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“Quiet quitting”: o perigo a longo prazo

Recentemente, lendo algumas matérias e conversando com amigos e colegas de trabalho, me deparei com um movimento que vem ganhando cada vez mais adeptos entre as gerações millenials (nascidos entre 1982 até meados dos anos 90) e geração Z (a partir dos anos 2000) e me chamou bastante atenção não apenas do que se tratava, mas na proporção que vem tomando e principalmente o impacto que isso tende a gerar a curto e longo prazo no mundo corporativo.

O termo “quiet quitting” – desistência silenciosa em tradução livre, também caracteriza como fazer o mínimo necessário a fim de se manter empregado, sem exceder horários, muito menos as atividades para qual foi contratado, ou seja, o funcionário cumpre apenas o que foi estabelecido em seu contrato de trabalho, nem mais, nem menos.

É entendível esse assunto vir à tona após um período de pandemia onde muitos se deram conta do tanto que suas vidas estavam em função de sua vida profissional e não encontravam equilíbrio para as outras áreas da vida, como pessoal, emocional e familiar. Acredito que assim como eu, você soube (ou pode ter vivenciado) de pessoas que tiveram burnout (distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresses provocados por condições de trabalho desgastante) por consequência e começaram a reavaliar e repensar seus estilos de vida e até que ponto toda aquela dedicação excessiva estava compensando.

A questão é que nenhum sucesso profissional, qualquer que seja a área ou ocupação (CLT, autônomo, empresário, etc) compensa uma vida pessoal, familiar e ou emocional fracassada. Pode parecer utopia, mas ao contrario do que muitos possam acreditar ou vivenciar, é possível sim encontrar esse equilíbrio. Não estou aqui dizendo que é fácil, e sim possível e para quem estiver disposto a ter.

CADA ESCOLHA, UMA RENUNCIA E SUA(S) CONSEQUENCIA(S)

Meu objetivo aqui não é dizer o que é certo ou o que é errado, quem sou eu. Mas te trazer a reflexão que toda escolha requer uma renúncia e existe sim uma consequência, seja ela boa ou ruim. A vida é assim: você não planta maçã e colhe laranja. Mas esteja consciente das suas escolhas e principalmente seja responsável por elas.

O que mais percebo são profissionais – e isso não é uma exclusividade apenas das gerações millenials e geração Z – terceirizando suas carreiras. Como assim? Você já viu alguém que passa a vida reclamando do seu trabalho, que não é valorizado, que recebe pouco, que trabalha muito, que não tem vida, que isso, que aquilo?

Eu conheço várias pessoas assim, amigos próximos inclusive! Quando me deparo com essas situações eu penso: tudo bem, mas e o que essa pessoa tem feito para mudar esse cenário caótico?

CORAGEM PARA MUDAR

Mais uma vez, não estou aqui dizendo que é fácil, mas é possível. Eu mesma já vivenciei diversas experiências, por exemplo: já tive chefe que abusava psicologicamente onde era humilhada e quase todos os dias ia para o banheiro chorar, e não ganhava pouco não tá, e tinha um bom cargo de liderança. Mas eu entendi que mesmo com tudo isso, salário alto, cargo importante não compensava o que eu passava.

E o que eu fiz? Aquilo que somente eu poderia fazer por mim mesma, buscar outra oportunidade que fizesse sentido na minha vida. Foi rápido? Não. Foi para algo que eu ganhava mais? Não, menos ainda. Mas por hora, o fato do meu psicológico não ser afetado, já estava bom, mas ainda não era onde eu almejava chegar.

Se você, assim como eu, também vive uma realidade em que se eu não fizer por mim, ninguém vai fazer, e muito menos cair do céu, continue por aqui.

E é aí que mora o perigo. Nem tudo serão flores na carreira, sempre terá uma renuncia e um preço a se pagar por isso. Pode acontecer de você ter a oportunidade de trabalhar viajando e isso pode significar menos tempo com a família, menos tempo de vida social, mas para o objetivo que você tem, faz sentido?

Ou se você vai morar em outra cidade, precisar começar uma nova vida, longe de tudo e de todos e fizer sentido, porque não? Ou se você almeja grandes cargos ou salários, terão momentos em que você vai precisar sim fazer além do que foi contratado, ou trabalhar mais horas além do combinado e muitas outras coisas que vão fazer você se diferenciar dos demais. Isso é errado? De forma alguma se fizer sentido para você.

ASSUMA O CONTROLE

O meu objetivo é trazer essa reflexão para sua vida. Não existe certo ou errado. Existe aquilo que você decide fazer e se responsabilizar por isso.

E o que mais acho engraçado é quando acontece uma vitória é mérito da pessoa. Na derrota, a culpa é do colega, ou do chefe, ou da mãe/pai, do namorado, do mundo, da vida.

Isso que precisamos eliminar de nossas vidas. Assumir o controle dela e principalmente nos responsabilizar por ela.

Nunca, jamais, em hipótese alguma culpe alguém por seus fracassos.

Assuma o controle de sua carreira. Tenha objetivos atingíveis. Trace metas e crie estratégias para conquista-los, mas não se esqueça que tudo na vida precisa de equilíbrio, ainda que em alguns momentos você precise sacrificar um pouco um lado.

“Você é livre pra tomar decisões, mas escravo das consequências”. Não se esqueça!

Sucesso e até a próxima!

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