Nos últimos anos, as técnicas de estimulação cerebral não invasivas têm ganhado destaque como alternativas promissoras para tratar distúrbios mentais, como a depressão, o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e o vício. Especificamente, a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr) são reconhecidas por seu potencial de modulação da atividade neural em áreas específicas do cérebro. Estas novidades têm capturado a atenção tanto da comunidade médica quanto do setor de engenharia, gerando um interesse crescente por tecnologias seguras e eficazes.
Explorando a ETCC e seus Benefícios
A ETCC é uma técnica que utiliza uma corrente direta de baixa amplitude entregue através de eletrodos posicionados sobre o escalpo. Para tratar a depressão, o eletrodo anódico é frequentemente colocado sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (DLPFC), enquanto o catódico se posiciona sobre o DLPFC direito ou na testa contralateral. Estudos revelam que essa abordagem pode ter efeitos antidepressivos comparáveis ou ligeiramente inferiores aos medicamentos antidepressivos tradicionais, porém com vantagens superiores em relação a placebos ou simulações de estimulação.
Desempenho da EMTr: Uma Abordagem Precisa
Por sua vez, a EMTr envolve o uso de campos magnéticos para induzir correntes elétricas no cérebro, focando em regiões como o córtex cingulado subgenual anterior (sgACC), crucial para a regulação das emoções. Desde a sua aprovação pelo FDA em 2008 para o tratamento da depressão maior, a EMTr continua a ser uma opção terapêutica relevante, especialmente em cenários onde medicamentos e terapias convencionais falham em apresentar resultados satisfatórios.
Os Principais Stakeholders e suas Contribuições
A adoção dessas tecnologias é impulsionada pela colaboração entre diversos stakeholders: pacientes buscando soluções para depressão resistente a tratamentos, clínicos e pesquisadores envolvidos no desenvolvimento e testes das tecnologias, instituições de saúde que implementam essas terapias, e agências reguladoras que supervisionam sua aprovação e regulamentação. Com um mercado em expansão, empresas como Brainsway e Soterix Medical desempenham papel fundamental no fornecimento de dispositivos avançados de EMTr e ETCC.
Impacto e Futuro do Mercado de Estimulação Cerebral
A crescente aceitação dessas terapias não invasivas reflete seu impacto positivo no mercado de saúde mental. Além de ser uma solução econômica a longo prazo se comparada a medicamentos e hospitalizações prolongadas, estas terapias oferecem uma significativa melhoria na qualidade de vida dos pacientes, sem os efeitos adversos associados a tratamentos invasivos. Ademais, com a personalização dos tratamentos e avanços tecnológicos, espera-se um crescimento acentuado deste mercado na próxima década.
Desafios e Oportunidades
Apesar do otimismo, ainda há desafios a serem superados. Obstáculos regulatórios, necessidade de maior conscientização pública e acesso igualitário aos tratamentos são questões prementes. Ainda assim, existem oportunidades significativas para inovação, como o desenvolvimento de dispositivos portáteis e o aumento do uso de técnicas avançadas de imagem, como a fMRI, para guiar e aprimorar os tratamentos. Além disso, a combinação dessas terapias com medicamentos ou psicoterapias pode melhorar ainda mais os resultados.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- Adotar técnicas de estimulação cerebral não invasivas permite um avanço significativo na medicina personalizada, especialmente no tratamento de distúrbios mentais.
- Os profissionais de engenharia desempenham um papel crucial na inovação e desenvolvimento de dispositivos que melhoram a eficácia dos tratamentos.
- A integração contínua entre a engenharia e as ciências médicas é essencial para enfrentar os desafios e maximizar as oportunidades no tratamento de saúde mental.
Via: https://interestingengineering.com/innovation/noninvasive-brain-stimulation-device-can-help-treat-depression-ptsd-addiction