É fácil fazer. Eis o slogan improvável de uma plataforma colaborativa de robótica, a Robô Livre. O projeto começou em 2005, durante a pesquisa de mestrado em engenharia mecânica de Henrique Foresti, 34. Ele colocou na internet todo o planejamento de um robô que estava construindo para quem quisesse conhecer, copiar ou transformar o objeto. Em seguida, começou a ensinar robótica em uma escola pública do Recife, onde vive.
Hoje, a iniciativa mantém centros de pesquisa em 3 escolas públicas (além de mais 3 privadas) da capital pernambucana. Cada uma recebe um técnico do projeto duas vezes por semana. Eles ensinam a fazer protótipos e tiram dúvidas dos alunos. A metodologia foi pensada para não se restringir ao ensino do encaixe de peças, com base em manuais. O que se faz é promover a experimentação da tecnologia, estimulando a curiosidade e a criatividade.
Nos dias em que os monitores não estão nas escolas, o contato pode ocorrer por telefone, e-mail ou videoconferência, e também por uma rede social criada pelo projeto há dois anos. É um espaço em que os usuários trocam informações e arquivos por meio de licenças abertas. “A ideia era ampliar o trabalho para outros níveis de ensino, faixas etárias e lugares”, diz Foresti.
Muitos alunos têm participado de campeonatos nacionais e internacionais de robótica, mostrando que o maior mérito da Robô Livre é trazer perspectiva de vida aos alunos. “A transformação se dá quando esses jovens passam a dominar tecnologias que eram vistas como complexas e distantes de sua realidade”, diz Foresti, que se orgulha de que muitos estudantes antes sem intenção de fazer faculdade agora já pensam no vestibular. O que vão prestar? Engenharia, é claro.
Via Revista Galileu