Na última sexta-feira, 21/08, um grande vazamento de água ocorreu e assim deu um susto em toda a população que estava próxima e equipe técnica da Barragem do Jati. Imagens impressionantes, bem como a vista na figura a seguir, fizeram as pessoas deixarem o local rapidamente e, durante a madrugada do sábado, evacuarem todos os moradores da região.
A transposição do Rio São Francisco
Para entender o ocorrido primeiro, vamos entender um pouco do funcionamento da barragem. A transposição do Rio São Francisco é um projeto que prevê o desvio de 1, 4% do volume do reservatório de água da vazão da barragem de Sobradinho. Esta água que será destinada ao consumo da população urbana de 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Serão utilizadas as bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba.
Para tal, serão realizados canais e reservatórios para promover transferência de água do rio para abastecimento de açudes bem como de rios menores na região nordeste. Diminuindo assim a seca no período de estiagem. Alguns desses reservatórios serão aproveitados também para a produção de energia. Por meio do uso da força das águas, usinas hidrelétricas, produzem energia para a alimentação das regiões próximas.
O Reservatório do Jati
Um destes é o reservatório do Jati, o qual sofreu o vazamento da última sexta-feira. Foi consequencia de um rompimento em duto forçado. Este retira água do reservatório e direciona para a casa de forças, onde enfim é gerada a energia.
Esse duto tem uma determinada pressão de líquido em seu interior. O fluxo de água é interrompido com o fechamento da válvula dissipadora. Por outro lado, se esse fechamento ocorre de forma brusca, bem como acontecido no último evento, essa pressão sofre uma grande variação, causando assim o chamado Golpe de Aríete.
A princípio quando essa variação é muito grande, pode em suma provocaro o rompimento de um trecho da tubulação. Essa tubulação é composta por concreto armado reforçado, por outro lado pode não resistir a um limite extremo de variação de pressão, causando assim sua ruptura. Sob o mesmo ponto de vista, a imagem abaixo mostra o local do rompimento. Nesse caso, ocorreu no segmento 16 do conduto forçado.