Primeiramente, para entender como a aquicultura pode contribuir com a proteção dos oceanos, vamos conhecer um pouco sobre o background dos ODS. Bora conferir!
Mas afinal, o que são ODS?
Em 2015, os estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram e concordaram com 17 metas denominadas como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esses objetivos são projetados para guiar as pessoas para apoiar futuras gerações de pessoas e animais a viver e atender às suas respectivas necessidades.
A ONU descreve os ODS como um apelo urgente à ação de todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento – em uma parceria global.
Mas qual a relação desses ODS com a aquicultura?
Um dos objetivos que está mais externamente associado com a aquicultura (cultivo de organismos aquáticos) é o ODS 14, pois envolve tudo sobre a vida na água. Em síntese, esse ODS objetiva conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Por que o ODS 14 é tão importante?
A vida humana não poderia continuar sem oceanos e mares saudáveis. Naturalmente, uma vez que mais de 70% do planeta está coberto por eles, dependemos de corpos d’água para comida, energia, água, etc.
Apesar de como precisamos desesperadamente manter os oceanos funcionando bem, a poluição e as práticas de pesca insustentáveis têm danificado os ecossistemas naturais.
A gestão responsável dos recursos que os oceanos nos fornecem, é o primeiro passo para cumprir o ODS 14. Existem alguns componentes e alvos que fazem parte desse objetivo. As categorias-alvo são os fatores mensuráveis que indicam o progresso feito em direção à meta.
Em resumo, reduzir a poluição marinha e proteger/restaurar os ecossistemas são as principais prioridades, juntamente com a redução da acidificação dos oceanos, a pesca sustentável, a conservação das áreas costeiras e marinhas e o aumento dos benefícios econômicos do uso sustentável dos recursos marinhos.
Outras metas são aumentar o conhecimento científico, pesquisa e tecnologia para a saúde dos oceanos, apoiar pescadores de pequena escala e implementar a legislação marítima internacional.
Mais de três bilhões de pessoas dependem da biodiversidade aquática para subsistência. Em vista disso, devemos priorizar o ODS 14 não apenas por questões ambientais, mas também sociais e econômicas.
Por que a aquicultura é tão importante para o ODS 14?
A aquicultura apresenta grande importância para atingir as metas desse ODS e pode contribuir significativamente mais fácil que outras áreas da produção e do consumo. Ela desempenha e continuará a desempenhar um papel no aumento dos benefícios econômicos do uso sustentável dos recursos marinhos.
Portanto, essa atividade é um meio de subsistência comprovado para muitas comunidades rurais e costeiras.
Mas afinal, como a aquicultura pode contribuir?
Por mais difícil que seja admitir, há um limite de recursos pesqueiros. Há tantos peixes no mar (há muitos, como diz o ditado, mas apenas uma quantidade finita!). Além disso, a demanda por proteína animal aumentará 52% com a previsão de 10 bilhões de pessoas que habitarão o planeta até 2050 (FAO, 2020).
Portanto, a aquicultura apresenta extrema importância para alimentar de forma sustentável a crescente população mundial e às gerações futuras com proteína saudável, magra e acessível.
A principal responsabilidade dessa atividade é complementar com eficiência as opções de espécies capturados por pesca na natureza para aumentar a quantidade de frutos do mar disponíveis em todo o mundo.
A aquicultura além de necessária é uma opção sustentável para os consumidores, especialmente em comparação com outras proteínas cultivadas.
Frutos do mar são altamente eficientes, apresentam maior retenção de proteína, menor taxa de conversão alimentar em comparação com frango, porco e vaca. Também apresentam menos emissões de gases de efeito estufa em comparação com a agricultura.
Ademais, a aquicultura tem potencial para melhorar a saúde do nosso planeta e da nossa população, desde que seja feita de maneira ecologicamente correta, socialmente responsável e que considere a segurança alimentar e o bem-estar animal.
Por outro lado, é possível produzir formas jovens para repovoar ambientes naturais.
As fazendas são implantadas em quase todos lugares – em águas costeiras, em tanques-rede oceânicos, até mesmo em terra em diversos sistemas de cultivo como sistemas de recirculação e tecnologia de bioflocos.
Avanços do desenvolvimento sustentável
Até agora, muito progresso foi feito para a melhoria da vida abaixo da água. Onde cerca de 87 países assinaram o acordo sobre Medidas de Estado de Porto, que é o primeiro acordo internacional vinculativo sobre pesca ilegal, não declarada e não regulamentada.
Outra boa notícia é que 47% das regiões costeiras em todo o mundo melhoraram a qualidade da água entre 2012 e 2018. Os esforços para reduzir a poluição marinha estão sendo bem-sucedidos.
Ademais, à medida que a pesca e o manejo marinho se tornaram mais difundidos, há evidências de que o manejo adequado contribuiu para o recente ressurgimento da pesca natural como o rockfish na costa oeste dos EUA e o atum rabilho no Reino Unido.
A missão dos Engenheiros de Pesca
Finalmente, muitas das metas para o ODS 14 envolvem impactos ambientais – poluição, acidificação dos oceanos, práticas insustentáveis, etc. Portanto, a missão é educar, defender e demonstrar práticas responsáveis de aquicultura.
Além disso, é preciso capacitar e inspirar o mundo a comer frutos do mar cultivados de forma responsável – frutos do mar como um todo. Há muito trabalho a ser feito para conservar e usar de forma sustentável os recursos hídricos para o desenvolvimento sustentável.
No entanto, a pesca pode trabalhar lado a lado com a aquicultura e os reguladores para ajudar a alcançar todas as metas do ODS 14.
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