Durante as últimas semanas o mundo vem passando por um momento de tensão elevada, onde na madrugada do dia 23 de fevereiro de 2022, teve inicio o conflito entre a Rússia e Ucrânia. E esse conflito não fica restrito somente a esse território, e sim traz consequências para o mundo, inclusive ao Brasil. Vamos juntos tentar entender mais sobre o que pode e deve acontecer.
Primeiros impactos
A região, onde esse conflito que esta abalando a todos e nos fazendo refletir sobre pontos básicos de convivência (dialogo) que vem cada dia mais mudando, é considerada de grande importância para negociações de commodities agrícolas.
Já temos queda em algumas bolsas de valores, como também com índices futuros de mercados de alguns países como os EUA por exemplo. Um bom exemplo do impacto se da na alta do barril de petróleo que chegou USD 105.
Os preços do petróleo dispararam nesta quinta-feira (24), com o Brent superando US$ 105 o barril pela primeira vez desde 2014 antes de reduzir ganhos, depois que o ataque da Rússia à Ucrânia exacerbou as preocupações sobre interrupções no fornecimento global de energia.
Stephanie Kellyda Reuters
Os riscos
Vários países a cada dia que passa estão anunciando sanções globais a Rússia, que é um dos maiores trades no meio global. Essas medidas então, vão impactar diretamente em negociações desde grãos até fertilizantes minerais. E o Brasil será muito impactado, pois como se trata de um pais que ao longo de milhares de anos sofreu com processos erosivos, acaba comprando de fora quase que a totalidade do que é utilizado aqui.
O principal ponto de atenção está no grupo de adubos e fertilizantes químicos, que responde por mais de 60% de tudo o que o Brasil importa da Rússia. O país europeu é o principal fornecedor destes insumos a todo o planeta.
Gilson Garrett Jr
A Rússia, não tem nada de boba, e vai retaliar cada uma dessas sanções, pois sabe que tem importância gigantesca com distribuições de insumos agrícolas e energéticos mundialmente falando, e a Europa que o diga. A Rússia corresponde a mais de 35% do abastecimento europeu de gás natural, assim como impacta o mundo, não só com o gás natural mas com outros derivados de petróleo, como por exemplo combustíveis. Onde desencadeia um aumento no custo expressivos no meio agrícola e industrial.
Baixo risco
Primeiramente, com baixo risco de impacto, podemos citar as culturas do soja e do algodão. Note, falamos de baixo risco e não ausência de risco. Para o soja, podemos esperar aumento do preço do óleo, aumento da área plantada com o grão nos EUA e Brasil (tudo dependendo de como o setor de insumos será impactado). Assim, para o algodão, a tendência é de os valores continuarem altos, onde passa a competir com fibras sintéticas (derivadas de petróleo), com também aumento da área plantada com o grão nos EUA e Brasil.
Médio Risco
Com prejuízos indiretos, e que podem vir a preocupar muito ainda podemos falar de carne, ovo, leite, milho e cana-de-açúcar. Carne, leite e ovos serão impactados com o aumento do custo de produção e chegaram a mesa do povo com preço maior. A situação da cana é bem semelhante ao do algodão, onde essa cultura que é utilizada para produção de etanol pode vir a competir com outros combustíveis. Caso o conflito chegue as regiões agrícolas da Ucrânia, a cultura do milho seria impactada, pois a Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais, onde já se fala em aumento do preço atualmente, mas muito mais preocupante para próxima safra.
Alto Risco
Com risco muito alto podemos citar os fertilizantes e o trigo. Como falamos anteriormente o Brasil é muito dependente de fertilizantes minerais russos e europeus, devemos ficar atentos aos próximos passos do governo brasileiro na busca de alternativas. O gás natural, que é matéria importantíssima para produção de nitrogenados poderá sofrer muito com o fechamento russo para negociações devidas as sanções impostas. Assim, a pandemia que já havia prejudicado muito o setor e tinha potencial de se recuperar nós próximos anos, foi ralo a baixo e os preços se manterão elevados. Nesse sentido, o trigo, ao lado do milho é muito forte nesses dois países, onde parecido com o que ocorrerá com o milho, o trigo poderá sofrer grandes impactos nessa safra e preocupa para a próxima. Alto risco para o trigo, onde preços já tem alta de até 20%.
Esperança
Assim, é o que nos restas e como o velho ditado é a ultima que morre. Mas, as perdas com essa guerra vão muito além das econômicas, são perdas de vidas, sonhos, sono, segurança…
Portanto, espero que isso se resolva, por mais difícil que pareça a cada dia. Fique atento as notícias que estão saindo, principalmente caso ache importante antecipar compra de insumos, combustíveis e etc.