Por muitas vezes acessamos a internet dos nossos smartphones, mas até o simples ato de carregar uma página da web se torna um desafio. Entretanto, vocês já perceberam que em determinados horários esse problema é mais recorrente? É isso que vamos discutir aqui: Horário de pico da rede móvel.
Segundo a pesquisa da Opensignal, a velocidade da internet móvel no Brasil chega a ter uma queda de 57% no horário das 20h. Contudo, os melhores horários de acesso a rede móvel são pela madrugada, com seu pico por volta das 4 da manhã. Mas, você imagina porque essa diferença de velocidade existe? Então, vamos entender o porquê isso acontece.
Porque as redes móveis congestionam?
Nessa nova realidade de pandemia que vivemos, o consumo de internet aumentou consideravelmente. No dia 23 de março, segundo a IX.Br o fluxo de tráfego de internet chegou a 11 TBits/s, o que é quase três vezes maior que a média em 2019 (4,69 TBits/s).
Um estudo de 2019 divulgado pela Anatel, apontou que existem cerca de 228 milhões de linhas telefônicas móveis ativas no Brasil, um número bastante alto. Porém, é essa alta quantidade que causa o congestionamento da rede, pois a alta demanda de envio de pacote de dados simultaneamente, sobrecarrega a rede. O horário que mais acontece esse alto tráfego de dados fica compreendido entre as 18 e 20h.
Quando acessamos um site, uma solicitação de acesso é enviada ao servidor, que pode estar próximos ou não de onde estamos. O servidor armazena o conteúdo daquele determinado site e possui um caminho de envio de dados, que pode ser alterado para outro mais lento, se houver congestionamento.
Porém, na telefonia móvel, por não possuir um caminho físico (fibra óptica, cabos), é mais afetada que a rede de internet fixa. O Brasil, em 2020, chegou ao número de 100 mil antenas de telefonia instaladas em seu território.
Contudo, mais de 4 mil pedidos de instalação de novas antenas, foram feitos pelas empresas de telefonia as prefeituras nas grandes metrópoles, mas há dificuldades legais para implementação.
“Instalar antenas no Brasil, mesmo tendo investimentos disponíveis para tal, não é tarefa fácil. Há no País mais de 300 leis municipais que dificultam e muitas vezes impedem a instalação dessa infraestrutura. Em muitos municípios faltam legislações mais modernas, o que impede o avanço ainda mais rápido das redes”, afirmou Marcos Ferrari, Presidente executivo do SindiTelebrasil.
A solução no 5G
Antes de seguirmos a diante é importante conhecermos dois conceitos importantes relacionados com nossa conexão: latência e largura de banda. Latência, em termos simples, é o tempo que um pacote de dados leva para se deslocar de um ponto a outro, já largura de banda é a medida da capacidade de transmissão de uma rede, determina a velocidade com que os dados irão trafegar na rede.
Em questão de latência, temos o 4G que os fornece em média cerca de 80 ms de tempo pra levar um pacote de dados de um ponto a outro, o 4.5G, uma geração evoluída do 4G, fornece uma latência de 20 ms. Contudo, o 5G vem com uma latência variando entre 1 e 4ms de tempo, redução considerável em relação a gerações anteriores.
Levando em conta a deficiência de velocidade que sofremos atualmente no horário de pico, o 5G promete resolver esse problema. Hoje, temos um velocidade média de 18 Mbit/s no Brasil. O 5G em um estudo da UIT (União Internacional das Telecomunicações) conseguiu chegar a picos de 20 Gbit/s de velocidade de download.
Embora, em situações normais de conexões rotineiras, não esperamos essa velocidade, já é um indicativo de que, com a chegada do 5G a velocidade de conexão terá um upgrade muito grande.
Enfim, a verdade é que hoje só temos que esperar o 5G chegar ao Brasil para termos uma conexão estável em todos os horários do dia. Por enquanto, vamos seguindo com essas falhas em nossa conexão, procurando utilizar em horários de menor demanda, ou esperar uma infraestrutura melhor em nossas cidades para minimizar os efeitos do congestionamento.