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Fórmula 1: Um mundo de TECNOLOGIA e ESTRATÉGIAS!

O esporte que gira em torno de cifra bilionárias, que leva milhares de pessoas aos eventos, visibilidade de marcas, com carros que ultrapassam 300 km/h e que já consagrou diversos nomes brasileiros como Aryton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello, está de volta!

A temporada de 2023 da Fórmula 1 começou, vem comigo nesse artigo entender mais sobre esse esporte!

O campeonato de Fórmula 1 é regulamentado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) sendo considerada a categoria mais alta na competição de carros de corrida monopostos, onde os veículos possuem apenas um piloto.

Além disso, a FIA organiza outras importantes categorias de corrida monopostos como a Fórmula E, movidos exclusivamente a energia elétrica. Outras duas categorias que são muitos importantes são a Fórmula 2 e Fórmula 3, que servem como vitrine para a própria Fórmula 1.

Como funciona a Fórmula 1?

O Campeonato de 2023 de Fórmula 1 será dividido em 23 Circuitos, acontecendo em quase todos os continentes, sendo eles:

1 – Grande Prêmio do Bahrein – 5 de março
2 – Grande Prêmio da Arábia Saudita – 19 de março
3 – Grande Prêmio da Austrália – 2 de abril – 02h
4 – Grande Prêmio do Azerbaijão – 30 de abril – 08h
5 – Grande Prêmio de Miami – 7 de maio – 16h30h
6 – Grande Prêmio da Emília-Romanha- 21 de maio – 10h
7 – Grande Prêmio de Mônaco – 28 de maio – 10h
8 – Grande Prêmio da Espanha – 4 de junho– 10h
9 – Grande Prêmio do Canadá – 18 de junho – 15h
10 – Grande Prêmio da Áustria – 2 de julho – 10h
11 – Grande Prêmio da Grã-Bretanha – 9 de julho – 11h
12 – Grande Prêmio da Hungria – 23 de julho – 10h
13 – Grande Prêmio da Bélgica – 30 de julho – 10h
14 – Grande Prêmio dos Países Baixos – 27 de agosto – 10h
15 – Grande Prêmio da Itália – 3 de setembro – 10h
16 – Grande Prêmio de Singapura -17 de setembro – 09h
17 – Grande Prêmio do Japão – 24 de setembro – 02h
18 – Grande Prêmio do Catar – 8 de outubro – 11h
19 – Grande Prêmio dos Estados Unidos – 22 de outubro – 16h
20 – Grande Prêmio da Cidade do México – 29 de outubro – 16h
21 – Grande Prêmio de São Paulo – 5 de novembro – 14h
22 – Grande Prêmio de Las Vegas – 18 de novembro – 03h
22 – Grande Prêmio de Las Vegas – 18 de novembro – 03h
23 – Grande Prêmio de Abu Dhabi – 26 de novembro – 10h
Lista dos Grandes Prêmios em 2023 (Todos pelo horário de Brasília). Fonte: F1.

Características das Provas

Cada GP (Grande Prêmio) tem suas particularidades desde do tamanho da pista, alguns em circuitos de rua, provas feitas de noite, entre outras características. Dessa forma, o número de voltas de um Grande Prêmio é calculado de uma forma bem simples, a distância percorrida da largada até o final a prova deve ser de 305 km, com o limite de 2 horas de tempo de prova. Há uma exceção para o GP de Mônaco em que a distância mínima é de 260 km.

O GP Brasil em Interlagos tem uma a pista com total de 4,309 km por volta, dividindo pelos 305 km mencionados anteriormente teremos 70,78 voltas, arredondando para cima, o circuito tem 71 voltas no total, para as corridas de Fórmula 1.

Interlagos
Autódromo de Interlagos, 2021. Fonte: Pinterest.

O evento da Fórmula 1 é realizado em 3 dias, na sexta com 2 treinos livres, no sábado com 1 treino livre e classificação para a corrida, por fim a corrida ocorre no domingo. Os treinos livres são utilizados para as equipes ajustarem os carros para as necessidades da pista e clima durante a prova. Por outro lado, os treinos também servem para serem testados componentes novos nos carros, testes de largada, teste para estratégia de pneus, entre outros.

Corrida Rápida

Desde de 2021, a FIA acrescentou uma corrida Sprint em alguns Grandes Prêmios, a fim de ser uma corrida rápida, com 1/3 das voltas da corrida principal, por volta de 100 km no total. Dessa forma a classificação muda do sábado para sexta e a corrida Sprint ocorre no sábado. A classificação da corrida Sprint é utilizada para definir o grid de largada no domingo.

Os pilotos também recebem uma pontuação pela corrida Sprint, onde o 1° soma 8 pontos, o 2° recebe 7 pontos, de forma decrescente até o 8º, que soma 1 ponto.

