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Próximos 10 anos para a cultura do Milho

Antes de entrar de cabeça no tema, é importante falar que não são dados aleatórios e sim usei como base fontes de Informações como: MAPA, CONAB, IBGE, USDA, OCDE, IPEA, CEPEA e FGV. Portanto, neste artigo irei falar das perspectivas atuais e futuras sobre a cultura do milho.

INTRODUÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA

Primeiramente, o milho é uma gramínea originária do México de uma planta chamada Teosinto. Ao contrário do que conhecemos atualmente como milho, ele era uma planta com muitas espigas, sendo estas até menores que moedas.

Por consequência da seleção durantes os anos, como exemplo por povos que selecionavam plantas com espigas maiores, grãos melhores, porte, vigor e até cor para obter as características desejáveis as próximas safras, com as condições climáticas, melhoramento moderno (híbridos, por exemplo), chegamos no milho que conhecemos atualmente: plantas de uma ou duas espigas com mais de 400 grãos, com ciclo em média de 125 dias e até 2 metros de altura, com uma média produtiva que varia por volta de 60 – 80 sacas por hectare.

É uma das culturas mais importantes mundialmente, inclusive em nosso país. É o grão
mais produzido mundialmente, correspondendo a quase metade do total de grãos. O milho corresponde a 36,3%, ficando a frente de outras culturas muito importante, como, por exemplo: trigo: 26,3%; arroz: 16,9%; soja: 12,2%.

Segundo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o Brasil é o terceiro maior produtor de milho, atrás da China e dos EUA (maior produtor), ou seja, é uma cultura de altíssima importância econômica, social e política.

No país, o estado do Mato Grosso corresponde a 35,4% da produção nacional, sendo o maior em produção. O milho é uma cultura que demanda muito de poucos estados, onde a sequência em importância fica Paraná, 15%, Goiás, 9,3%, Mato Grosso do Sul, 8,5%, Minas Gerais 8%. Estes estados contribuem com quase 80% da produção nacional, e uma quebra de safra em alguns deles causam grandes prejuízos.

Usos do milho

Vamos lá, vou lhe dar dois exemplos antes de falar do uso do milho em nosso país. Vou te mostrar seus usos no México (país de origem) e nos EUA (maior produtor), para entendermos melhor igualdades e diferenças.


No México o seu uso é muito importante, pois é a base da alimentação da população (atrelado a cultura e culinária local, sendo o ingrediente principal dos pratos típicos). Nos Estados Unidos, apesar de ser o maior produtor o consumo é relativamente pequeno (muitas vezes limitado a cereais matinais). Lá ainda, a maioria da produção de milho vai para a alimentação animal, devido ao sistema de criação dos bovinos de corte e leite (confinamento e ração ao cocho).


Já o Brasil é basicamente uma mistura entre os dois acima. O milho é a matéria-prima principal de vários pratos da culinária típica brasileira como, por exemplo: cuscuz, polenta, bolos, cozido e pipoca. Acabamos consumindo muito milho, mas ainda é muito pouco, pois o consumo humano é limitado “direto” corresponde a 15% do total. Por aqui mais de 80% vai para alimentação animal por suas características energéticas, em forma de farelo, quirera e silagem, chegando até nos indiretamente como carne (bovina, suína, aves e peixes), leite e ovos. Uma diferença do Brasil para o EUA é a forma de criação de bovinos, onde por aqui na maioria, os animais tem acesso ao pasto.

O milho afinal, mata a fome de muita gente, ele é importante demais por suas características de elevado valor energético. Sendo a energia a principal deficiência nutricional da população brasileira de baixa renda.

DO CAMPO A MESA E IMPACTOS NO DIA A DIA

Entender isso é muito importante, para entendermos melhor o que realmente levamos a
mesa. Muitas vezes olhando de fora, pensamos que no campo, ele é tratado como uma gramínea anual de verão, o qual o grão é no final o que tem maior valor econômico e trará retorno financeiro para custear a produção e lucro. Sim, ele é isso também afinal, os produtores veem como trabalho e sustento para sua família.

Outro lado que podemos olhar é que se o resultado, é o somatório de muito trabalho, preocupações, tristezas e alegrias de produtores, engenheiros, técnicos e peões, por exemplo. Pois, a produção engloba uma série de etapas e todas elas “sem um teto”, ou seja, com dependência climática.

Antes de chegar à mesa, precisamos entender como ele chega até ela

Em suma, primeiro se tem o cuidado com a área, manejo de solo/correções nutricionais para receber a semente. A escolha da cultivar é importantíssimo, será aquela adapta para as condições ambientais, as quais os produtores são sujeitos, como, por exemplo, excesso/falta de chuva, incidências de pragas e plantas daninhas, ou seja, vária de região para região. Assim, são feitos os cuidados conforme necessidade, entrada de maquinário para aplicações de fertilizantes ou defensivos químicos.

