Hoje daremos continuação à série DESTRINCHANDO O SCRUM. Mas, antes de adentramos propriamente na PARTE 3, vamos conferir o que vimos até agora.
Na PARTE 1 abordei o que é o SCRUM, como ele surgiu e a relação do SCRUM com o Movimento Ágil. Já na PARTE 2 você pôde conhecer melhor quais os Papéis (Product Owner, Scrum Master e Development Team), os Artefatos (Product Backlog e Sprint Backlog) e os Eventos (Reunião Diária, Reunião de Planejamento, Revisão do Sprint e Retrospectiva do Sprint) que compõem o framework.
Então, hoje, veremos como se deve implementar e acompanhar o SCRUM com sucesso, e quando não se deve implementá-lo. Sem mais delongas, vamos destrinchar o SCRUM!
Como implementar o SCRUM?
Apesar do SCRUM ser um framework de métodos ágeis e, justamente por isso, ser associado como a “aversão” do modelo cascata – cujo os projetos seguem uma sequência, no qual o próximo passo só é dado quando o antecessor termina – na sua implementação é recomendado que você siga uma sequência linear de etapas, pois caso contrário, pode acabar não funcionando. Dessa forma, siga o passo a passo abaixo:
1) Definindo o Dono do Produto
Se você já leu a PARTE 2 dessa série, entende a importância e o dever do Product Owner dentro da equipe SCRUM. Por isso, o primeiro passo, depois de definir o projeto piloto no qual será aplicado o framework, é definir quem será o Product Owner.
Ele é a principal ponte entre os Stakeholders e o Time de Desenvolvimento, por isso recomenda-se alguém com boa capacidade de comunicação, negociação, liderança, tomada de decisão e conhecimento sobre o negócio.
2) Definindo o Scrum Master
Além disso, é fundamental definir quem será o Scrum Master. Ele é o líder facilitador responsável por garantir a boa implementação, acompanhamento das principais etapas do SCRUM e providenciar orientação e suporte ao time de desenvolvimento e ao Product Owner.
Justamente por isso, é essencial que o profissional tenha um excelente conhecimento do framework.
3) Desenvolvendo a Backlog do Produto
O Backlog do Produto é um dos artefatos oficiais do SCRUM. Ele compele uma lista detalhada que contém os requisitos do cliente em uma ordem prioritária. Construí-la e organizá-la é um dos deveres do Product Owner. Portanto, após definido o Dono do Produto, este deve desenvolvê-la.
Na PARTE 2 desta série há uma imagem de um template de Product Backlog, no qual possui os elementos essenciais para o artefato, isto é, o Item a ser desenvolvido, o Grau de prioridade e a Estimativa de tamanho (pequeno, médio, grande).
4) Planejando o primeiro Sprint
Na primeira Reunião de Planejamento, a equipe desenvolve o primeiro Sprint que pode durar entre 1 semana a 1 mês e também o primeiro Sprint Backlog, isto é, a lista de tarefas extraída a partir do Product Backlog.
Além disso, é fundamental que o Product Owner deixe claro a visão do projeto de forma que todos entendam e concordem com o Objetivo do Sprint.
5) Criando uma Scrum Board
Um dos principais benefícios do framework SCRUM é a transparência durante o processo. Por isso, é muito comum que as equipes utilizem alguma ferramenta para controle de forma a tornar o progresso – ou atraso – visível.
Uma das melhores formas de fazer isso é utilizando o famoso Kanban da metodologia Lean, onde o fluxo de trabalho é separado em 3 colunas: A Fazer, Em Execução e Finalizado. Pode-se utilizar a metodologia tanto com Post-its físicos quanto digitais em plataformas como o Trello, por exemplo, que possui modelos de quadros muito bem desenhados para a gestão do projeto.
Além disso, também é possível e interessante acompanhar o progresso através de um gráfico de Burndown, no qual o eixo horizontal leva os dias do Sprint, enquanto o eixo vertical os pontos projetados para compor o Sprint.
Assim, após cada Daily Meeting, o Scrum Master pode somar os pontos concluídos e marcar no gráfico. Conforme os dias passam e o trabalho vai sendo concluindo, vemos uma “escada” se formando, indo dos pontos totais no primeiro dia à zero no último.
6) Organizando o Daily Meeting
Como vimos na PARTE 2, o Daily Meeting é uma das importantes reuniões do SCRUM que ocorre diariamente, no mesmo horário, não mais do que 15 minutos e em pé. Nela são respondidas as 3 perguntas que pontuei anteriormente. É uma reunião simples, rápida e prática.
“O objetivo desta reunião é alinhar os participantes com o que foi feito, o que deve ser realizado no dia, além de ajudar o Scrum Master a identificar os possíveis impedimentos”.
7) Marcando o Sprint Review
Organizadas no final dos Sprints, esta reunião auxilia a performance, pois é onde a equipe analisa o trabalho realizado, as tarefas que deixaram de ser feitas e também podem apresentar as novas funcionalidades para os Stakeholders.
Como disse na PARTE 2, no Sprint Review, participam o Time de Desenvolvimento, o Product Owner, o Scrum Master, além dos gerentes, engenheiros, clientes e qualquer outra Parte Interessada no projeto.
8) Organizando o Sprint Retrospective
Por fim, temos a Reunião de Retrospectiva de Sprint que também ocorrem no final do Sprint.
Inclusive, por isso, muitos testes cobram a relação entre o Sprint Retrospective e o Sprint Review, pois é fácil confundir o objetivo de cada um se você não está habituado com o SCRUM.
Perceba que o Sprint Review serve para rever o trabalho executado, enquanto que o Sprint Retrospective avaliará o andamento dos Sprints a fim de buscar possíveis melhorias no processo.
Siga todos estes passos com atenção que com certeza conseguirá implementar o SCRUM com sucesso dentro do seu ambiente de trabalho! Por fim, na PARTE 4 desta série, preparei junto ao Antonio Santos, dicas especiais para quem deseja se aprofundar mais no SCRUM. Até a próxima semana!
Já segue o Blog da Engenharia no Instagram?
Já me segue no Instagram?