Estamos vivendo tempos de incertezas. O mundo foi surpreendido pela pandemia de COVID-19; empresas se reinventaram e se adaptaram à realidade do home office; os negócios digitais e novas formas de trabalho foram intensificados e as pessoas estão mudando os seus hábitos de consumo. Da mesma forma, ninguém poderia prever que em meio a pandemia, crise econômica e aumento do desemprego, haveria um “boom” no Mercado Imobiliário brasileiro.
O que provocou o boom do Mercado Imobiliário?
Em primeiro lugar, destaco a Taxa SELIC no menor patamar da história (2,00% a.a.) e a sua reação em cadeia. Nesse ínterim, a renda fixa passa a não ser tão atrativa para os investidores que, por sua vez, não estão dispostos a correr o alto risco da renda variável num cenário de incertezas sobre a recuperação da economia no futuro próximo.
Segundo o repórter Pedro Rafael Vilela em seu artigo publicado pela Agência Brasil “a taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica” .
Mais famílias têm acesso ao financiamento. Apesar do aumento do desemprego, considerando taxas de juros reduzidas, famílias que tinham dificuldade em aprovar o crédito, agora podem realizar o sonho de moradia. Por outro lado, além da redução da taxa de juros, as instituições financeiras adotaram mais algumas medidas para estimular a compra de imóveis, como: pausa no financiamento, carência para início das parcelas, registro eletrônico, financiamento de despesas cartorárias dentre outras.
Mudança dos hábitos de consumo das pessoas. A pandemia mostrou que você não precisa morar em um apartamento minúsculo perto do trabalho, se você pode morar em uma casa mais confortável longe do centro e aderir ao Home Office. A necessidade de deslocamento diminuiu. Certamente, você também está fazendo mais reuniões por videoconferência, com pessoas de qualquer lugar do mundo. As pessoas querem mais espaço e conforto e, consequentemente, observa-se uma procura maior por imóveis de alto padrão.
Otimismo do setor da construção civil. Com a taxa básica de juros mais baixa, ficou mais atrativo para o empresário tomar dinheiro nos bancos e alavancar os negócios. Nesse sentido, incorporadoras, construtoras e imobiliárias estão apostando alto no boom do Mercado Imobiliário e a expectativa é que continue crescendo nos próximos anos.
Por que os empresários estão tão otimistas?
O otimismo do empresário ficou ainda mais evidente após a pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Incorporações Imobiliárias (ABRAINC) na última quinta-feira (22) realizada com associados e parceiros:
Lançamentos devem aumentar: 97% dos empresários mostram intenção de realizar lançamentos e 92% pretendem comprar terrenos.
Além disso, segundo a ABRAINC, o aumento na procura por imóveis é devido à queda nas taxas de financiamento imobiliário e à valorização da moradia, considerando que, com a pandemia, as pessoas passaram mais tempo em casa.
Existem dois movimentos fortes na corrida por imóveis: pessoas procurando casas que atendam seus desejos e necessidades e incorporadoras procurando terrenos para os próximos lançamentos.
Qual será o comportamento do preço dos imóveis?
Um dos princípios gerais da Avaliação de bens é a Lei da oferta e da procura. A NBR 14.653-1/19 traz a seguinte definição:
Observados isoladamente estes dois aspectos, o preço de um bem diminui com o aumento da sua oferta e cresce com o aumento da sua procura.
No Mercado Imobiliário, percebe-se que não houve alteração significativa dos preços dos imóveis nos últimos 5 anos; entretanto, a expectativa dos empresários é de que esses valores aumentem em torno de 10% até 2025. Esse comportamento do Mercado Imobiliário tem atraído investidores que antes aplicavam os seus recursos em renda fixa e, agora, veem na compra, venda e aluguel de imóveis uma oportunidade segura para maximizar os seus resultados.
Por fim, os profissionais da Engenharia de Avaliações devem ficar atentos às mudanças nas preferências das pessoas e como isso afeta o valor de mercado dos imóveis.
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