A engenharia de tráfego, um campo histórico e controverso, é novamente objeto de intensa crítica e revisão. O livro *Killed by a Traffic Engineer*, de Wes Marshall, traz à tona um problema subjacente: apesar das décadas de prática e “ciência” aplicada ao planejamento viário, a segurança dos usuários permanece uma preocupação secundária. O autor desafia preconceitos arraigados, defendendo que o foco excessivo na capacidade das vias e na fluidez do tráfego compromete a segurança pública, resultando em tragédias previsíveis e evitáveis.
Raízes Históricas da Engenharia de Tráfego
A engenharia de tráfego emergiu no início do século XX, no calor da crescente demanda por infraestrutura para veículos motorizados. Este campo, inicialmente experimental, rapidamente solidificou-se em normas que visavam eficiência e fluidez, frequentemente em detrimento da segurança. Críticas recentes, como as de Marshall, destacam a necessidade de reavaliar essas bases, revisando profundamente o paradigma que regula a concepção e operação das vias urbanas e rurais.
Stakeholders e Seus Impactos
Os engenheiros de tráfego, juntamente com órgãos públicos de transporte, são os principais atores mencionados por Marshall. No entanto, as consequências de projetos de engenharia mal planejados se refletem diretamente em motoristas, pedestres e ciclistas. Além disso, a comunidade científica na área de engenharia civil e de transportes é chamada a realocar seu foco e abordar os problemas subjacentes com soluções inovadoras e baseadas em dados.
Dados Alarmantes e Consequências
Desde 1899, cerca de quatro milhões de pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito nos EUA. Esse dado alarmante enfatiza a ineficácia dos métodos tradicionais de engenharia em garantir a segurança. Os números continuam a crescer, apesar dos avanços tecnológicos e das melhorias graduais nas práticas de engenharia. Isso aponta para uma lacuna crítica entre a teoria e a aplicação prática no design viário.
Oportunidades para Inovação no Setor
Diante de críticas e dos resultados negativos das práticas convencionais, surge uma oportunidade para inovações tecnológicas e metodológicas. Organizações e cidades ao redor do mundo têm experimentado o urbanismo tático, adotando medidas como “road diets” e ruas completas que incentivam modos de transporte ativos e seguros. A utilização de big data e análises preditivas também é uma promessa para preemptivamente identificar riscos e adaptar projetos às necessidades reais de segurança.
Implementação de Novos Paradigmas
Para que se efetive uma mudança ampla e segura nas vias, é crucial a formulação de políticas públicas baseadas em dados confiáveis e na avaliação contínua dos padrões de segurança. A capacitação de engenheiros de tráfego nas novas tecnologias e metodologias de segurança deve ser uma prioridade, assim como o estímulo à participação cidadã nos processos de planejamento urbano.
Reflexão do Time do Blog da Engenharia
- A crítica aos engenheiros de tráfego destaca a necessidade urgente de revisão nos métodos e práticas adotadas ao longo das décadas.
- É essencial que novas tecnologias sejam integradas não apenas visando a capacidade de tráfego, mas, sobretudo, aumentando a segurança dos usuários das vias.
- Histórias de sucesso em cidades que priorizaram o design centrado no ser humano servem como inspiração e modelo para reformas significativas no planejamento viário.
Via: https://www.sciencefriday.com/articles/killed-by-a-traffic-engineer-book-excerpt/