Nosso amigo e parceiro “Engenharia É” postou um artigo sobre um acelerador de partícula, e como ele funciona. Sendo o único e gigantesco acelerador de partículas do Brasil; a única fonte de luz Síncrotron da América Latina. Tudo bem, mas pra quê que serve tudo isso, hein?!… “Aqui, o objetivo é ter os elétrons circulando em um anel e, ao fazerem as curvas dentro desse anel, eles emitem radiação em uma outra frequência. É a melhor fonte de geração de energia eletromagnética para estudar qualquer tipo de material que você pode imaginar”, explica Antônio José Roque, diretor do Laboratório Nacional Luz Síncotron.
Para ser mais específico, esse equipamento produz uma espécie de “super raio-x“. Lembra, no colégio, quando estudamos que tudo é composto por moléculas e elas, por sua vez, são repletas de átomos?! Então, esses átomos têm seus núcleos envoltos por elétrons. E as propriedades de qualquer material dependem exatamente de como esses elétrons estão dispostos no espaço. E é isso que esse “super raio-x” faz: interage e analisa a estrutura e posicionamento desses átomos. “Um exemplo que as pessoas conhecem bem: o diamante e o grafite. Ambos são compostos pelos mesmos átomos, o carbono. Mas a maneira como esses átomos se arranjam no espaço muda completamente as propriedades. Por isso o diamante é duro e valioso, e o grafite é macio e barato”, comenta o professor.
Dentro deste circuito existe uma radiação eletromagnética de extremo brilho. Como uma espécie de faísca, ela parte desta fonte inicial e é altamente acelerada nesta primeira fase por bobinas e imãs de altíssima potência. Uma vez “em órbita”, viajando na velocidade da luz, ela é forçada a fazer curvas bruscas. E nessas curvas, como se fosse um caminhão carregado de areia, algumas partículas escapam: esta é a tal luz síncrotron, que é captada nessas estações de pesquisa e serve para estudar qualquer tipo de material na sua menor essência. Além de estudar, é possível, por exemplo, criar novos materiais com certas propriedades que ainda não existem, como cabos para a indústria do petróleo trabalhar no pré-sal, e até novos medicamentos. “Uma determinada doença é causada por uma bactéria ou vírus. Na bactéria, você tem uma série de proteínas e macromoléculas lá dentro. Você pode tentar achar uma molécula que vai interagir com uma determinada proteína daquela bactéria. Aí você isola a proteína, entende a estrutura dela – e para isso você utiliza o Síncroton – e alguém pode desenhar um remédio, que pode ser uma molécula que vai grudar naquela proteína e impedir que ela atue da forma tradicional. E assim, você consegue matar aquela proteína”, explica o professor.
Com mais de 80% de mão-de-obra e desenvolvimento de tecnologia brasileiras, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron mantém o Brasil na fronteira do conhecimento e com um pé sempre no futuro. A boa notícia é que nos próximos cinco ou seis anos, a gente deve ganhar um novo anel, cinco vezes maior do que este e ainda mais moderno.
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