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Engenharia elétrica: Como realizar a manutenção preventiva de subestações

Engenharia elétrica: Como realizar a manutenção preventiva de subestações

A manutenção preventiva de subestações elétricas é um procedimento essencial para garantir a integridade e o bom funcionamento dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Quando realizada corretamente, essa prática não só prolonga a vida útil dos equipamentos, mas também reduz consideravelmente o risco de falhas que podem causar interrupções no fornecimento de energia e comprometer a segurança das instalações. Neste post, exploramos as etapas chave do processo de manutenção preventiva de subestações e apresentamos dicas práticas para otimizar sua operação.

1. O que é manutenção preventiva de subestações?

A manutenção preventiva é um conjunto de ações planejadas e executadas periodicamente para identificar problemas potenciais e evitar falhas nos sistemas elétricos antes que eles ocorram. Nas subestações elétricas, a manutenção preventiva abrange a verificação e a substituição de componentes, a inspeção de sistemas de proteção e controle, e a realização de testes funcionais.

Subestações elétricas são instalações que fazem a transformação da tensão da energia elétrica para atender às necessidades de transmissão e distribuição. Por serem centrais para o fornecimento de energia, a falha de um único equipamento pode ocasionar cortes de energia em grandes áreas. Portanto, investir em uma estratégia de manutenção preventiva é fundamental para garantir a confiabilidade do sistema.

2. Principais etapas da manutenção preventiva

A seguir, descrevemos as principais etapas envolvidas na manutenção preventiva de uma subestação, com base nas boas práticas da engenharia elétrica:

  • Inspeção visual regular: A inspeção visual é uma das formas mais simples e eficazes de identificar problemas como oxidação, desgaste, ou danos causados por roedores. Ela pode ser realizada com o sistema desenergizado ou com o auxílio de dispositivos infravermelhos durante a operação.
  • Limpeza dos equipamentos: A manutenção preventiva inclui a limpeza periódica de componentes como disjuntores, chaves seccionadoras e transformadores. A poeira e outros contaminantes podem afetar o desempenho e até mesmo causar curtos-circuitos.
  • Medição de resistência e continuidade: Realizar medições elétricas, como resistencia dos contatos e continuidade dos cabos, é essencial para verificar a integridade dos componentes. Um aumento excessivo na resistência de contatos, por exemplo, pode indicar sua degradação.
  • Ensaios de isolamento: Ensaios periódicos no sistema de isolamento dos equipamentos, como transformadores e cabos elétricos, ajudam a evitar falhas perigosas e que podem causar acidentes operacionais severos.
  • Teste de proteção: Os sistemas de proteção, como relés e disjuntores, precisam de testes que garantam sua operação rápida e eficaz, em caso de falhas na rede elétrica. Isso inclui a avaliação dos tempos de resposta e a calibragem dos relés de proteção.

Exemplo prático: Em uma subestação de 138 kV de um parque industrial, a equipe de manutenção identificou sinais de aquecimento excessivo em um conector de barramento principal. Ao realizar os testes de continuidade, foi constatado que a resistência do contato estava aumentada devido à oxidação. A substituição preventiva do conector evitou uma falha catastrófica que poderia causar uma interrupção no fornecimento de energia para toda a planta.

3. Boas práticas para aumentar a vida útil dos sistemas

A aplicação adequada das rotinas de manutenção preventiva pode aumentar substancialmente a vida útil das subestações e sistemas associados, reduzindo custos a longo prazo e evitando paradas indesejadas. Aqui estão algumas boas práticas recomendadas para engenheiros e equipes de manutenção:

  • Tenha um plano de manutenção bem elaborado: Um plano deve prever todas as ações preventivas e o timing das inspeções. Manter um histórico detalhado das intervenções também ajuda na tomada de decisões futuras sobre a substituição de equipamentos que já completaram sua vida útil operacional.
  • Utilize tecnologias modernas de monitoramento: Sensores de temperatura, umidade e vibração, aliados a sistemas de monitoramento contínuo, podem detectar pequenos desvios no funcionamento de componentes, permitindo intervenções mais precisas e em tempo hábil.
  • Formação contínua da equipe: Equipamentos em subestações estão em contínua evolução, e novos riscos podem surgir. Assim, é importante que a equipe responsável pela manutenção esteja sempre atualizada com os novos métodos e tecnologias disponíveis no mercado.
  • Verifique o nível de óleo isolante dos transformadores: O óleo isolante tem a função de refrigerar e isolar componentes-chave. Monitorar sua qualidade pode evitar falhas em transformadores, que são partes críticas de qualquer subestação.
  • Realize auditorias de segurança regularmente: A verificação das normas de segurança deve ser considerada uma prioridade. Auditorias periódicas podem identificar condições inseguras e ajudar a implementar melhorias antes que ocorram acidentes.

Caso de uso: Em uma subestação de 230 kV, o monitoramento térmico em tempo real permitiu a detecção precoce de um aumento de temperatura em um transformador. Uma análise posterior revelou que o óleo isolante havia atingido níveis críticos de impurezas. Ao substituir o óleo a tempo, foi possível evitar uma falha dispendiosa e manter a rede de distribuição operacional sem interrupções.

Conclusão

Realizar a manutenção preventiva de subestações elétricas é crucial para garantir a confiabilidade e longevidade dos sistemas. Além de evitar falhas, essa prática ajuda a elevar os níveis de segurança e a otimizar o desempenho das redes elétricas. Ao implementar um plano sólido de manutenção, monitoramento contínuo e treinamento adequado da equipe, é possível obter ganhos significativos na operação e economizar com reparos emergenciais e substituições inesperadas.

Perguntas para Discussão

  1. Quais são as tecnologias de monitoramento mais eficazes que você tem utilizado nas suas subestações?
  2. Com que frequência a sua empresa realiza testes de isolamento nos equipamentos de alta tensão?
  3. Você já vivenciou situações em que a manutenção corretiva foi necessária por falha na preventiva? O que poderia ter sido feito para evitar essa ocorrência?
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