A mulher vem cada dia mais ocupando ambientes antes dominados quase que exclusivamente por homens, como por exemplo, no setor de saneamento.
Ainda existe um tabu por de trás de mulheres comandando obras de saneamento, pois se imagina que este setor exija um grande trabalho físico, devendo assim ser administrado por homens.
Uma vez que o saneamento possui uma vastíssima área de atuação, eis ai um erro crasso, pois este setor consegue absorver mão de obra feminina em seus diferentes graus de especialização. Vamos conferir?
Atuação feminina no setor de saneamento
A realidade da mulher que administra o uso de recursos hídricos dentro de sua casa, chegando a se deslocar 6 km por dia, em países pobres, transportando 20 litros de água para uso doméstico ( Fundo de População das Nações Unidas- UNFPA) não resume a função feminina dentro do saneamento.
Ao passo que a atuação da mulher no saneamento vem aumentando, confirma-se que a função de gerenciar e executar obras de saneamento para toda a sociedade, é sim tarefa de mulher.
Mulheres que trabalham no setor da engenharia sanitária já atuam nas mais diversas áreas, como por exemplo:
- Dimensionamento de projetos de saneamento, drenagem pluvial, limpeza urbana e pavimentação;
- Desenvolvimento de projetos básicos,
- Elaboração de planos de saneamento;
- Operação e manutenção de sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, estações de tratamento e gestão de resíduos;
- Levantamentos topográficos;
- Medições de vazões;
- Elaboração de estudos e pareceres técnicos;
- Estudos hidráulicos de rede;
Entretanto, vale ressaltar que setor do saneamento ainda abrange advogadas, administradoras, auxiliares de laboratório, entre outras profissionais que irão compor este mercado.
Desafios do setor para as mulheres
Os papéis sociais vistos como femininos ou masculinos ainda influenciam bastante as escolhas de profissões e as desigualdades salariais.
Toma-se por exemplo, o trabalho doméstico remunerado ser uma das ocupações que possuem maior incidência de mulheres no Brasil.
Frequentemente, as obras de engenharia, são executadas e administradas por um público majoritariamente masculino.
Vê-se o escopo dos serviços de saneamento, observa-se o maior déficit de mulheres em serviços de campo, nos quais, em geral, são consideradas com menos força bruta para atuar. O que é totalmente equivocado.
Em suma, transpor este desafio requer que o profissional que atuará em campo tenha seu conhecimento e experiência analisados para concluir se será capaz de executar o serviço, não devendo ser uma decisão tomada com base em fatores biológicos.
“O papel da mulher no saneamento é o mesmo papel de todos os outros profissionais (homens, mulheres), que é o de promover as ações de melhoria da qualidade de vida e de saúde da população e do meio ambiente. Particularmente, a mulher enfrentou e ainda enfrenta grandes desafios porque temos setores que têm uma predominância de homens, principalmente no setor de saneamento… Rosana Dias, coordenadora da Agência Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES
“Ninguém nasce mulher…”
Deve-se extinguir as definições de atividades femininas ou masculinas, mas sim atividades desenvolvidas por pessoas, de acordo com suas expertises, formações e aptidões.
Quando ainda se depara com a necessidade de falar sobre a participação da mulher em certas áreas, indica que talvez ainda não se tenha transposto todas as barreiras ainda existentes, mas que com certeza estão na eminência de ruir.
Em conclusão, não só como usuárias dos produtos do saneamento, a mulher está presente nas diversas frentes para levar a água e saneamento a todos e está disposta a enfrentar quaisquer que sejam os desafios no caminho, não sendo limitadas por fatores de gênero.