A mulher é o que ela quiser ser… Inclusive Engenheira!
Você sabia que de acordo com o Senge-SC (Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina), apenas 18% dos engenheiros registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) são mulheres?
Ou seja, são em torno de 150 mil engenheiras espalhadas pelo Brasil, porém que comparado com a quantidade de engenheiros esse número é muito baixo.
Conquistando espaço
Você engenheira, mulher, que está lendo esse artigo, com certeza já passou por bons bocados para chegar aonde chegou. E eu não digo apenas no início de carreira, mas essa luta começa desde quando entramos na sala de aula e nos deparamos com uma grande quantidade de homens ocupando o espaço.
Automaticamente, já nos sentimos amedrontadas pelo fato de que o homem desde os primórdios dominou a classe trabalhista, apenas ele tinha o direito de estudar e se profissionalizar. E agora trazendo isso para o mundo da construção civil, a primeira vez que você colocou os pés em uma obra e se sentiu intimidada com os olhares que recebeu.
Além disso, ter que ouvir que somos o sexo frágil, que fomos criadas para cuidar do lar e da família, que o trabalho pesado e complexo deve ser deixado para os homens, e bla bla bla…
Apenas em 1827, a mulher conquistou o direito de estudar, desde então existiam escolas públicas apenas para homens. Em 1932 a mulher conquistou o direito de participar do mundo político, e em 1913 a brasileira Enedina Alves Marques foi a primeira mulher a se formar Engenheira Civil no Brasil.
Parece fácil, mas não é
Mesmo a mulher possuindo direitos iguais aos homens em Lei, não é o que acontece na prática.
Um dos primeiros pontos, é a desigualdade salarial entre profissionais de mesmo porte ou até então, em situações em que a mulher possui muito mais experiência que o homem. Um dos motivos para isso, é que a maioria dos empregadores com visão retrógrada, veem a maternidade como um limitador
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2019 a diferença salarial entre os gêneros era de 67,92%. Comparando com uma pizza, em que o salário dos homens equivaleria a oito fatias, o das mulheres equivale cinco fatias apenas.
Ou seja, a mulher ainda precisa lutar todos os dias para conquistar seu espaço, seja na faculdade, seja no mercado de trabalho, seja em busca de respeito ou em busca de melhores condições de trabalho.
A Mulher quer respeito
Não vamos incluir apenas às mulheres Engenheiras, mas a todas de fato. Porém, exemplificando em cima da engenharia civil, quem nunca se sentiu constrangida ao colocar os pés em uma obra, que atire a primeira pedra?!
Pois é, difícil né? Mas na maioria das vezes é isso que acontece, quando uma mulher pisa em locais assim, automaticamente os olhares se voltam para ela, em sua maioria maliciosos, fica tão escancarado que a mulher chega ao ponto de pensar que a culpa é dela.
Mas o motivo, é que as pessoas ainda possuem uma mente arcaica. Onde o pensamento é que as mulheres devem ficar responsável pela família e trabalhos domésticos, enquanto os homens trabalham duro. Porém, isso acaba desencadeando em falta de respeito, assédio moral e sexual, e consequentemente em pessoas que acabam não aceitando uma mulher liderando uma equipe de homens, por exemplo.
Dia Internacional da Mulher
No dia 08 de março, é comemorado o dia Internacional da Mulher. Mas você sabe porque esse dia foi separado no calendário especificamente para as mulheres?
Antes de tudo, esse dia é um marco por celebrar a luta pelos direitos humanos. Essa data nasceu no século XX, depois de grandes manifestações por mulheres em busca de melhores condições de trabalho. Esse dia também, acaba criando uma reflexão mundial, em cima da corrida de igualdade nos direitos entre homens e mulheres.
Para você ter uma noção do quanto essa corrida é longa, em 2018 foi divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, que serão necessários ainda mais de dois séculos para haver igualdade entre gêneros no trabalho. E nas outras áreas, como política, saúde e educação será em torno de 108 anos.
Ela é o que ela quiser ser
O mundo evoluiu, porém ainda muitas culturas e ideias permanecem. De acordo com sociólogos do século XXI, deve-se haver debates em sala de aula abordando os direitos que a mulheres conquistaram desde 1911, e principalmente refletir sobre o que ainda precisa ser feito para mudar essa cultura que a séculos existe.
Continuamente, os meninos são peça importante nessa mudança, discutir com eles questões de feminilidade e masculinidade, por outro lado, os pais repensarem na forma como criam seus filhos, desassociando por exemplo, questões que envolvem atribuição a cada gênero como “exatas é apenas para homens”, “trabalhos simples e leves são para mulheres”.
O fato é, que qualquer um pode ser o que quiser ser, existe espaço para todos. A mulher pode ser Engenheira, pode liderar uma equipe, e pode também ter filhos e cuidar da família. O homem pode apoiar tudo isso, e ainda sim possuir seu espaço no mundo, pode respeitar e ser respeitado. Assim como ele também pode ter atribuições que desde então são alocadas apenas a mulheres, isso não faz dele menor.
A questão é que se observarmos, fisicamente todo mundo consegue ser independente, porém culturalmente é visível que as mulheres enfrentam muito mais limitantes. Que tal não apenas no dia da mulher, mas em todos os outros, você refletir sobre qual é o seu lugar nessa mudança?
Mais uma coisa antes de finalizar, a Procuradoria Geral do Trabalho, criou uma cartilha chamada ABC da violência contra a mulher no trabalho, é super informativo e válido você conferir!
Existem mulheres fortes e mulheres que ainda não descobriram a sua força! @lela.brandao