A sustentabilidade computacional é um conceito relativamente novo dentro do universo tecnológico.
Isso porque, apesar do avanço exponencial da TI, inteligência artificial e computadores quânticos, a sociedade está longe de se deparar com um mundo igualitário no qual todos podem usufruir da tecnologia disponível.
Além disso, mudanças climáticas, civilizações abaixo da linha da pobreza e outros desafios nos fazem pensar “Como podemos usar a tecnologia a nosso favor?”.
Acompanhe este artigo e o mostrarei como a sustentabilidade computacional pretende transformar o mundo.
Afinal, o que é sustentabilidade computacional?
Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, no relatório de Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como:
“…um desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades.”
Seguindo este preceito, a Sustentabilidade computacional trata-se da área na qual engenheiros e cientistas da computação buscam combater os atuais problemas sociais e ambientais através da computação e de métodos matemáticos, visando uma economia mais saudável e um futuro melhor.
“Nossa visão é que os cientistas da computação podem e devem desempenhar um papel fundamental para ajudar a enfrentar os desafios sociais e ambientais na busca por um futuro sustentável, ao mesmo tempo que avança a ciência da computação como disciplina” – Carla Gomes, diretora da Institute for Computational Sustainability da Cornell University
Pesquisas Computacionais em Sustentabilidade
Muitos estudos estão sendo desenvolvidos mundo à fora em busca de produzir novas tecnologias em prol da humanidade e o meio-ambiente.
No geral, as pesquisas são centradas em três grandes áreas da computação:
- Otimização, modelos dinâmicos e simulação
- Big data e learning machine
- Sistemas multiagentes, crowdsourcing e ciência cidadã.
Abaixo, confira dois exemplos de como a tecnologia vem sendo utilizada de forma sustentável.
Balanço de necessidades socioeconômicas e ambientais
No site oficial da ONU é possível ver as 17 metas de desenvolvimento sustentável. O objetivo número 2 trata-se da extinção da fome global.
Entretanto, um dos grandes desafios para a realização desta meta é ausência de dados confiáveis, já que para erradicar a fome é necessário, primeiramente, identificar quem são as pessoas nesta condição e onde se encontram. Infelizmente, realizar esta análise não é tão simples quanto aparenta.
O mapeamento da pobreza é difícil, principalmente em países em desenvolvimento, onde há grande deficiência no quesito quantidade, qualidade e capacidade de análises dos dados.
Logo, pesquisadores da Stanford University vêm realizando as análises necessárias para o mapeamento a partir da averiguação dos dados coletados via satélite e sensoriamento remoto disponíveis ao público.
No artigo Sustentabilidade computacional: computação para um mundo melhor e um futuro sustentável é relatado que a utilização destas abordagens aliada à machine learning “…são bastante eficazes para estimar uma variedade de indicadores socioeconômicos de pobreza, até mesmo comparáveis ao desempenho preditivo de dados caros de pesquisas coletados no campo, e estão sendo usados atualmente pelo Banco Mundial”.
Com dados mais precisos é mais fácil ajustar as políticas adequadas para a conclusão da meta.
Sistemas de Transporte Inteligente
Devido ao crescimento populacional e ao aumento do número de veículos circulando, é estimado um provável aumento na demanda por melhorias de infraestrutura de tráfego.
Daí, surgem os sistemas de transporte inteligente ou ITS – do inglês Intelligent Transportation Systems – que são sistemas que visam implementar um tráfego mais seguro, transportes públicos inteligentes e adequados, enquanto reduzem a emissão de gases poluentes.
Um relatório da UNECE – Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa – informa:
“Ao minimizar o congestionamento do tráfego e tornar o transporte público mais atraente, podemos reduzir significativamente a poluição gerada pelos transportes – incluindo as emissões de CO2 – e estimular o crescimento econômico sustentável. Podemos ajudar as economias emergentes a superar um modelo de desenvolvimento ultrapassado e se integrar de forma mais sustentável à economia global”
Considerações finais
Lembre-se que mais importante que esperar que novas tecnologias façam o trabalho de resolver problemas ambientais, você, como cidadão, deve sempre fazer sua parte.
Não jogue lixo na rua, procure postos de reciclagem e busque reduzir seu consumo – além de fazer bem para seu bolso, o planeta agradecerá.
Continue acompanhando os artigos do Blog da Engenharia, pois sempre estamos trazendo assuntos interessantes.
Aproveite e siga o Blog da Engenharia no Instagram!