Uma atividade que foi desenvolvida na região Norte e é bastante questionada é a garimpagem.
A garimpagem é uma atividade de extração mineral que utiliza tecnologia básica. A maioria dos garimpos que existem procuram especificamente por ouro e diamantes.
O garimpo é uma atividade de extração mineral que existe no mundo há muito tempo.
Os primeiros sinais desta atividade remontam ao século XV, quando os europeus partiram em busca de novas terras para conquistar os seus recursos minerais. Por outro lado, no Brasil, com a busca por ouro e diamantes em Minas Gerais no século XVIII, o garimpo começou a crescer.
Fatores Negativos
No entanto, garimpo não só gera riqueza, mas também traz uma série de problemas para a região, muitos dos quais são problemas sociais.
Isso se deve à baixa qualidade de vida dos garimpeiros, que vivem em pequenas aldeias sem nenhuma infraestrutura (água tratada, esgoto, saneamento, escolas, etc.).
Eles também costumam invadir terras impróprias, como áreas protegidas nacionais e indígenas, com base em confrontos violentos, destruindo a paz.
A atividade garimpeira também causa um grande impacto ambiental na região amazônica.
Não há dúvida de que a principal causa de inúmeros efeitos é o mercúrio, substância utilizada para remover as impurezas do ouro. Em outras palavras, o mercúrio é tóxico e contamina os trabalhadores, rios, peixes, animais selvagens e pessoas que usam as águas da região.
Ilegalidade no Contexto CoronaVírus
Notícias recentes indicam que, durante a pandemia do coronavírus, a extração mineral em áreas protegidas aumentou.
Garimpos clandestinos sem controle de saneamento são um meio para espalhar o novo coronavírus nas aldeias indígenas, no que resulta a exposição da população local ao risco do Covid-19 e às consequências de práticas ilegais.
As terras indígenas mais afetadas pela extração ilegal de ouro são: Kayapó, Munduruku (todas no Pará) e Yanomami (em Roraima e Amazonas). Em outras palavras, a área combinada desses três territórios equivale à área do Estado de São Paulo e faz parte da área mais bem preservada da Amazônia brasileira.
Imagens de satélites e de sobrevôo analisadas pela Rede Xingu + indicam que a destruição de terras indígenas por garimpo ilegal se tornou uma “epidemia” para três terras indígenas e quatro unidades de proteção na Bacia do Rio xingu, no Pará.
De acordo com a coalizão de ONGs indígenas, associações comunitárias tradicionais e instituições da sociedade civil, apenas de abril a maio de 2020, a atividade garimpeira destruiu 562 hectares de terras, o que acrescentou outros 21,5 mil hectares de desmatamento na área do rio Xingu.
Com a disseminação da covid-19 pelo país, a invasão de garimpeiros dentro das terras indígenas e unidades de conservação representa uma dupla ameaça: o contágio dos povos indígenas e populações tradicionais e a destruição da floresta, afirmou a Rede Xingu+ em texto…
Dados alarmantes
Segundo dados do Greenpeace, entre janeiro de 2020 e abril de 2020, 72% de todas as atividades de garimpo na região amazônica ocorreram em unidades de conservação e terras indígenas.
Além disso, 2019 é considerado um ano recorde de invasões, com um total de 160 invasões e desenvolvimento ilegal de terras indígenas de janeiro a setembro. Ou seja, em comparação com 2018, esse é um aumento de 40%.
Outro fato que acompanha a invasão é o desmatamento: de agosto de 2018 a julho de 2019, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 9.762 quilômetros quadrados de desmatamento, o maior número em uma década. Como resultado, foi derrubado um total de 423 quilômetros quadrados de terra. Em comparação com 2018, isso representa um aumento de 74%.
Em termos de unidades de proteção, entre janeiro e abril de 2020, o garimpo destruiu 879,8 hectares de floresta, um aumento de 80,62% em relação aos 487,12 hectares de desmatamento no mesmo período de 2019.
Medo
Em suma, essa realidade também afetou gravemente o povo Yanomami de Roraima. Há décadas que os seus antepassados são invadidos pelos Garimpeiros, e estão bem conscientes do grave impacto desta ilegalidade na natureza, no seu estilo de vida e na saúde da população.
Na pandemia, eles temem que os mais de 20.000 garimpeiros ilegais usem a TI Yanomami para mineração, o que pode prejudicar suas famílias devido à contaminação da Covid-19, e exigem que o estado os evacue com urgência de seus territórios.
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