A recente nomeação de André Leme da Silva Fleury Bonini, um advogado, para o cargo de diretor-geral de engenharia do Porto de Itajaí, suscitou uma série de reações e discussões no setor. Este evento ocorreu em 18 de março de 2025 e foi seguido de perto por críticas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC). A nomeação de Bonini surpreende em um contexto em que muitos esperavam um engenheiro ocupando um cargo técnico tão relevante, especialmente em um porto de importância estratégica como o de Itajaí.
Cenário da Nomeação e Resposta do CREA-SC
André Bonini foi nomeado diretor-geral em um momento de transição para o porto, que passou por um processo de federalização no final de 2024. A responsabilidade sobre a administração do porto foi transferida para a Autoridade Portuária de Santos (APS) no início de 2025. A escolha de Bonini, que não é engenheiro, foi fortemente questionada pelo CREA-SC. O presidente do conselho, Kita Xavier, destacou a relevância de ter um engenheiro no cargo: “Trata-se de um respeito para com os nossos engenheiros, agrônomos e geocientistas.”
Implicações Profundas para o Setor de Engenharia
A nomeação gerou um desconforto significativo dentro da comunidade de engenharia, que conta com cerca de 80 mil profissionais em Santa Catarina e 1,3 milhões em todo o Brasil. Essa decisão abre um precedente delicado sobre a ocupação de cargos técnicos por profissionais de outras áreas, potencialmente afetando a gestão técnica do porto. Isso levanta questões importantes sobre as qualificações necessárias para liderar operações de extrema complexidade técnica.
Regulamentações e Tendências do Setor
A legislação brasileira, incluindo a Lei Complementar nº 366 de 20 de dezembro de 2019 e a Lei Nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966, regula o exercício das profissões de engenharia e agronomia. Há uma tendência crescente de mobilização dos conselhos profissionais contra nomeações percebidas como incompatíveis com a natureza técnica dos cargos em questão. O caso de Bonini no porto não é isolado, refletindo preocupações mais amplas sobre a governança em setores altamente especializados.
Impactos e Desafios da Nomeação
Economicamente, enquanto os impactos diretos dessa nomeação ainda não são claros, o descontentamento entre os profissionais de engenharia pode influenciar a eficiência das operações. Socialmente, afetou a moral da categoria que vê seus direitos e competências sendo potencialmente usurpados. Adicionalmente, há obstáculos jurídicos em potencial, dada a resistência do CREA-SC em aceitar a nomeação sem contestação.
Próximos Passos e Oportunidades
O futuro próximo envolverá o acompanhamento do processo de reavaliação das normas de contratação pela APS, assim como a potencial intervenção legal do CREA-SC. É essencial para o sucesso das operações futuras que se procure alinhar a governança do porto com práticas reconhecidas de gestão técnica, assegurando que as nomeações sejam conduzidas com transparência e respeito às exigências legais.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- O debate em torno da nomeação de André Bonini evidencia a importância de um diálogo constante entre representantes técnicos e administrativos para garantir nomeações adequadas.
- A crescente integração de tecnologia na engenharia reflete a necessidade de lideranças técnicas bem informadas sobre inovações emergentes.
- As lições desse caso devem enfatizar a redefinição das estratégias de nomeação em cargos técnicos, priorizando a competência e a expertise pertinentes acima de tudo.
Via: https://portalmakingof.com.br/crea-sc-e-contra-nomeacao-de-advogado-para-a-diretoria-geral-de-engenharia-do-porto-de-itajai/