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Vai aqui um adendo sobre uso de fertilizantes químicos e defensivos químicos (agrotóxicos). Estamos vivendo em meio a crise energéticas, e afetam diretamente esses dois mercados que precisam de muita energia e são quase na totalidade comprados de outros países para suprirem a necessidade, os preços estão elevadíssimos e nenhum produtor irá aplicar superdoses sua lavoura, ninguém quer perder dinheiro. O uso exagerado vem pelo desespero, falta de conhecimento, medo de perder total sua produção para pragas, por exemplo, e que não tiveram uma recomendação feita por um profissional de forma correta, com uso de MIP e MIPD, em períodos de aplicação e em estádios certos.

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Quando o milho forma a espiga e chega no ponto ideal é realizado a colheita, mais uma vez se tem o uso de maquinário e caminhões. Logo após, são transportados até grandes silos, navios para exportações, indústrias em geral, mercados, etc. Assim vamos ao mercado e compramos o milho ou produtos derivados.

O que importa é entendermos que se tem uso de maquinário de alto valor e cada entrada se gasta com combustível, com trabalhadores, fertilizantes, químicos, sementes, assistência técnica, e um dos fatores mais importantes a de dependência climática (“a lavoura não tem telhado”), que pode ser cruel em alguns casos.

Atualmente, estamos enfrentando alto custo de fertilizantes minerais, defensivos químicos, combustível, falta de chuva no Sul, aumento da incidência de pragas como a cigarrinha do milho, lagarta-do-cartucho. Ou seja, tudo isso causará impacto no preço final ao consumidor.

Um bom exemplo é a cotação da saca de milho (uma saca equivale a 60 kg), a saca de 60 kg de milho era vendida em média a 45 reais em 18 de fevereiro de 2020, atualmente a cotação de 06/01/2022 está em 90 reais. Ou seja, dobrou o valor de venda final. Mas, não nos engamos, os valores de produção aumentaram também como falamos anteriormente.

E como isso me impacta afinal GUI?

Outra questão é a lei da oferta e demanda, onde cada vez mais se tem aumento na demanda externa/interna. Oferta e Demanda: A forte demanda do exterior, que reduz a oferta no mercado interno. E pense comigo, se temos baixa ofertas pelas perdas e quebras na produção, mas a demanda continua muito alta (todos querem) o produto (soja e milho) se torna mais raro e mais desejado (preço aumenta).

Vamos lá, soja e milho são grãos que compõem a maioria da ração (alimento) dos animais zootécnicos. Por suas características proteicas e energéticas, por exemplo. Servindo então de alimento para bovinos, suínos e aves, se há alta nos custos (ração), o preço das carnes tende a subir assim. Um custo alto de produção impacta no valor final do produto e de toda sua cadeia (carnes, leite, ovos, derivados de milho). Por isso, vemos preços subindo. O valor do Prato feito, por exemplo (arroz, feijão, batata e bife) subiu cerca de 17% nos últimos anos.

PERSPECTIVAS ATUAIS E FUTURAS

Falando em 2022, as perspectivas são positivas. O país terá um aumento significativo na produção, esperasse cerca de 37% de aumento em relação ao ano passado, passando de 86 milhões de toneladas para 116 milhões de toneladas. Este ano a área plantada chegou próximo dos 20 mil hectares segundo a CONAB.

Muitas dúvidas ainda estão no ar, um exemplo é pela crise hídrica no Sul do país, que afetam a produção, por exemplo, do Paraná, um dos maiores produtores de milho. Outro fator negativo atualmente é o custo deste plantio. Fertilizantes, sementes e demais defensivos agrícolas subiram fortemente de preços, além da escassez no mercado.

FUTURO DO MILHO

A área plantada de milho deve ter um acréscimo de 1,0% nos próximos 10 anos, chegando até 27 milhões de hectares com uma produção de até 150 milhões de toneladas (safra 30/31). O milho de segunda safra (safrinha), deve ter forte expansão de área, e passou a ser claramente o mais importante com um aumento de 95% de área, já para o milho de milho 1.ª safra teremos uma redução em 43% de área plantada.

Milho safrinha é aquele onde a semeadura acontece geralmente de janeiro – abril, de onde atualmente vem atingindo atualmente grandes produtividades, “Safrinha virou safrona”. As exportações devem quase dobrar, de 29,5 milhões de toneladas em 2020/21 para 43 – 60 milhões de toneladas em 2030/31.

As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular a produção nos próximos anos. Ainda em seu estágio de indústria nascente, a utilização de milho para a produção de etanol é crescente no Brasil. Assim o milho passa a juntar-se à cana-de-açúcar como importante matéria-prima para a produção de energia limpa.

Chegamos ao fim, espero que tenha sido um bom resumo sobre umas das mais importantes culturas. Abraço e até logo, continue lendo!

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