Cada equipe pode correr com até dois carros por GP com seus dois pilotos, desse modo a equipe precisa seguir regras para na troca de componentes como o motor, caixa de câmbio e se excedido essa quota desses componentes o piloto leva punições no grid de largada.

Grid de 2023

Para a temporada de 2023 o Grid será formado por 10 equipes e 20 pilotos:

Equipe: Alfa RomeoPilotos: Guanyu Zhou e Valtteri Bottas
Equipe: AlphaTauriPilotos: Yuki Tsunoda e Nyck de Vries
Equipe: AlpinePilotos: Pierre Gasly e Esteban Ocon
Equipe: Aston Martin    Pilotos: Fernando Alonso e Lance Stroll
Equipe: Ferrari  Pilotos: Charles Leclerc e Carlos Sainz
Equipe: HaasPilotos: Kevin Magnussen e Nico Hülkenberg
Equipe: McLarenPilotos: Lando Norris e Oscar Piastri
Equipe: MercedesPilotos: Lewis Hamilton e George Russell
Equipe: Red BullPilotos: Max Verstappen e Sergio Pérez
Equipe: WilliamsPilotos: Logan Sargeant e Alexander Albon
Tabela de Equipes e Pilotos no Grid de 2023. Fonte: F1.

O atual bicampeão Max Verstappen tenta seu terceiro título esse ano, por outro lado o heptacampeão Lewis Hamilton busca seu oitavo título para se tornar o piloto com mais títulos na Fórmula 1. Bem como, o bicampeão Fernando Alonso, busca bons resultados na sua nova equipe Aston Martin. A maior categoria de automobilismo do mundo conta também com outros diversos pilotos mais experientes e pilotos novatos.

Pontuação na F1

A pontuação ao final da corrida é feita da seguinte forma, apenas para os 10 primeiros:

1º colocado: 25 pontos
2º colocado: 18 pontos
3º colocado: 15 pontos
4º colocado: 12 pontos
5º colocado: 10 pontos
6º colocado: 8 pontos
7º colocado: 6 pontos
 8º colocado: 4 pontos
 9º colocado: 2 pontos
10º colocado: 1 ponto
Tabela de Pontuação Fórmula 1 em 2023. Fonte: F1.

Além disso, um ponto extra é dado para o piloto que fizer a volta mais rápida durante a corrida, porém é necessário que ele fique entre os 10 primeiros ao final da prova, caso não fique, o ponto não é validado.

Ao final das 23 provas, o piloto que somar mais pontos será o campeão mundial, e a soma da pontuação por equipe também é feita, dessa maneira a equipe que tiver a maior pontuação com seus 2 pilotos será campeã de construtores.

Bastidores da F1

Na Fórmula 1 não ocorre um “rebaixamento” para as piores equipes durante uma temporada, porém as que não conseguem ter bons resultados durante o ano ficam abaixo na classificação de construtores. Dessa maneira, recebem menos premiações e com isso possuem um orçamento menor para desenvolver o carro para a temporada seguinte.

Uma maneira que conhecer melhor a preparação dos pilotos e das equipes fora dos holofotes vistos durante o final de semana das corridas, é assistindo uma série/documentário criado em parceria da Netflix e a Fórmula 1. Em resumo, a série Formula 1: Drive to Survive (Fórmula 1: Dirigir para Viver) é dividida em 10 episódios, conta os bastidores do esporte antes, durante e depois uma prova, com acesso ao pilotos e chefes de equipes no seu dia a dia.

Vale ressaltar que a série é classificada como A12, não sendo indicada para menores de 12 anos, devido a linguagem imprópria e temas sensíveis.

Trailer série Drive to Survive. Fonte: Netflix.

Esporte Individual?

A Fórmula 1 é um daqueles esporte conhecidos com “esporte individual mais coletivo que existe”, sem dúvidas a habilidade do piloto para guiar e tomar diversas decisões a 300km/h requer muita capacidade, porém o funcionamento do carro, troca de pneus, estratégias de corrida são feitas por dezenas pessoas das equipes nos bastidores, desde os mecânicos, passando pelos engenheiros, até os chefes de equipe.

As equipes precisam seguir regras orçamentárias e requisitos voltados para o desenvolvimento do carro de Fórmula 1, as equipes sempre estão buscando melhorar componentes, suspensão, design do carro para melhorar centésimos, eu alguns casos milésimos de segundo no tempo final, podem definir uma posição na corrida por exemplo.

Dessa maneira, cada equipe possui algumas diferenças em seus carros. As principais diferenças visuais nos carros são os bicos na parte dianteira, as laterais dos carros, o assoalho, a suspensão dianteira e traseira, além da a entrada de ar do motor que acima do cockpit do piloto.

Unidade de Potência

Desde de 2014 a Fórmula 1 utiliza motores 1.6 litro V6 turbo híbrido, que combina o motor de combustão interna e um sistema de recuperação de energia, como resultado reduz o consumo de combustível e a diminui das emissões de poluentes.

