A missão Chandrayaan-3 estuda a possibilidade da água congelada da Lua ter vindo a bilhões de anos, por meio de impactos de diversos cometas que poderiam ter gelo e é provável que tenham ficado nas crateras do polo sul da Lua até hoje.
A Lua é um satélite natural da Terra, sendo que a parte visível em relação a nós é sempre a mesma, por esse motivo o lado chamando Lado Oculto da Lua é uma região que não recebe luz solar e está permanentemente na sombra.
Por que a Lua de novo?
A Lua é sempre vista como um local de exploração espacial devido a diversos fatores, como os potenciais recursos em solo lunar. Nesse sentido, muitos estudos e pesquisas ocorrem a décadas por sondas, rovers, entre outros instrumentos para essas missões espaciais.
A colonização de Marte que é um momento esperados por muitos, porém por diversos fatores pode demorar um pouco devido a condições e tecnologias que envolvem a ida até o Planeta Vermelho.
Um passo importante nessa jornada de exploração de outro planeta é a exploração da Lua, o nosso satélite natural contém diversos tipos de metais como alumínio e titânio, assim como diversos minerais. O hélio-3 também encontrado na Lua, pode ser um ponto fundamental no desenvolvimento da fusão nuclear tornando-a mais viável.
Além disso, com a confirmação de gelo na Lua, pode ser um dos recursos mais importantes a serem explorados na Lua e potencializar futuras explorações. Uma missão que está em andamento para voltar a Lua com a missão Artemis, que planeja colocar pessoas novamente em 2026 em solo lunar.
Chandrayaan-1
A Índia se tornou o quarto pais a pousar na Lua, sendo os 3 primeiros os EUA, União Soviética e China. Ainda na Guerra fria, Rússia ainda como União Soviética e os Estados Unidos pousaram em 1966. A China teve seu triunfo em 2013, e agora 10 anos depois a Índia entra para esse seleto grupo.
A primeira missão em solo lunar da Índia Chandrayaan-1 em 2008 pela ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial). Essa missão teve o objetivo de mapear a superfície lunar, porém fez uma descoberta importante detectando água na forma de gelo em um dos polos da Lua.
A sonda foi equipada com diversos instrumentos científicos, como espectrômetros, câmeras, entre outros equipamentos para os estudos dessa missão na Lua. Logo após um ano da chegada na Lua, em 2009, devido a um problema de comunicação com a sonda, a missão se encerrou antes do tempo.
Chandrayaan-2
A segunda missão ocorreu em 2019, chamada de Chandrayaan-2 composta por um orbitador, um módulo de pouso e um rover. Além da continuidade no estudo na missão anterior a Chandrayaan-2 tinha como objetivo estudar a geologia, composição mineral, geofísica e exosfera da Lua.
A missão utilizou um rover chamado Pragyan para realizar essas pesquisas na Lua por meio do módulo Vikram para pousar na superfície lunar. No entanto, devido a um problema no módulo de pouso para chegar ao solo lunar houve uma perda na comunicação e consequentemente na perda do rover Pragyan.
Por outro lado, mesmo com a baixas nas outras duas partes da missão, o orbitador Chandrayaan-2 prosseguiu na suas pesquisas e observações no solo lunar e na exosfera lunar, devido a seus equipamentos científicos a bordo.
Chandrayaan-3
No dia 14 de julho de 2023 aconteceu o pouso do lander Vikram na Lua, a bordo dele estava o rover Pragyan, ambos com o mesmo nome da missão anterior. O rover e o lander operaram por 14 dias realizando experimentos científicos.
No dia 03 de setembro o rover e o lander ficou em modo de hibernação ou sleep mode. A partir do dia 22 de setembro de 2023 suas baterias estariam recarregadas por meio de suas placas solares e retornariam as pesquisas. No entanto, até o momento da escrita do artigo as tentativas de comunicação com o transmissor do lander não tiveram sucesso.
Esse procedimento foi aconteceu para proteger os sistemas de ambos, devido a área escolhida para pouso da missão. O ambiente se torna ainda mais desafiador devido as baixíssimas temperaturas que variam de -200Cº a -250Cº.
Um dos primeiros experimentos feito pelo rover Pragyan foi a medição da temperatura da superfície da Lua. Desse modo, em apenas alguns centímetros de profundidade foi possível ver uma grande variação no solo lunar. A superfície o rover registrou cerca de 60°C e a cerca 10cm de profundidade registrou -10°C.
A conta fecha?
A estimativa de custo total da missão Chandrayaan-3 foi de US$ 74,6 milhões, cerca de 368,2 milhões de reais. Ainda assim, a Índia teve uma rápida ascensão no seu programa espacial de baixo custo em relação a outras organizações. Além disso, o sucesso da Índia nas missões se dão devido a sua alta quantidade de engenheiros qualificados que tornou essas explorações espaciais possíveis.
De fato essa missões espaciais realizadas a décadas sempre nos apresentam novas descobertas, algumas delas voltadas para exploração espacial, outras com o objetivo de voos comerciais como caso da Virgin Galactic. Essas missões nos permitem buscar por novos conhecimentos, desenvolvimento de tecnologias e podem estar presente no nosso dia a dia.
Fontes: ISRO e SpaceToday.