Em algum momento de 2020, você deve ter visto nos noticiários, sobre os problemas que a cidade do Rio de Janeiro vem enfrentando com a qualidade da água.
Além disso, a problematização não foi apenas em cima da qualidade da água, mas também no abastecimento. No início do ano de 2020, constatou-se a presença de esgoto doméstico e poluição industrial na estação de tratamento de Guandu.
Em cima dessas questões, trouxe aqui, vários pontos que influenciaram para que a cidade chegasse ao nível em que está com a qualidade da água.
Venha entender melhor essa polêmica!
Potabilidade da água
Atualmente, a norma vigente de potabilidade de água para consumo humano está disposta no Art. 5 do anexo XX e capítulo II da Portaria de consolidação n°5 de 2017, definida pelo Ministério da Saúde. Ela dispõe sobre o padrão de potabilidade e os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano.
Porém, apesar de essa norma ser nacional, os estados e municípios, quando necessário devem elaborar normas complementares à legislação, contemplando suas especificidades locais.
Conseguinte, o Ministério da Saúde considera que atividades destinadas à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, devem conter água nos padrões definidos pela Portaria.
Cianobactérias presentes na água
Antes de falar especificamente sobre o Rio de Janeiro, você precisa entender alguns conceitos dos motivos que levaram a problematização da qualidade da água no Município.
As cianobactérias, mais conhecidas como algas azuis ou algas cianofíceas, são micro-organismos procariontes capazes de realizar fotossíntese, mas não apresentam fotossistemas organizados em cloroplastos.
Eita! deu um nó na cabeça aí?
Pois bem, elas são muito confundidas com bactérias, por não possuírem um núcleo delimitado por membrana. As colônias de cianobactérias no ecossistema aquático, formam o fitoplâncton.
E qual a influência delas na qualidade da água?
Por serem encontradas em sua maioria na água doce, serem capazes de sobreviver em locais com diferentes tipos de luminosidade e captar nitrogênio atmosférico.
Porém, o fator mais preocupante, é que elas produzem toxinas, que são classificadas como hepatoxinas e dermatoxinas. Ao mesmo tempo que essas toxinas as protegem, se ingerida por seres humanos podem causam danos graves. Além disso, alteram o gosto e a cor da água.
Dessa maneira, a produção acentuada das cianobactérias, faz com que uma grande quantidade de toxina seja liberada. Então é nesse momento que a água sofre o impacto.
Por isso, a importância de se ter um tratamento de água adequado e controlado!
Coleta e tratamento de esgoto no Rio de Janeiro
De acordo com o Instituto Trata Brasil, ao mesmo tempo que a cidade maravilhosa atrai diversos turistas, o saneamento básico da cidade as afasta.
De acordo com o SNIS (Sistema nacional de Informações dobre Saneamento Básico), ano base 2018, quando se fala em abastecimento de água, a cidade está acima da média nacional, com 97,4% de atendimento à população das áreas regulares.
No entanto, tratando-se de esgotamento sanitário, estima-se que 85,1% da população da capital fluminense possui coleta de esgoto, porém apenas 42,9% são tratados.
E para onde você acha que esse esgoto não tratado vai?
Isso mesmo! Grande parte dele, é descartado na natureza de forma incorreta e irregular. É onde graves consequências são trazidas a população.
Entre 2010 e 2018, cerca de apenas R$ 2,5 bilhões foram investidos nos serviços de água e esgotamento. Valor muito baixo, considerando que se trata da principal cidade turística do país.
Cianobactérias e esgoto
No parágrafo acima, você já deve ter conseguido entender metade da causa dessa polêmica em cima da qualidade da água.
Os fitoplânctons, são seres de estrema importância para o planeta, porém o homem frequentemente afeta os ambientes aquáticos, e uma das atividades que mais impacta, é o despejo de esgoto doméstico, industriais e da agricultura.
Resumidamente, todo esse material deixado no meio aquático, provoca um fenômeno chamado eutrofização. Sendo um processo de enriquecimento do ambiente aquático com a quantidade de nitrogênio e fósforo disponíveis na água reduzindo a quantidade de oxigênio.
Dessa maneira, a eutrofização é considerada o maior causador da floração ou bloom. Nada mais é do que o aumento descontrolado do fitoplâncton na superfície aquática, e pode ser observada pela mudança na coloração da água.
Concluindo, quando ocorre o aumento dessas cianobactérias na água, surge um grave problema ambiental e de saúde pública!
Ligando os pontos
Até aqui, você já deve ter chegado na sua própria conclusão. Mas para complementar tudo o que foi dito até agora. O homem como sempre afetando a si mesmo e ao meio ambiente principalmente.
De tal forma que, as cianobactérias são seres essenciais para o planeta, porém são mostradas como as vilãs da história. Mas fica bem claro, que o esgoto jogado de forma incorreta na natureza é o causador grande parte desse problema com a qualidade da água no Rio de Janeiro.
É claro que aí entra também, a falta de controle, o tratamento inadequado e a falta de atitudes dos órgãos públicos em principalmente cortar o mal pela raiz.
Cada vez, fica mais escancarada a necessidade de se ter Saneamento Básico para a população e acima de tudo educação para o homem, que sempre insiste em jogar a sujeira para debaixo do tapete, achando que nunca terá que pagar a conta.
Afinal, para a natureza não existe cheque especial!