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white and black houses on green grass field under white sky during daytime

Qual o cenário para 2023 no agro?

Antes de tudo, eu estava lendo minha newsletters preferida de manhã. Onde, uma das notícias falava sobre uma sequência de altas dos preços agrícolas desde a década de 90. Nesse sentido, pude confirmar o canário que tenho acompanhado a quase 1 ano trabalhando na área fiscal econômica rural, e que pude começar a ouvir na época de técnico em agropecuária e agora na gradução em agronomia. Portanto, queria compartilhar com você, um pouco mais do cenário atual.

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O que está sendo dito?

Então, na nóticia de título “Preços agrícolas têm a maior sequência de altas em 30 anos“, era dito alguns cenários que coborroravam para esse aumento de preço. Como por exemplo: seca e frio que assolaram áreas agrícolas brasileiras, a guerra entre Rússia e Ucrânia e custo alto de produção.

E sim, é exatamente isso e um pouco mais. Se formos somar a reabertura do mercado chinês, as coisa podem piorar. Pois, para sanar a necessidade da China, eles são os maiores consumidores do mundo, gerando uma baixa de estoque mundial, não só brasileiro.

Seca e Frio

Primeiro, vamos olhar as imagens abaixo:

seca,
A imagem é um dos produtos de satélite que fazem parte do portfólio de monitoramento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

No mapa acima, as cores mostram o volume de água contido na superfície do solo, a uma profundidade de até 5 cm, onde quanto mais próximo ao ciano mais úmido e ao marrom mais seco. Conforme indicado pelo Lapis a situação de seca e estresse hídrico predominou nas regiões Sul, Centro-Oeste, Sudeste e oeste da Amazônia.

 frio,
mapa da anomalia de temperatura máxima do ar. Fonte: Laboratório Lapis.

De acordo o com o mapa acima do Lapis, as áreas do Brasil com temperaturas mais frias que o normal.

Então, nem todas as áreas agrícolas foram prejudicadas, mas grande parte sofreu com o frio e estiagem. O que causam atrasos de plantio, menor produção e produtividade. Os impactos do fenômeno La Niña serão sentidos pelos produtores rurais até o final da colheita da safra 2022/23. Assim, a irregularidade de chuvas e oscilações de temperatura devem se manter até o verão de 2023.

A guerra entre Rússia e Ucrânia

A guerra no “celerio” europeu ainda é vista sem fins, sem qualquer acordo entre as partes, o que vem causando instabilidade e impactos mundiais. E o Brasil, como é dependente da exportação de fertilizantes minerais da Rússia por exemplo, vem sentido o aumento do custo de produção, seja pelo aumento de preço ou pela baixa oferta do produto no mercado. Então, há impactos na produção mundial de cereais, impacto na disponibilidade de insumos e impactos no setor energético, um combo péssimo. Portanto, mesmos com algumas quedas, os valores ainda preocupam. Já falamos sobre isso em um artigo clique aqui e saiba mais!

Porém, um momento russo vem preocupando o cenário. A Rússia vai taxar a exportação de fertilizantes. A alíquota deve entrar em vigor no mês de janeiro, para as cargas com valor superior a US$ 450 por tonelada, veremos como será.

battle tank on green grass field during daytime
Photo by Kevin Schmid

Reabertura da China

Inicialmente, a cada R$ 10 que o Brasil por exportações, mais de R$ 3 vieram da China, nos últimos anos. E a preocupação chegou quando o Líder Chinês Xi Jinping anunciou que a China ia pisar nos freio do crescimento econômico, devido a Covid-19. Assim, reduzindo a importação de produtos brasileiros, por exemplo.

Com uma certa melhora em relação a Covid-19 na China, agora o principal consumidor de commodities agrícolas do mundo vão abrir novamente as portas.  Então, estoques globais de grãos devem encolher pelo sexto ano-safra consecutivo, diminuindo a oferta global de grãos.

“Os preços dos alimentos aumentaram em 2022 e a incerteza sobre 2023 é alta… Os operadores de serviços de alimentação precisam assumir que os custos permanecerão elevados”.

Rabobank, incluindo Maria Castroviejo. Fonte: Exame.
red green and blue world map
Photo by Christian Lue

Mas, não faremos alardes. O agro brasileiro se mostrou muito resiliente nos últimos anos, mesmo com aumentos de custo de produção e elevação do valor, os aumentos de produtividade e maior utilização de tecnologias na produção foram fundamentais para segurar a segurança alimentar.

Posso usar como exemplo minha região, aqui no sul, que sofreu com estiagem, porém com a pouca chuva que ainda apareceu a produção se manteve. Com práticas por exemplo de cultivares precoces e de clico moderado, cultivares mais resistentes a estresses hídricos e escalonamento de produção, em culturas como arroz e milho.É importante também, que o produtor procure fazer o seguro rural, para em casos de grandes perdas seja amenizado financeiramente.

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