No dia 04 de agosto a explosão ocorrida na região portuária de Beirute, capital e maior cidade do Líbano, gerou muitas especulações devido a sua intensidade e gravidade.
Mas, ninguém esperava que o principal “suspeito” pudesse ser o Nitrato de Amônio.
O que é o Nitrato de Amônio?
O Nitrato de Amônio é um composto químico de fórmula molecular NH4NO3, amplamente utilizado como fertilizante na produção de alimentos como cana-de-açúcar, frutas e hortaliças.
O composto ativo cede nitrogênio para as raízes das plantas, tornando-as mais resistentes e aumentando a produtividade da lavoura.
Sendo um sólido comburente (categoria 3), o Nitrato de Amônio se apresenta como um sal branco altamente solúvel em água e higroscópico, que quando aquecido a temperaturas superiores a 210°C decompõe-se rapidamente liberando assim, gases tóxicos, tais como o óxido de nitrogênio e amônia.
Por si só, o composto é considerado seguro, mas basta uma faísca ou o aquecimento para que a reação se torne altamente explosiva.
E por isso, existem cuidados e restrições quanto ao seu armazenamento e transporte, não sendo recomendado o armazenamento em grande escala.
No Brasil, os critérios de segurança para transporte, manipulação e armazenamento deste composto são altamente rigorosos, o que ocasionou uma queda no mercado e uso do produto nos últimos anos.
E o que de fato aconteceu em Beirute?
O que ocorreu em Beirute já aconteceu também na França, China, EUA e em menores proporções em São Paulo e Santa Catarina.
Ou seja, explosões oriundas do armazenamento indevido do Nitrato de Amônio não são novidade e já ocasionaram estragos catastróficos com centenas de mortos e feridos.
Especificamente em Beirute, o que sabe-se até o momento é que cerca de 2,7 mil toneladas de Nitrato de Amônio estavam armazenadas em um depósito desde 2014, sem a segurança necessária.
O que fazer agora?
Além de seguir com a averiguação do caso e de responsabilizar os culpados, deve-se também, atentar aos cuidados necessários no armazenamento e transporte deste composto.
Após o ocorrido em Beirute, alguns estados brasileiros, dentre eles o RS, já se posicionaram acerca da movimentação do Nitrato de Amônio, alegando que a substância é de “interesse militar”, logo, sua fabricação, transporte, armazenamento e uso são devidamente inspecionados pelo Exército.
No Brasil, atualmente, os estoques do Nitrato de Amônio seguem um esquema “Just in Time”, o que minimiza o potencial risco de acidentes.
Entretanto, as Boas Práticas e a prevenção com relação ao uso de produtos químicos como o Nitrato de Amônio, são imprescindíveis.
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