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A importância de um bom Planejamento Estratégico no Setor Público

Seja no Setor Público ou Privado é importante que toda Organização possua um bom planejamento estratégico. Visto que, além de elaborar um planejamento de atividades, é necessário que haja sua execução, controle, gestão de tarefas e de pessoas, análise de indicadores, dentre outras ações afim de cumprir metas pré-estabelecidas.

E na esfera Pública ainda existem fatores socioeconômicos e culturais que implicam em situações críticas a serem estudadas e inseridas como parte dos objetivos de um bom plano, caso contrário, os municípios podem ficar estagnados e se distanciarem das necessidades da comunidade.

Planejamento Estratégico
Fonte: Pixabay

Aspectos econômicos e demandas sociais

Atualmente, o Brasil conta com 5.568 municípios mais o Distrito Federal e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha (IBGE 2021). Pelo aspecto de desenvolvimento econômico, o maior PIB é de São Paulo capital (R$ 763,8 bi) e o menor de Santo Antônio dos Milagres no Estado do Piauí (R$ 15,51 mi) de acordo com as atualizações do IBGE (2019). Estes dados mostram como o país possui realidades socioeconômicas distintas provenientes também de fatores históricos e com isso, é possível identificar que esta pauta é também crucial na elaboração de um bom planejamento estratégico.

Outro fator é que cada região brasileira possui aspectos econômicos relevantes de diferentes setores para a manutenção dos municípios. Tais quais englobam o agronegócio, produção de bens e de consumo, turismo, construção civil, produção de energia, dentre outras indústrias que movimentam as economias locais. Isso colabora com a geração de empregos e movimentação das finanças da comunidade, o que reforça que os municípios precisam estar alinhados com a iniciativa privada em relação ao incentivo de implementação de negócios.

Além disso, cada município brasileiro além de possuir realidades econômicas diferentes, apresenta também demandas sociais diferentes. Por exemplo, em determinado lugar o maior problema a ser solucionado seria o saneamento básico ineficaz, em outro, a carência do incentivo a iniciativa privada com geração de empregos ou então a ausência de drenagem e infraestrutura urbana adequada. Além de problemas relacionados a moradia, ausência de lazer, que também são prioridades para que a cidade seja um bom ambiente a ser habitado.

Por isso, é importante fazer uma análise de indicadores dos municípios, visando encontrar quais problemas precisam ser solucionados.

Fonte: Pixabay (Foto de um local alagado e sem saneamento básico)

Indicadores

Sendo assim, dentro de um planejamento estratégico eficaz, os municípios precisam identificar suas atuais demandas e principais mazelas, e, com isso traçar metas a serem alcançadas durante cada gestão. Isso se faz necessário, considerando que cada cidade precisa direcionar seus recursos e estratégias políticas para resolver as demandas sociais básicas incluindo: Saúde, Educação, Segurança, Geração de emprego e renda, Infraestrutura Urbana, Meio ambiente, Cultura.

Além disso, é preciso atenção do poder público para verificar quais as necessidades específicas do município e com isso direcionar estratégias de como saná-las. Dito isso, ressalta-se a importância de entender e conhecer através dos indicadores quais as problemáticas locais e traçar planos com base nessas informações. Pois a não resolução desses problemas pode gerar evasão de profissionais, bem como de estudantes desses municípios.

Além disso, um município organizado, com infraestrutura urbana adequada, áreas de lazer, iniciativa privada em forma de emprego e renda, segurança, educação de qualidade, faz com que a comunidade se sinta motivada em morar e se estabelecer no lugar. Isso gera desenvolvimento, pertencimento e geração de oportunidades.

Evasão de profissionais dos municípios

Certa vez vi uma publicação de um médico bastante pertinente sobre o porquê tantos médicos não aceitavam propostas de trabalho em tantos municípios. Ele então explicou de uma forma sincera e direta:

“Porque eu quero um lugar seguro para minha família, com lazer de qualidade, quero que meu filho estude numa boa escola, quero uma infraestrutura mínima dentro e fora do meu local de trabalho”.

Um médico ao ser questionado sobre não aceitar trabalhar em cidades distantes e sem infraestrutura.

Isso causa uma reflexão acerca de muitos fatores, um deles sobre como a negligência da gestão municipal em questões básicas pode resultar na evasão de excelentes profissionais de pequenas cidades para grandes cidades ou até mesmo para outros países, o que tem como consequência sérios problemas sociais.

A comunidade sofre com isso: sem médicos no sistema de saúde, sem engenheiros, sem advogados qualificados, sem nutricionistas, sem professores preparados, enfim, sem profissionais especializados para atender as necessidades locais. Pois estes escolhem não residir numa determinada localidade muitas vezes por falta de iniciativa pública em investimentos importantes e básicos para a população.

Fonte: Pixabay

Era da Informação

Além disso, estamos na era digital, indústria 5.0, em que o acesso à informação e tecnologia é crescente e está chegando mesmo que de forma paulatina em vários municípios, inclusive nas regiões mais afastadas. É importante que os gestores públicos compreendam que com o acesso à informação há uma reprogramação da cultura, há também o incentivo ao empreendedorismo tanto físico quanto digital e, com isso, é necessário que a iniciativa pública acompanhe essas mudanças e se conecte ao cidadão.

Por isso um bom planejamento estratégico deve conhecer a comunidade bem como suas necessidades, além disso visualizar que uma cidade bem organizada é geradora de renda, é espaço para investimento, tecnologia, crescimento e geração de oportunidade.  Planejar ações, traçar metas, educar os envolvidos, executar as mudanças e identificar os indicadores é parte de um processo de renovação das cidades, dessa forma, toda a comunidade é beneficiada e as pessoas sentem-se motivadas a viver nestes municípios.

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