visa fomentar uma conexão direta que capacite os estudantes e crie profissionais prontos para os desafios do mercado assim que saírem da faculdade.
Inovações Tecnológicas no Campo da Engenharia
Diante da escassez de profissionais, a aposta na tecnologia é inevitável. O seminário apresentou soluções tecnológicas como o uso de materiais inovadores, tais como concreto com fibras e armaduras não metálicas, que podem otimizar processos construtivos e compensar a falta de engenheiros. A introdução de plataformas digitais para capacitação, como a Sympla, também representa uma inovação crítica para manter os engenheiros atualizados nas práticas e métodos mais modernos.
O Papel das Políticas Públicas e da Educação
Para alcançar mudanças sustentáveis, o seminário enfatizou a necessidade de políticas públicas robustas. Isso inclui incentivos para tornar a carreira de engenharia mais atrativa, bem como programas de requalificação contínua para atender à rápida evolução tecnológica. Uma agenda educativa que internacionaliza o currículo e agrega experiências práticas pode igualmente preparar melhor os futuros engenheiros, permitindo sua ação em projetos locais e internacionais.
Perspectivas Futuras e Planos de Ação
Os próximos passos incluem expandir o alcance dos seminários a outras regiões e fortalecer os programas que integram práticas reais durante a graduação. As recomendações do seminário propõem a implementação de campanhas que valorizem a engenharia como carreira estratégica e necessárias ao desenvolvimento nacional. A criação de metas claras para a aumento de matrículas e retenção dos estudantes nos cursos de engenharia será crucial para superar o desafio de escassez de profissionais no futuro.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- O debate levantado pelo Crea-MG ressalta a urgência de ações coordenadas para evitar o apagão de mão de obra na engenharia.
- Investir em tecnologia e inovação curricular pode atrair mais jovens para a área, além de elevar a qualidade na formação dos engenheiros.
- A integração prática entre universidade e mercado é fundamental para criar profissionais capacitados e conectados às demandas reais do setor.
Via: https://ofator.com.br/informacao/crea-mg-promove-seminario-para-discutir-escassez-de-profissionais-na-engenharia/