Categorias
human eye

Setembro Amarelo – Precisamos falar disso!

Antes de tudo, o Setembro Amarelo é dedicado à prevenção e conscientização contra o suicídio. Nosso país (Brasil) é o oitavo a ter casos de suicídios, sendo a maioria cometida por homens. A Organização Mundial da Saúde (OMS) procura atentar os governos para este assunto, considerando como um dos grandes problemas atuais. Cerca de 12 mil suicídios são registrados todos os anos no Brasil, sendo 1 milhão no mundo. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. Em 2012 foram registradas 11.821 mortes, cerca de 30 por dia, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres.

Ranking casos/ ano:

1º – Índia (258 mil)
2º – China (120 mil)
3º – Estados Unidos (43 mil)
4º – Rússia (32 mil)
5º – Japão (29 mil)
6º – Coreia do Sul (18 mil)
7º – Paquistão (13 mil)
8º – Brasil (12 mil)
9º – Alemanha (11 mil)
10º – Bangladesh (10 mil)

Fonte: Clique aqui.

Gui, o que tirar desses dados?

Com esses dados que eu trouxe para você, é possivel perceber que cada vez mais o sofrimento emocional vem se tornando mais intenso e recorrente. É uma falsa sensação de “fim do sofrimento”, e é o que faz com que estas pessoas acabem tirando as suas próprias vidas. Trata-se de uma triste realidade infelizmente, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens atualmente.

Acompanhe agora estes seguintes números: 79% dos suicídios ocorreram em países de baixa e média renda em 2016. Ou seja, a pobreza foi responsável por 1,4% de todas as mortes no mundo, tornando-se a 18ª causa de morte em 2016. Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), 2017.

Esses dados de suicídios nas últimas décadas alertam sobre a importância de falar sobre o assunto em países menos desenvolvidos com poucos recursos para combater e colocar em prática medidas ante essa prática. Porém, ainda há muito tabu acerca do tema, mas coloca-lo é importante para evitar a perda de mais vidas.

O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas. É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma interação de fatores psicológicos e biológicos, genéticos, culturais e socioambientais. É o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito.

A Origem do Setembro Amarelo

E assim, para trazer a tona de uma vez por todas o Setembro Amarelo é um movimento que ganha cada vez mais força como pauta mundial. É uma campanha, que mobiliza a sociedade para conscientização sobre o tema, falando sobre como identificar sinais da ideação suicida, como ajudar ou buscar ajuda.

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. Um jovem conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.

Porém, aos 17 anos (perto de completar 18) em 1994, Mike cometeu suicídio,  Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida.

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país.

Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde(OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha.

Setembro Amarelo

Mitos sobre o comportamento suicida

Vamos agora procurar entender melhor o que é mito e o que são verdades sobre o tema, assim podendo ajudar melhor a todos que estão enfrentando esse sofrimento.

Mitos:
  1. O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. (FALSO. Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença! Que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio).
  2. Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida. (FALSO. O risco de suicídio pode ser  tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco).
  3. As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção. (FALSO. A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar).
  4. Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco. (FALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem).
Setembro amarelo
Fonte: Pixabay, 2021.

Fatores de risco e de proteção: como identificar.

Os médicos ainda não podem prever exatamente quem irá se suicidar, mas podem tentar reduzir os riscos. O detalhado conhecimento dos fatores de risco pode auxiliar os médicos a delimitarem populações nas quais os eventos poderão ocorrer com maior frequência, e pessoas próximas a ajudar a identificar.

Os dois principais fatores de risco são:

1- Tentativa prévia de suicídio:

Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente.

2- Doenças:

Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada.

Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco.

Fatores de risco, outros:

1-Desesperança, desespero, desamparo e impulsividade:

Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são fortemente associados ao suicídio. É preciso estar atento, pois a desesperança pode persistir mesmo após a remissão de outros sintomas depressivos. Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como importante fator de risco.

2- Idade:

O suicídio em jovens aumentou em todo o mundo nas últimas décadas e também no Brasil, representando a terceira principal causa de morte nessa faixa etária no país. Os comportamentos incluem: humor depressivo, abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância.

O suicídio também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do cônjuge, solidão, existência de enfermidades degenerativas e dolorosas; sensação de estar dando muito trabalho à família e ser um “peso morto” para os outros.

3- Doenças clínicas não psiquiátricas:

Doenças clínicas não psiquiátricas foram associadas ao suicídio de maneira independente de outros dois fatores de risco bem estabelecidos, como a depressão e o abuso de substâncias.

As taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer; HIV; doenças neurológicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico; doença pulmonar obstrutiva crônica; além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmico. Os sintomas não responsivos ao tratamento e os primeiros meses após o diagnóstico também constituem situações de risco.

4- Eventos adversos na infância e na adolescência:

Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, entre outros fatores, podem aumentar o risco de suicídio. Na assistência ao adolescente, os médicos, os professores e os pais devem estar atentos para o abuso ou a dependência de substâncias associados à depressão, ao desempenho escolar pobre, aos conflitos familiares, à incerteza quanto à orientação sexual, à ideação suicida, ao sentimento de desesperança e à falta de apoio social.

