Vivemos em um mundo com uma crescente demanda por novos dispositivos eletrônicos, a cada período de um ano novos modelos de smartphones, computadores, tablets, entre outros com períodos mais longos como televisões, câmeras, impressoras e eletrodomésticos.
Sabe-se que nem tudo dura para sempre, eventualmente um dispositivo destes estraga e precisa ser substituído. Porém, o que fazer com o item que está sendo substituído e virou agora um lixo eletrônico? Acompanhe este artigo para um panorama atual.
Há diferentes modos de operar dispositivos eletrônicos descartados, seja simplesmente dando um novo destino, pois o mesmo encontra-se funcional e com defeitos estéticos, consertar a parte defeituosa e destinar a um novo usuário, ou ainda quando não há possibilidade de conserto a destinação para reciclagem.
Entretanto nem sempre isso ocorre, muitas vezes a destinação não é apropriada, como muitos outros tipos de lixo. Quando descartado juntamente com lixos orgânicos, cuja destinação são aterros sanitários na maioria dos casos. E mais lamentavelmente há o descarte dos mesmos em rios, matas entre outros locais inapropriados para descarte. Portanto o modo como estamos lidando com isso não é nada sustentável.
Volume de lixo eletrônico
O volume total cresceu 12,38% nos últimos cinco anos – abaixo da média mundial –, de 1,907 milhão de toneladas em 2016 para 2,143 milhões em 2019. Em termos de coleta e reutilização, o dado oficial mais recente é de 2012, de 140 toneladas. Utilizando dados disponíveis nos meios de divulgação o volume reciclado versus o volume de lixo descartado foi de 0,007%. O que coloca o Brasil em uma posição negativa quando observado percentualmente.
Observando em uma perspectiva global em 2019 o volume de lixo eletrônico gerado foi de 53.6 milhões de toneladas. Sendo que apenas 17.4% deste volume foram catalogados e reciclados de maneira adequada. Comparando números absolutos o volume de lixos eletrônicos reciclados desde 2014 vem aumentando a um passo de 1.8 milhões toneladas ao ano.
Entretanto o volume de dejetos gerados vem aumentando 9.2 milhões de toneladas. (ONU E-waste Monitor, 2020). Portanto esse descompasso mostra o porquê essa prática é insustentável.
Qual o destino correto para equipamentos eletrônicos?
Dado que os lixo eletrônicos ou e-lixo (do mesmo acrônimo em inglês e-waste), possuem uma composição complexa. Possuindo desde diferentes tipos de materiais até mesmo a materiais com contaminantes, metais pesados e materiais explosivos se expostos ao fogo como baterias. Locais de descartes apropriados precisam ser utilizados, para posterior seleção e destinação adequada.
Espaços devem possuir mecanismos que permitem a retirada apenas por pessoas autorizadas e capacitadas a operar os itens descartados. Motivo esse da instituição da Lei nº 12.305/10, conhecida também como Política Nacional de Resíduos Sólidos, que é muito mais abrangente do que só para e-lixos.
Entretanto, quando observada a situação do Brasil quanto a disponibilização dos coletores, apenas 13% dos municípios têm a disponibilização dos 5570 municípios e apenas 740 contam com os mesmos.
A lei acima mencionada é parte da solução dos problemas, pois ela exige que os fabricantes dos equipamentos tenham política de retorno dos mesmos, disponibilizando locais de coleta ou recolhimento dos e-lixos.
Considerando que o fabricante dos dispositivos normalmente não dispõe de toda uma estrutura necessária para reciclar o produto que ela produz, pois sua estrutura é feita para produzir não reoperar. Então com o intuito de cumprir com suas obrigações a empresa contrata empresas especializadas em fazer a logística reversa e reciclagem. Que por sua vez possuem postos de coletas especializados, e distribuem em locais de fácil acesso.
Estes coletores recebem o nome de PEV – Pontos de Entrega Voluntária, no qual a pessoa abdica dos itens ao depositar os mesmos. Operadoras de celular mantém em suas lojas locais para recebimento de celulares, baterias e tablets, algumas também aceitam outros itens, mas estes devem ser entregues juntos a uma declaração de posse.
Economia circular
Uma prática muito importante dado a escassez de recursos naturais, muitos elementos químicos necessários para contínua fabricação de equipamentos elétricos e eletrônicos são escassos na natureza. Devido a isso seu preço vem crescendo cada vez mais, pois há custos elevados para mineração dos mesmos na natureza também.
Portanto fechar o ciclo de produção com a reutilização de materiais de produtos reoperados, fazendo com que vários elementos voltem para produtos novos. Reduz impactos ambientais duas vezes, por não causar a poluição e por evitar novas explorações.
Segundo publicação da ONU o Brasil, deixa de aproveitar os benefícios de reutilizar os materiais que poderiam ser reoperados, e portanto deixar de ganhar em média US$2.2 bilhões por ano, pois acima de tudo o e-lixo se bem aproveitado pode ter muitos tesouros escondidos, basta que saibamos aproveitar, fazer coletas mais responsáveis e contribuir com a natureza, incentivos a pesquisa para esse ramo no Brasil deveriam ser mais abrangentes, dado o tamanho da riqueza que se esconde nessa montanha de lixo eletrônico.