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Orgulho LGBTQIA+ na Engenharia

Junho é o mês do Orgulho e Diversidade LGBTQIA+ e não estamos aqui para falar sobre amor. Pois para amar alguém, primeiro eu preciso estar vivo. Meu nome é Matheus de Paula @matheus_dipaula, tenho 30 anos, sou formado em Engenharia Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho e GAY.

A convite do Engenheiro Angelo Santos (colunista Blog da Engenharia), estou aqui para falar um pouco sobre vivência e a cultura LGBTfóbica no nosso país. Afinal, por que a sexualidade dos outros mexe tanto com você?

COMO COMPREENDER A HOMOFOBIA

Inicio esse artigo indo direto ao ponto para que possamos compreender que a homofobia está relacionada diretamente a um regime político de dominação de indivíduos, onde a maioria (heterossexual) exclui a minoria.

Apesar de matematicamente o número de pessoas LGBTQIA+ ser menor, a nossa cultura de modo geral, tende a afastar tudo que é lido como diferente do padrão heteronormativo. O objetivo da celebração do mês do Orgulho é mostrar que nós existimos e que estamos convivendo na sociedade desde seus primórdios. Inclusive, colaborando para seu desenvolvimento através do trabalho de intelectuais LGBTs.

Como por exemplo: Leonardo da Vinci, cientista, engenheiro, anatomista, botânico, inventor e pintor. Florence Nightingale, reformadora social inglesa, estaticista e fundadora da enfermagem moderna e Alan Turing, matemático e cientista desenvolvedor do primeiro computador. Estas e outras personalidades LGBTs mudaram o nosso mundo.

Entretanto, parece que a nossa importância só é significativa em junho, pois não vemos propagandas de inclusão e diversidade nas empresas voltadas a este publico ao longo do ano. Uma matéria publicada em 2015 pelo Jornal O Globo, revelou que:

No Brasil, o potencial financeiro do segmento LGBT é estimado em US$ 133 bilhões, o equivalente a R$ 418,9 bilhões, ou 10% do PIB nacional (Produto Interno Bruto, total de bens e serviços produzidos no país), segundo a Out Leadership, associação internacional de empresas que desenvolve iniciativas para o público gay.

Sendo assim, grandes marcas entenderam que a diversidade e inclusão não é caridade e sim um diferencial competitivo, visto que empresas que não assumem a mesma conduta tendem a ficar para trás, conforme aponta a consultoria americana Mckinsey, em um estudo que revela que as chances lucrativas de uma companhia é 33% maior em empresas que tem um time de executivo diverso em termos de gênero. No entanto, não se trata apenas de números, é preciso ressaltar que por trás de cada algarismo existe um ser humano, que já foi silenciado inúmeras vezes, humilhado e reprimido.

Não, a sua piada homofóbica, transfóbica, LGBTfóbica não é inocente!

Pois ela reforça a cultura do ódio. A LGBTfobia é diferente de um crime de roubo ou latrocínio. É um assassinato/violência movida pela intolerância. Como no caso do jovem gay que foi vítima de agressões e estupro coletivo em maio de 2021 em Florianópolis, Santa Catarina, cujo corpo foi marcado por ofensas homofóbicas ou o caso da mulher trans que durante este mês, teve 40% do corpo queimado e um braço amputado, em Santa Rito no Recife. Portando, a luta LGBTQIA+ é sobre o direito de viver.

É evidente e de grande importância as campanhas e acolhimento ao público LGBTQIA+ durante todo o mês de junho, porém se isso não ultrapassa esse período ou se as marcas têm única e exclusivamente o intuito de marketing, não há uma contribuição legítima as pautas do movimento. Todavia, em um mundo globalizado e vigiado 24h por câmeras, falsos acolhimentos e campanhas de faixadas vira alvo fácil para o cancelamento.

A luta LGBTQIA+ não é sobre ter mais direitos e sim por direitos iguais. Desta forma, ser um apoiador da causa não te torna menos hetero, mas te torna mais humano.

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