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MIP: Sustentabilidade na agricultura

O MIP – Manejo Integrado de Pragas é atualmente um meio muito importante para manter a agricultura sustentável. Confira agora mais sobre esse manejo!

O que é uma praga?

Antes de mais nada, praga é uma espécie que em curto tempo é capaz de se reproduzir rapidamente e atingir nível populacional que causa prejuízos econômicos, que tenham reprodução rápida, elevada postura, adaptação, ou seja, alto potencial biótico.

mip pragas controle

Da mesma forma, organismos não-praga são aqueles que a densidade populacional nunca atinge o nível de controle.

MIP

Mas quando controlar um ataque? Como saber o momento correto de agir?

Assim,devemos ficar atento aos níveis de população pelo período de tempo. Temos então o NE ou PE, NC ou NA, NDE, NNC ou NNA.

  • Nível de equilíbrio (NE) ou Ponto de Equilíbrio (PE): densidade populacional média durante longo período, na ausência de mudanças permanentes no ambiente.
  • Nível de dano econômico (NDE): a densidade populacional da praga que causa prejuízos à cultura iguais ao custo da adoção de medidas de controle.
  • Nível de controle (NC) ou de ação (NA): a densidade populacional em que medidas de controle devem ser adotadas para impedir que a população da praga atinja o NDE.
  • Nível de não controle (NNC) ou de não-ação (NNA): densidade populacional dos inimigos naturais capaz de controlar a população da praga sem a intervenção humana; adotado em algumas culturas.

Porém, quando controlar um ataque? Como saber o momento correto de agir? Levar em consideração o NDE. NDE é o custo total do controle por hectare vezes 100, dividido pelo valor total da produção por hectare. Exemplo supondo que:

– Valor da produção da cultura X: R$ 1.500,00

– Custo de aplicação de inseticida para controle da praga y: R$ 100,00

NDE: 100,00 x 100/1.500,00

Ou seja, NDE: 7%. Então devemos adotar as medidas de controle, pois está se justificaria economicamente quando a densidade populacional atingisse um nível que causasse 7% de perdas na produção.

Você também pode ficar atento as pragas chaves. Estas são frequentes ou sempre atingem o nível de controle. Em muitas culturas só ocorre uma praga chave.

Afinal, falei… falei e não expliquei o que é o MIP. Então lá vai:

Integrated Pest Management (IPM) ou Manejo Integrado de Pragas (MIP), surgiu inicialmente denominado “Controle Integrado”.  Apareceu no início da década de 1970, com objetivo de atenuar impacto de pragas na produção agrícola, na saúde humana e veterinária, nas estruturas urbanas e rurais.

O MIP procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos, visando manter a densidade populacional de um organismo abaixo do nível de dano econômico.

Com estratégias de uso de agentes de controle biológicos, conservação dos inimigos naturais para atingir o equilíbrio das populações.

Mas Guilherme, qual é o motivo para o MIP surgir?

Olha, as inovações/invenções/estudos surgem por problemas/necessidades/baixa eficiência de alguma coisa. Então devido a vários problemas surgiu a necessidade de novas inovações e estudos, problemas estes os de:

  • Resistência de pragas a vários inseticidas;
  • Efeitos adversos sobre inimigos naturais das pragas, sobre abelhas e outros polinizadores, peixes e animais silvestres;
  • Efeitos tóxicos prejudiciais dos produtos químicos sobre o ser humano: – No momento da aplicação – Resíduos deixados nos produtos consumidos posteriormente;
  • Aparecimento de pragas até então consideradas secundárias.

Muito legal a teoria Gui, mas isso não é economicamente viável… Opa claro que é, olha alguns benefícios aí:

  • Potencial para redução nos custos com agrotóxicos (aplicando apenas quando necessário e menores taxas e volumes de aplicação).
  • Agregação de valor ao produto final ofertado (existe uma parcela significativa da população que está propensa a pagar por produtos mais saudáveis e ambientalmente corretos).

Quais são os controles que integrados geram esses benéficos? Vários são as formas de controle, como: Controle biológico, Controle legislativo, Controle comportamental, Controle cultural, Controle mecânico, Controle físico, Controle por resistência de plantas e Controle químico.