Além do motor de combustão, a Unidade de Potência (UP) dos carros de F1 possuem os sistemas MGU-K e MGU-H, Baterias, Central Eletrônica e um Turbo compressor. O sistema MGU-K converte a energia cinética gerada nas frenagens durante a corrida em energia elétrica. Por outro lado o MGU-H também converte energia, porém utiliza o calor do escapamento, ambos são armazenados na bateria.

A Bateria (Energy Store) é outro componente muito importante nesse sistema, ela é construída por células de íons de lítio, pesando por volta de 20kg. Essas baterias são parecidas com utilizadas em smartphones e laptops, porém com uma capacidade muito maior e mais potente, sem colocar em risco a segurança e o funcionamento do carro.

Por fim, o Turbo Compressor (Turbocharger) é o componente responsável por comprimir o ar que entra no motor de combustão, resultando no aumento de potência maximizando o consumo de combustível. Esse componente é alimentado pelo sistema MGU-H.

Unidade de Potência
Motor Renault da F1. Fonte: Renault, 2017.

Todos esses componentes são gerenciados pela Central Eletrônica, que monitora o desempenho do veículo e ajustando as melhores condições para uma maior eficiência na pista. Em resumo, todos esses componentes da UP trabalham em conjunto para entregar uma melhor potência para o carro de Fórmula 1.

Compostos de Pneus

A fórmula 1 utiliza atualmente 5 compostos de pneus lisos (slicks) e mais 2 compostos para chuva com ranhuras. Os pneus do tipo slick se diferenciam pelo composto da borracha, quanto mais macio melhor a performance, em contrapartida desgastam com mais facilidade. Por outro lado os pneus mais duros apresentam um menor desgaste, e por sua vez sua performance é menor.

Os pneus são identificados da seguinte forma:

  • C1 – Composto Duro (Pneu Laranja)
  • C2 – Composto Médio (Pneu Branco)
  • C3 – Composto Macio (Pneu Amarelo)
  • C4 – Composto Supermacio (Pneu Vermelho)
  • C5 – Composto Ultramacio (Pneu Roxo)
Compostos Pneus F1. Fonte: Pinterest.

Os mais utilizados em condições de pista seca são os compostos C2, C3 e C4. Vale lembrar que em uma corrida, o piloto é obrigado utilizar ao menos 2 tipos de pneus durante a prova, desse modo se não utilizar ele será desclassificado da corrida. Em provas com chuva, as equipes têm 2 compostos de pneus para serem utilizados: o composto de pista molhada (Pneu Verde) e o composto de chuva intensa (Pneu Azul).

Vale lembrar que em situações em que as condições de pistas são estejam adequadas a corrida é interrompida com bandeira vermelha e retomada apenas quando há segurança. Em contrapartida, a corrida pode ser suspensa ou finalizada se mais de 75% da corrida tenha sido completada.

Brasileiros na F1?

Há mais de 5 anos a principal categoria de automobilismo não tem um piloto titular brasileiro, nesse período somente um piloto teve a oportunidade de correr 2 vezes em provas oficiais. Atualmente 2 pilotos brasileiros estão mais próximos de pilotar um carro de F1, pois estão como pilotos reservas em duas equipes.

Normalmente os pilotos que tem destaque em campeonatos de Fórmula organizados pela FIA, ganham espaço na Fórmula 1, apesar de não ganhar uma vaga diretamente. Esse foi o caso dos pilotos brasileiros Felipe Drugovich e Pietro Fittipaldi, que são pilotos reservas da equipe Aston Martin e da equipe Haas, respectivamente.

O Paranaense Felipe Drugovich, nascido da Cidade de Maringá, foi campeão da Fórmula 2 em 2022 pela equipe MP Motorsport. Em sua terceira temporada correndo na Fórmula 2 ele se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão nessa categoria.

Piloto Felipe Drugovich na F2. Fonte: Pinterest.

O piloto Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson Fittipaldi, teve a oportunidade de correr no ano de 2020 em duas corridas oficiais da Fórmula 1. Mesmo como piloto reserva na F1, Pietro correu em algumas categorias como Formula Indy e Stock Car Brasil em paralelo.

Assim como o piloto Enzo Fittipaldi, irmão de Pietro, correndo na F2, e os pilotos Gabriel Bortoleto e Caio Collet pilotos da F3, podem futuramente aparecerem nas equipes de Fórmula 1.

Nesse mundo de tecnologias e inovações o Brasil não possui um protagonista na pista, nosso país busca outras frentes de tecnologia, porém sem dúvidas é um esporte que já levou dezenas que brasileiros ao ponto mais alto do pódio, dezenas de histórias e vidas mudadas devido a esse esporte, muito seletivo de fato, porém de muita emoção e muita velocidade!

Fontes: FIA, F1 e Globo Esporte .

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