Em um avanço significativo no campo da engenharia nuclear, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO) e a Agência de Energia Atômica do Japão (JAEA) anunciaram a deteção e extração de destroços de combustível nuclear de um dos reatores afetados pelo colapso na usina nuclear de Fukushima Daiichi. Esta operação, que marca a primeira remoção experimental de destroços pela empresa de energia, começou em setembro de 2024 e foi concluída em 7 de novembro do mesmo ano. A descoberta de urânio nos destroços é um passo crucial para a limpeza contínua da usina.
Descoberta e Extração
O foco desta realização está nos destroços extraídos do reator número 2 da usina de Fukushima Daiichi. Medindo aproximadamente 9 milímetros de comprimento e 7 milímetros de largura, o detrito pesava cerca de 0,693 gramas. A análise inicial foi realizada em uma instalação de pesquisa da JAEA na Prefeitura de Ibaraki. O estudo revelou a presença de urânio, além de ferro e zircônio, materiais utilizados no revestimento dos tubos de combustível nuclear. A radiação ao redor dos destroços foi medida em 8 milisieverts por hora a uma distância de 1 a 2 centímetros.
Análise dos Destroços
A composição dos destroços incluía não apenas urânio, mas também ferro e zircônio. Interessantemente, a análise indicou que a parte interna do material extraído estava oca. Este fato despertou grande interesse nos cientistas, que planejam realizar uma análise detalhada utilizando a instalação de radiação de síncrotron SPring-8 na Prefeitura de Hyogo. Este tipo de estudo é essencial para determinar a estrutura cristalina dos destroços e obter dados valiosos para futuras remoções de combustível nuclear.
Composição e Estrutura
O potencial oco dentro dos destroços pode fornecer novos insights sobre a interação dos materiais durante o colapso dos reatores e o subsequente processo de resfriamento. Com base nos dados coletados, os engenheiros estão otimistas quanto ao desenvolvimento de métodos mais eficientes para a remoção segura de materiais radioativos dos reatores afetados. Este avanço não só melhora a compreensão técnica do incidente, como também prepara o caminho para futuras missões de limpeza críticas.
Importância e Próximos Passos
A descoberta do urânio e o entendimento aprofundado da composição dos destroços são vitais para os esforços de limpeza progressiva na usina de Fukushima. Esta informação alimenta a constante busca por soluções inovadoras para a remoção segura de resíduos nucleares. A TEPCO planeja iniciar a segunda etapa de remoção experimental já em março de 2025, esperando aproveitar os ensinamentos da análise inicial para aumentar a eficiência e segurança de suas operações.
Contexto Histórico e Detalhes do Acidente
O acidente nuclear de Fukushima Daiichi ocorreu em 11 de março de 2011, após um terremoto de magnitude 9,0 seguido por um tsunami avassalador. Esses desastres naturais desativaram o fornecimento de energia e sistemas de refrigeração de três reatores, culminando no derretimento de seus núcleos. Considerado um evento de nível 7 na Escala Internacional de Acontecimentos Nucleares e Radiológicos, ocasionou lançamentos radioativos significativos e a evacuação de aproximadamente 110 mil pessoas das áreas vizinhas.
Reflexão do Blog da Engenharia sobre mercado Chinês
- A descoberta no Japão pode criar uma demanda crescente por tecnologia de monitoramento e detecção de materiais radioativos, uma área de crescente interesse na China.
- O sucesso da operação japonesa em Fukushima pode servir como um modelo para melhorar a segurança das usinas nucleares na China, um país que está expandindo rapidamente sua capacidade de energia nuclear.
- Este avanço no Japão destaca a necessidade de inovação contínua e pesquisa em engenharia nuclear, áreas em que o mercado chinês está ansiosamente investindo e colaborando em nível internacional.
Via: https://interestingengineering.com/energy/uranium-found-fukushima-nuclear-fuel-debris