Vamos conhecer um pouco de cada um.

Controle Biológico

Assim, é o uso de Inimigos Naturais (IN) para controle do inseto praga. Benéfico por redução de exposição dos produtores e técnicos aos inseticidas, ausência de resíduos nos alimentos, baixíssimo risco de poluição ambiental, ausência de período de carência entre a liberação do inimigo natural e a colheita e apreciação pelo público que demanda produtos livres de inseticidas.

MIP

Controle Legislativo

Baseado em leis e portarias federais e estaduais, como o serviço quarentenário para evitar a entrada de pragas exóticas e a saída de pragas que ocorrem no Brasil.

Evitar a entrada de pragas exóticas é muito importante, pelas consequências da entrada de novas pragas no país, como perdas econômicas diretas pelo ataque, restrição ao trânsito de plantas ou de parte de plantas em nível nacional, estabelecimento de medidas fitossanitárias por importadores, necessidade de implantação de programas de monitoramento e controle, necessidade de desenvolvimento de cultivares resistentes ou tolerantes, programas de controle biológico e métodos de controle químico. Além de problemas com importação e exportação.

Controle comportamental

Envolve o ambiente, as características de reprodução, alimentação da praga. Geralmente uso de armadilhas com feromônios e outros.

Controle cultural

Ou seja, aração do solo, época de semeadura e colheita, adubação e irrigação, destruição dos restos de cultura e sistema de cultivo.

Aração do solo: Destruição de larvas e pupas de insetos que normalmente se desenvolvem no solo; controle por exposição ao solo, pelo implemento agrícola, exposição aos inimigos naturais.

Controle cultural Plantio precoce (evita pico populacional do inseto); utilizar híbridos com floração uniforme; eliminar plantas de sorgo selvagem nas redondezas.

Adubação e irrigação: Irrigação por aspersão pode reduzir a população de pulgões, tripes, etc.

Destruição dos restos de cultura: Arranque, pulverização e enterro dos restos da cultura. – Ex.: feito em algodoeiro para o controle de bicudo e lagarta-rosada.

Plantas-iscas: Semear a cultura antes da época apropriada de plantio para atrair pragas “Cultura armadilha”.

Rotação de culturas: cultivo alternado de diferentes espécies vegetais no mesmo local e na mesma estação do ano, seguindo-se um plano predefinido, de acordo com princípios básicos, como: variação de famílias botânicas; diferentes exigências nutricionais e sistemas radiculares;

Sistema de cultivo: Plantio Direto que tende a ter menor numero de pragas.

Controle mecânico

Assim, pode ser utilizar o corte, esmagamento, catação manual, entre outras técnicas, para reduzir a população de insetos em pequenas áreas.

Controle físicos

Assim sendo, podemos citar  o uso de fogo, inundação, drenagem, temperatura, radiações, infravermelho, luz visível, som

Controle por resistência de plantas

Ou seja, Planta resistente é aquela que, devido as características genéticas, é menos danificada que outras, em uma mesma condição para o ataque da praga.

Entretanto, é uma boa alternativa para países subdesenvolvidos, pois não onera a produção. Mas é em países mais desenvolvidos que vem sendo utilizado em maior escala, principalmente pela preocupação com a proteção do meio ambiente.

Contudo, o emprego de plantas resistentes é considerado o método ideal de controle pela possibilidade de permitir que a praga fique em níveis inferiores ao de dano econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem ônus adicional ao produtor com inseticidas para aquela praga.

Método ideal?

Contudo, reduz a população de insetos-praga, não interfere no ecossistema, efeito cumulativo e persistente, fácil utilização para os agricultores e não polui o meio ambiente.

CONTROLE PRAGAS

Controle químico

Por fim, Emprego de químicos que combatem o inseto praga.

Portanto, se tratam de mecanismos de ação de inseticidas como: inseticidas neurotóxicos, reguladores de crescimento, bloqueadores seletivos de alimentação, moduladores do receptor da rianodina, inseticidas/acaricidas que atuam na respiração celular, inseticidas biológicos (produtos microbiológicos e tetranortriterpenóide.

Controle

 


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