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Você conhece todos os tipos de Pavimento?

Existem diversas formas de projetar um PAVIMENTO e cada metodologia tem suas particularidades. As pessoas trabalham muito com sistemas convencionais e acabam se esquecendo das inúmeras variações que o mercado oferece. Você sabe o que é um Pavimento Perpétuo? Já trabalhou com WTUD? Então leia o artigo até o final e fique por dentro de tudo!

O que é um PAVIMENTO?

Podemos dizer que é uma estrutura com camadas de diferentes materiais, construída para resistir a esforços de cargas variáveis e repetitivas que se deslocam sobre a estrutura, e também a ações ambientais num determinado tempo de projeto.

O tema é delicado uma vez que o Brasil possui mais de 52% da malha rodoviária federal em situação caracterizada como REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO. Este é um dado alarmante divulgado pela CNT (Confederação Nacional de Transporte).

Fonte: os autores.

De acordo com o Glossário de Termos Técnicos Rodoviários do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem é uma “Estrutura construída após a terraplenagem, destinada a resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais oriundos dos veículos, a melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança e a resistir aos esforços horizontais, tornando mais durável a superfície de rolamento”.

Tipos de PAVIMENTO!

Existem diversas técnicas de projeto para se executar um pavimento. Dentre elas podemos citar:

  • Pavimento Rígido;
  • Pavimento Semirrígido Tradicional;
  • Pavimento Semirrígido Invertido;
  • Pavimento Flexível;
  • Pavimento Perpétuo;
  • WTUD.

Pavimento RÍGIDO

Fonte: os autores.

Em geral, são compostos por uma camada superficial de concreto de cimento Portland sobre a sub-base granular ou com cimento, sendo assentada sobre o subleito ou reforço do subleito.

A principal característica é sua elevada rigidez em relação às camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões do tráfego.

Contudo as manutenções são mais lentas, se comparadas as manutenções do pavimento flexível, devido ao tempo de cura do concreto. Outra desvantagem é a falta de empresas especializadas no Brasil, o que resulta em baixa qualidade, erros ou deficiências no controle tecnológico.

Pavimentos SEMIRRÍGIDOS

Possuem um nível de deformação intermediário em comparação entre o rígido e o flexível.  Os Tradicionais possuem um revestimento com camada asfáltica, base cimentada e sub-base granular. Já os Invertidos contam com a camada de revestimento asfáltica, a base é granular e a sub-base cimentada.

 Pavimento FLEXÍVEL

O tipo  mais utilizado é o Pavimento Flexível. Sua principal característica é que todas as camadas sofrem deformação elástica sob carregamento, então, a carga se distribui em parcelas aproximadamente iguais. São compostos por revestimento asfáltico, base, sub-base e quando necessário o reforço do subleito. As camadas inferiores ao revestimento são compostas por materiais granulares, solos ou misturas de solos, sem adição de agentes cimentantes. Os pavimentos asfálticos em geral demandam menores investimentos e resolvem bem as necessidades de projeto, mas necessitam de constantes manutenções.

Pavimento PERPÉTUO

Aquele que possui todas as camadas com material asfáltico, desde o revestimento até a sub-base. Sua durabilidade estimada é de 50 anos. Então se torna uma opção que não requer custos de manutenção nas camadas estruturais, porém é necessário um investimento alto durante a implantação. A ideia é ter de fato um pavimento que seja permanente, perpétuo.

WTUD

O WTUD (Whitetopping Ultradelgado) é a aplicação de uma camada de até 10cm de revestimento em Concreto de Cimento Portland, sobre uma estrutura de pavimento flexível. Trata-se de uma metodologia que deve ser executada somente se o revestimento do pavimento flexível não apresentar patologias (trincas) consideráveis, uma vez que a camada de revestimento asfáltico vai ser responsável por dividir parte das tensões de tração.

Qual o melhor tipo de PAVIMENTO? Como escolher uma opção?

A escolha do pavimento ideal para cada projeto vai depender de alguns fatores, como por exemplo o volume de tráfego, as propriedades geotécnicas do local, o investimento disponível, a oferta de materiais no mercado, mão de obra e maquinários disponíveis para execução dos sistemas, o tipo de drenagem que será utilizado e alguns outros.

Não existe um tipo de pavimento que seja mais indicado para todo tipo de situação. Cada um possui características exclusivas que os diferenciam dos demais e suas particularidades vão influenciar na escolha.

Ressaltando que para um mesmo empreendimento podemos ter mais de uma concepção de projeto que satisfaça as necessidades do local. Cabe aos engenheiros a escolha do sistema que melhor atenda a situação.

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Este artigo foi produzido de forma compartilhada entre o Eng. Lucas Ribeiro, Colunista do Blog da Engenharia do tema Infraestrutura Rodoviária e Beatriz Fieldkircher , graduanda de Eng. Civil de Infraestrutura pela Universidade Federal de Santa Catarina e apaixonada pela Engenharia Rodoviária. Esta parceria faz parte do Projeto “Rodovias: Conhecimentos Compartilhados”.

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