Nos últimos anos, tem tido cada vez mais debates sobre inclusão e diversidade, e é cada vez mais importante compreendermos as verdadeiras questões da desigualdade.
Certamente, igualdade e diversidade são essenciais para o engajamento dos funcionários e bons resultados.
Para alcançar a melhoria social, é preciso focar na sustentabilidade, na diversidade, na compreensão das diferenças culturais, nas dificuldades econômicas e na busca pela tolerância social.
Você já se perguntou?
Quantos professores negros, mulheres, deficientes e portadores de necessidades especiais você teve, ou tem, no seu curso de graduação?
Existem também inovações científicas e novas tecnologias, quantas você conhece e quais foram desenvolvidas por pesquisadores com essas características?
Como resultado, a falta de respostas a essas perguntas é uma das muitas maneiras pelas quais a exclusão se manifesta na sociedade.
Como reparar essa exclusão social?
Por exemplo, para diminuir essa lacuna histórica entre brancos e negros, a Lei nº 12.711 foi aprovada em 2012, que prevê cotas raciais e sociais para admissões em universidades e instituições federais de ensino.
Na Unicamp, o Conselho Universitário aprovou a adoção das cotas raciais em novembro de 2017. Eles entraram em vigor no Vestibular em 2019, que também sediou o primeiro Vestibular indígena da universidade.
O resultado(diversidade) já pôde ser notado. Pesquisa do IBGE mostrou que o número de estudantes negros no país ultrapassou os 50%. Em 2018, os alunos pretos e pardos representavam 50,3% do total das matrículas nas instituições públicas de ensino superior do país.
Candidatos com deficiência têm cota para ingressar nas Universidades Federais do Brasil. Antes da regulamentação da Lei 12.711/2012, as cotas permitiam a inclusão de pessoas com deficiência em universidades públicas, mas a medida era opcional e ficava a critério de cada instituição.
Os dados do Censo da Educação Superior de 2016 mostraram que, mesmo após a promulgação do decreto, apenas 0,45% dos 8 milhões de matrículas no ensino superior eram alunos com deficiência. Nas redes privadas, essa proporção era ainda menor, equivalente a 0,35%.
A evasão desses alunos é de 27%, sendo ainda maior na rede privada, chegando a 31,5%. O curso de engenharia com maior número de pessoas com deficiência é engenharia civil.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Vagas.com, empresa que fornece soluções de tecnologia para recrutamento e seleção, as pessoas com deficiência também são discriminadas no mercado de trabalho, com mais da metade (59%) dos entrevistados se sentindo prejudicados em Processo de seleção e 65% dos entrevistados se sentiram rejeitados por seus colegas.
Enfrentar barreiras não é uma tarefa fácil, mas é preciso
Em pleno século XXI, até na hora de escolher uma carreira, as mulheres ainda convivem com ideias e atitudes machistas.
Apesar da tradição dos cursos de engenharia serem dominados por homens, o número de participantes do sexo feminino aumentou nos últimos anos. Isso mostra que as mulheres desejam conquistar cada vez mais posição de destaque no mercado de trabalho.
Mesmo com o crescimento no mercado, ainda existem fatores que precisamos reparar:
- Falta de reconhecimento: Este é o principal obstáculo enfrentado por todas as mulheres no mercado de trabalho, e quando se trata de engenharia, a situação é ainda pior. O tom de surpresa das mulheres quando fazem algo bem, e até a necessidade constante de provar que são capazes de realizar certas tarefas, tem atormentado a carreira de muitas engenheiras;
- Assédio persistente: Outro obstáculo é o assédio que as engenheiras enfrentam no dia a dia. Muitas delas até desistem de suas carreiras porque o desconforto causado por esse problema se tornaram comuns;
- Discrepância salarial: As discrepâncias salariais levam ao desânimo de continuar trabalhando em espaços que não valorizam os profissionais;
- Falta de motivação: no final, a falta de apoio de parentes e até mesmo de maridos e filhos geralmente leva ao fim de muitas carreiras brilhantes. Imagine, por causa do seu gênero, você ouve todos os dias “não é adequada para você“?
A educação forma e substitui o preconceito pelo respeito
Deve ficar claro que engenharia é pensar, pesquisar, projetar, implementar e criar soluções para problemas nos mais diversos campos: estrutura, geotécnica, meio ambiente, materiais de construção, hidrologia, hidráulica, transporte, saneamento, etc.
O gênero, cor e classe do profissional não importa, desde que ele encontre uma solução, ele está com certeza disposto a aprender e se atualizar.