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Engenharia genética: como seriam os humanos 2.0

A Seleção Natural proposta por Darwin acontece desde que surgiram os primeiros seres vivos na Terra, mas nos últimos anos o homem tem transformado esse cenário por meio da engenharia genética.

Já há algum tempo que o DNA de plantas e microrganismos são manipulados em laboratório mas com o sequenciamento do genoma humano isso a revolução genética passou a ser usada também com o homem.

À princípio a engenharia genética seria utilizada para o tratamento de algumas doenças hereditárias ou que eram até então consideradas incuráveis, como o câncer e a distrofia muscular, por exemplo.

No entanto esses estudos vem avançando rapidamente e, muito tem se falado em manipulação dos genes para a seleção de características desejadas e criação, criando assim os chamados “humanos 2.0”.

Neste artigo você vai ver como a engenharia genética está sendo usada, como seriam os chamados “humanos 2.0” e quais seriam as possíveis consequências disso.

DNA é como um quebra cabeça genético

O uso da engenharia genética

A estrutura do DNA foi desvendada pelos cientistas somente no ano de 1953 e, a partir disso os cientistas atribuíram a ele a determinação de todas as características físicas e psicológicas de cada ser humano.

A partir de 1970 se iniciaram estudos para a alteração do genoma de diversos seres vivos, o que trouxe grandes contribuições sobretudo para a produção de medicamentos por meio da tecnologia do DNA recombinante.

Ferramentas para a edição de genes:

Atualmente existem três ferramentas principais usadas na edição de genes:

Com elas é possível quebrar o DNA em regiões específicas de acordo com as necessidades do estudo, possibilitando assim a correção de regiões do DNA responsáveis por determinadas doenças, fornecendo-se a sequência correta.

A edição de genes para a cura de doenças

Antes da chegada do século XXI as pessoas que sofriam de problemas genéticos não tinham real expectativa de cura.

Foi então que a ciência começou a desenvolver maneiras de remover genes do genoma de camundongos de maneira seletiva.

Com isso surgiu a esperança de que em um futuro não muito distante o gene de humanos também pudessem ser manipulados.

A primeira experiência concreta ocorreu quando Brian Madeux de 44 anos que sofria de Síndrome de Hunter, que foi a primeira pessoa a ter seus genes editados com a finalidade de cura.

A análise pelo engenheiro genético precisa ser minuciosa.

O que se pode fazer com esse tipo de tecnologia?

O CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) é a tecnologia mais avançada disponível atualmente na área de engenharia genética.

Assim foram descobertos mecanismos de defesa de bactérias que sobrevivem a infecções virais por meio da inserção de suas informações genéticas.

Dessa forma foi descoberta a CAS9, um proteína de extrema importância, capaz de identificar com exatidão a sequência do DNA invasor e cortá-la, driblando assim o ataque viral.

Foi assim que as manipulações artificiais desenvolvidas em laboratório, com baixo custo e elevada precisão surgiram e passaram a ser largamente utilizadas.

Esse foi o primeiro passo para que qualquer pessoa passasse a ter acesso a esse tipo de tecnologia, que então poderia ser usada em qualquer laboratório com os equipamentos e pessoal treinado para isso.

Evolução da tecnologia

Como o CRISPR permite a edição de células vivas por meio da ativação e inativação de genes de acordo com os desejos e necessidades, foram abertas muitas portas na medicina.

No ano de 2015 em um importante experimento ratos de laboratório afetados pelo vírus do HIV, passaram por um tratamento com CRISPR, que teve eficiência de quase 50% de combate ao invasor nas células afetadas.

Diante desse resultado promissor é esperado que nos próximos anos seja possível desenvolver terapias eficientes para a cura de doenças virais.

Outro inimigo dos seres humanos, o câncer também pode ser combatido pelos ataques da CRISPR, por meio da edição das células do sistema imunológico, para que elas localizem e destruam as células com potencial cancerígeno.

Com o desenvolvimento dessa tecnologia os pacientes oncológicos poderiam trocar as sessões de quimioterapias por algumas injeções com as suas próprias células que passaram por alterações com a CAS9.

Com a modificação genética através de DNA’s, os humanos 2.0 seriam além de mais saudáveis e resistentes, também teriam uma maior longevidade orgânica.

A criação dos seres humanos 2.0

Nos últimos anos o sequenciamento do genoma humano tem proporcionado avanços incríveis com relação ao diagnóstico de doenças.

Por meio dessa tecnologia é possível fazer a leitura de toda a sequência do DNA de cada indivíduo e assim identificar sequências problemáticas, que contenham falhas.

Dessa forma o próprio programa emite um relatório baseado em análise estatística que fornece informações detalhadas sobre a possibilidade de desenvolvimento de diferentes doenças.

A partir disso pode-se estabelecer ações preventivas e curativas para evitar ou tratar as condições detectadas pelo exame.

O uso de engenharia genética para o diagnóstico e desenvolvimento de tratamentos mais eficazes é um avanço incrível na ciência. Com a tecnologia, até as empresas de plano de saúde individuais terão muito mais facilidade para gerir os novos clientes.

Imortalidade é uma possibilidade?

No entanto muito já se fala na imortalidade. Será que haverá um dia em que as pessoas não vão mais morrer?

E se for possível manipular o DNA sempre que necessário para promover a imortalidade?

Isso sem falar na edição de genes que determinam as características físicas individuais. É possível que no futuro possamos escolher as características físicas desejadas.

Isso já é usado dessa forma na criação de embriões humanos, selecionando as informações genéticas manipuladas visando a criação do bebê perfeito.

Imagine a possibilidade de humanos 2.0 sem risco de cânceres ou doenças degenerativas.

Com isso passa a ser possível “criar” seres humanos livres de qualquer tipo de predisposição genética a doenças, além de se poder escolher características como a cor dos olhos, dos cabelos, entre outras.

Diante disso surgem debates profundos a respeito dos limites do uso da engenharia genética para a seleção e criação de indivíduos considerados “perfeitos”.

Será que realmente o homem pode e deve manipular o DNA dessa forma? Pode ser que isso traga consequências ainda desconhecidas.

Por isso para o estabelecimento de limites deve-se avaliar com cuidado as vantagens e desvantagens do processo.

Mas seja lá como for o futuro da humanidade, é fato que o primeiro passo em direção à criação dos “humanos 2.0”, perfeitos e imortais, já foi dado e não é mais possível voltar atrás com tais avanços.

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