5- Fatores sociais:

O sociólogo Emile Durkheim assinalou, no século XIX, um conceito de laço social que ainda hoje nos é muito útil. Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores seriam as taxas de mortalidade por suicídio.

Este conceito sociológico pode ser transposto para o nível individual: quanto menos laços sociais tem um indivíduo, maior o risco de suicídio. As pessoas que emigram são, pela sua própria definição privada de apoios sociais estáveis, mais suscetíveis ao suicídio. No entanto, novamente o próprio fato de migração não deve ser utilizado a fim de minimizar a importância de perturbações mentais, quando estas estão presentes.

Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados têm maior risco de suicídio: a taxa referente a mortes deste tipo aumenta em períodos de recessão econômica, principalmente nos três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego.

De fato, dos que morrem por suicídio, cerca de 50% a 60% nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida.

Metade dos que morrem por suicídio foram a uma consulta médica em algum momento do período de seis meses que antecederam a morte,  80% foram ao médico não psiquiatra no mês anterior ao suicídio. A prevenção não deve se iniciar apenas nos centros com foco em saúde mental, mas deve ser observada em todos os âmbitos do sistema de saúde.

Saiba como identificar sinais e como ajudar quem pode estar enfrentando ideias suicidas, com o vídeo a seguir do psiquiatra Dr. Alfredo Maluf, do Hospital Albert Einstein.

Peça ajuda, não hesite!

Se você está passando por um momento difícil e perceber que não consegue lidar com suas angústias sozinho, busque ajuda. Sempre temos alguém para nos ajudar, jamais estamos sozinhos ou somos um peso para aqueles que nos amam! O apoio profissional pode ser muito importante para superar uma fase difícil ou receber o diagnóstico correto para um tratamento efetivo.

Psicólogo vs Psiquiatras

Psicólogos e psiquiatras são profissionais da saúde que podem ajudar, no tratamento, tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quanto de forma privada. O psicólogo auxilia você a lidar com as angústias e desenvolver ferramentas para superá-las, e até encontrar o que lhe deixa assim. Enquanto o psiquiatra pode indicar o tratamento com medicamento para combater os sintomas depressivos, ansiosos e demais.

A ocupação com maior taxa de suicídio é a que envolve lei e proteção, como policiais e bombeiros (5,3 a cada 1 milhão de trabalhadores), seguida por agricultores, fazendeiros e indivíduos envolvidos em atividades florestais (5,1 para 1 milhão).

188 – Centro de Valorização da Vida (CVV)

A organização é reconhecida como Utilidade Pública Federal desde a década de 1970. O Centro de Valorização da Vida (CVV) trabalha para oferecer suporte emocional e realizar a prevenção do suicídio. 

Voluntários ficam à disposição 24 horas para oferecer atendimento pelo telefone 188 ou pelo chat online no site. O atendimento é anônimo e realizado por voluntários que guardam sigilo.


Clique aqui se precisar imediatamente de ajuda!


Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Faculdade de Minas (Faminas) já registraram casos de tentativas e suicídios de seus estudantes do curso. De acordo com estudo realizado, em todo o Brasil, pela Universidade de São Paulo (USP), 41% dos estudantes apresentam sintomas depressivos e 81,7%, estado de ansiedade.

Setembro amarelo
Fonte: Pixabay, 2021.

Chegou até aqui?

Você chegou até aqui então, e provavelmente você está em uma fase difícil, afinal, a vida virou de cabeça para baixo né? Uma crise no país, quase 2 anos de pandemia e perdemos muitos que talvez nos ajudavam e davam força. Provavelmente, você chegou aqui procurando uma forma de escapar ou procurando saber como ajudar alguém próximo, e nos dois casos, seja qual for o seu, já sei que você é FODA.

Dar os primeiros passos para sair de uma crise existencial, trabalho, família, relacionamento… é muito difícil! Superar os olhares de julgamento, ouvir muitas coisas que machucam e não ajudam em nada é difícil demais, e por isso além de foda, você é muito FORTE.

Você não está sozinho, você não é “maluco”, você só precisa de ajuda para superar uma fase difícil e garanto que irá conseguir.

Mas, quem é você para falar isso?

Sou apenas um rapaz, que tem muito motivos para ser feliz, para viver e correr atrás da felicidade, mas está em uma fase que ainda não entende bem. Mas, que procurou ajuda profissional, se avaliou, escutou pessoas próximas e viu que não  estava bem.

Sou um rapaz que me preocupo e me cobro muito para ser melhor todos os dias, as vezes o corpo cansa, a mente pede socorro e TUDO BEM, vamos atrás da melhora, de superar as barreiras de tentar identificar os problemas. Louco é aquele não se preocupa com seu futuro e com seus problemas!

O objetivo deste artigo é ajudar você, seja qual for seu motivo. Assim, como tive ajuda! Entender e falar sobre o tema não é fácil não, mas devemos. Espero ter lhe ajudado, deixe um comentário se foi útil a você.

Procure ajuda!

human eye


Base para escrita

Origem do Setembro Amarelo: Como surgiu o movimento de prevenção do suicídio (gntech.med.br)

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA (ABP) SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

Raio X do Suicídio No Brasil e no Mundo

Postagens Relacionadas